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24/08/2006 - 09h08

Juro ao consumidor cai, mas segue acima de 50% ao ano

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daFolha de S.Paulo, em Brasília

Os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos a pessoas físicas em julho foram os mais baixos desde o lançamento do Plano Real, em 1994. De acordo com os dados divulgados ontem pelo BC (Banco Central), as taxas médias fecharam o mês em 54,3% ao ano, uma queda de 0,9% em relação a junho.

Apesar da queda, os juros brasileiros estão entre os mais elevados do mundo. Para ter uma idéia, se for descontada a inflação prevista para este ano, de 4,5%, o cliente pessoa física dos bancos ainda paga uma taxa média anual de quase 50%.

Os juros nos empréstimos para empresas no mês passado foram de 28,3% ao ano em média. Esse resultado não é tão bom quanto o de pessoas físicas, mas ainda assim é a menor taxa desde outubro de 2002, quando a média ficou em 23,5% ao ano.

A linha de crédito mais barata para as pessoas físicas continua sendo o financiamento de veículos, com taxa de 32,6% anual. Em seguida vem o empréstimo com desconto em folha de pagamentos, que no mês passado foi feito a uma taxa média anual de 35,1%. Os bancos têm aumentado esse tipo de operações com trabalhadores do setor privado para ampliar o mercado do crédito consignado, inicialmente concentrado nos aposentados e nos servidores públicos.

O governo também anunciou avanços no que diz respeito ao aumento do crédito, que chegou a 32,6% do PIB (Produto Interno Bruto), e à redução do "spread" bancário (a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada dos clientes), a mais nova bandeira do governo.

Os dados do BC mostram que o "spread" também é o mais baixo desde 1994. A diferença entre o que os bancos pagam nos depósitos que recebem e os empréstimos feitos para pessoas físicas é de 39,7 pontos percentuais. Esse resultado é conseqüência da queda na taxa Selic, que já caiu cinco pontos percentuais desde setembro do ano passado. Como a taxa de captação dos bancos é também a mais baixa desde o Real, é natural que o "spread" também seja reduzido.

O governo promete acelerar a redução do "spread" bancário com o anúncio de medidas que vão facilitar a transferência de recursos de um banco para outro. Uma medida provisória e várias resoluções do CMN (Conselho Monetário Nacional) estão sendo preparadas com esse objetivo. A expectativa é que sejam anunciadas na semana que vem.

Uma das propostas é criar o "DOC reverso". Com esse instrumento, será possível que o cliente transfira o seu salário para o banco em que realmente queira ter conta, em vez de ficar obrigado a operar no banco em que a empresa faz o pagamento dos salários.

"Essas medidas são importantes e terão algum efeito. Mas o mercado bancário brasileiro é muito concentrado. Isso é um estímulo a práticas pouco saudáveis de concorrência. Se você é cliente cativo, sem a possibilidade de escolher um banco, ele te esfola", diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves.

Na opinião do economista, uma queda mais acelerada dos juros, além da concorrência bancária, também seria necessária para que o objetivo do governo de baratear os empréstimos e aumentar o volume de crédito fosse atingido.

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