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18/09/2006 - 14h55

Petrobras "não nos dobrará", diz novo ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

O novo ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, disse nesta segunda-feira que irá aplicar rigorosamente o decreto de nacionalização das reservas de petróleo e gás no país nas negociações com as petrolíferas estrangeiras --em especial a Petrobras.

"A Petrobras não nos dobrará", disse Villegas, destacando o congelamento, na semana passada, da resolução assinada por seu antecessor no cargo, Andréz Solíz Rada, que confiscava as receitas das refinarias da Petrobras no país.

O ministro disse que a resolução "será aplicada" dentro do processo de nacionalização, decretado no dia 1º de maio deste ano. "A decisão fundamental foi congelar; não anular, mas sim colocar entre parênteses, para criar condições favoráveis com a Petrobras", disse o ministro, segundo a agência de notícias France Presse.

"Seremos intransigentes no cumprimento do conteúdo da nacionalização. Exigiremos respeito", acrescentou Villegas, considerado por analistas um negociador mais maleável que Rada.

Nas negociações com a Petrobras e as demais petrolíferas "mostraremos duas posturas: uma ampla disposição para o diálogo e força para que as empresas respeitem" o decreto de maio, disse. "Seremos inflexíveis na aplicação desse decreto."

A resolução da semana passada foi assinada e congelada em um intervalo de poucos dias. A reação por parte do governo brasileiro e da Petrobras foi dura: a empresa classificou a medida como "totalmente inviável" e a viagem do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a La Paz, que deveria ter acontecido na semana passada, foi cancelada em protesto.

O governo boliviano anunciou a retomada, a partir de hoje, das negociações com as petrolíferas --a começar com a Andina (subsidiária da espanhola Repsol YPF); ontem, já havia sido divulgado um cronograma para a retomada do diálogo com a francesa Total e a British Gas

Todas essas negociações seguiam em ritmo muito lento --em alguns casos, como no da Petrobras, estavam simplesmente paradas-- enquanto Rada esteve à frente do ministério.

Pelo decreto de nacionalização, as petrolíferas estrangeiras em atuação na Bolívia tem 180 dias (a partir da assinatura do decreto, em maio) para regularizarem se adaptarem às novas condições de exploração e comercialização.

A YPFB passou também a controlar no mínimo 50% mais um das empresas estrangeiras no país e, durante o período de transição, 82% do valor da produção vai para o governo e 18% para as companhias.

Com agências internacionais

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