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24/01/2007
-
09h20
KENNEDY ALENCAR
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve ontem, em conversas com a equipe econômica, avaliação que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não influirá na política monetária no curto prazo.
Mais: a Folha apurou que a expectativa de Lula é que a taxa Selic caia 0,5 ponto percentual na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que termina hoje. A Selic, taxa básica de juros, está hoje em 13,25% ao ano, e a expectativa do mercado é que caia mais 0,25 ponto hoje.
O Copom já havia sinalizado em ata no ano passado que poderia adotar maior parcimônia na redução dos juros, que vinha caindo 0,5 ponto por reunião.
Segundo a Folha apurou, não há no BC uma disposição de atitude mais cautelosa no processo de queda dos juros como forma de compensar um menor esforço fiscal no segundo mandato de Lula.
Na prática, o superávit primário poderá cair de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano para até 3,75%. O superávit primário, a economia feita pelo setor público para pagar os juros da dívida, é um dos pilares da atual política econômica. Nos bastidores, o BC sempre deixou claro que um menor rigor fiscal exigiria maior conservadorismo monetário.
A Folha ouviu de membros da cúpula do governo que o BC deverá aguardar os resultados de médio prazo do PAC, cerca de um ano, para avaliar a dosagem da política monetária.
Não haveria no cenário doméstico ou internacional nada que sugira que a inflação em 2007 ficará fora da meta de 4,5% no ano do BC.
Logo, com 2007 praticamente garantido, o BC não precisaria peitar Lula como fez no primeiro mandato. Apesar das cobranças por maior rapidez na queda da Selic em 2004 e 2005, quando Lula ameaçou nos bastidores demitir diretores do BC, o Copom resistiu e contrariou o Planalto, reforçando a imagem de independência informal.
Lula julgou como brincadeira desnecessária o ministro Guido Mantega (Fazenda) ter dito "Viu, Meirelles?" quando falou anteontem no lançamento do PAC que o mercado esperava queda dos juros nos próximos anos. Lula, porém, concorda com o ministro da Fazenda. Aprovou o conteúdo, mas não a forma, pois ela causou constrangimento ao presidente do BC, Henrique Meirelles, expondo mais uma vez a dificuldade de relação entre ambos.
A Folha apurou que, se o BC optar por um corte menor do que 0,5 ponto percentual, Lula pedirá explicações a Meirelles, com quem viaja hoje a Davos (Suíça). Mas Lula não está disposto a transformar isso numa crise. Sua energia está voltada para levar o PAC a produzir resultado.
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Mais: a Folha apurou que a expectativa de Lula é que a taxa Selic caia 0,5 ponto percentual na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que termina hoje. A Selic, taxa básica de juros, está hoje em 13,25% ao ano, e a expectativa do mercado é que caia mais 0,25 ponto hoje.
O Copom já havia sinalizado em ata no ano passado que poderia adotar maior parcimônia na redução dos juros, que vinha caindo 0,5 ponto por reunião.
Segundo a Folha apurou, não há no BC uma disposição de atitude mais cautelosa no processo de queda dos juros como forma de compensar um menor esforço fiscal no segundo mandato de Lula.
Na prática, o superávit primário poderá cair de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano para até 3,75%. O superávit primário, a economia feita pelo setor público para pagar os juros da dívida, é um dos pilares da atual política econômica. Nos bastidores, o BC sempre deixou claro que um menor rigor fiscal exigiria maior conservadorismo monetário.
A Folha ouviu de membros da cúpula do governo que o BC deverá aguardar os resultados de médio prazo do PAC, cerca de um ano, para avaliar a dosagem da política monetária.
Não haveria no cenário doméstico ou internacional nada que sugira que a inflação em 2007 ficará fora da meta de 4,5% no ano do BC.
Logo, com 2007 praticamente garantido, o BC não precisaria peitar Lula como fez no primeiro mandato. Apesar das cobranças por maior rapidez na queda da Selic em 2004 e 2005, quando Lula ameaçou nos bastidores demitir diretores do BC, o Copom resistiu e contrariou o Planalto, reforçando a imagem de independência informal.
Lula julgou como brincadeira desnecessária o ministro Guido Mantega (Fazenda) ter dito "Viu, Meirelles?" quando falou anteontem no lançamento do PAC que o mercado esperava queda dos juros nos próximos anos. Lula, porém, concorda com o ministro da Fazenda. Aprovou o conteúdo, mas não a forma, pois ela causou constrangimento ao presidente do BC, Henrique Meirelles, expondo mais uma vez a dificuldade de relação entre ambos.
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