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15/02/2007
-
10h20
PATRÍCIA ZIMMERMANN
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o novo acordo firmado entre o Brasil e a Bolívia estabelece que o gás do país vizinho passará a ser remunerado por sua cotação internacional. Ao lado do presidente Evo Morales, em entrevista no Palácio do Planalto, Lula também afirmou que o Brasil vai estudar novos investimentos na Bolívia, como uma usina hidrelétrica binacional, uma usina de biodiesel e um pólo gás-químico.
'Isso [a mudança no preço do gás] fará justiça ao valor do gás boliviano e atenderá ao pleito do presidente Morales. Paralelamente acordamos que o governo boliviano tomará as providências necessárias para que os novos contratos em operação entrem em vigor nos próximos dias', disse Lula.
Hoje a Bolívia vende a São Paulo cerca de 27 milhões de metros cúbicos diários de gás a US$ 4,30 por milhão de BTU (unidade de medida térmica). A Bolívia reivindicava que o Brasil pagasse cerca de US$ 5 por milhão de BTU.
Lula ainda não explicou quais serão os novos valores do contrato. Autoridades brasileiras e bolivianas estiveram desde ontem reunidas em Brasília e os detalhes do que foi assinado deverão ser divulgados nas próximas horas.
Após o aumento de impostos para os negócios da Petrobras no país vizinho e do aumento do preço do gás, Lula disse que o acordo anunciado hoje vai garantir 'a estabilidade e a segurança indispensáveis para entrar em uma nova etapa de nossa cooperação energética'.
Morales afirmou em seguida que não deixará que o Brasil fique sem gás após a revisão dos preços. "O preço justo para o gás é importante para o nosso país. Nós cumpriremos todos os contratos com a Petrobras. Nunca faltará gás para o Brasil."
Lula também disse que até abril o Ministério das Minas e Energia tomará as providências necessárias para viabilizar o aumento do preço do gás boliviano para a termelétrica de Cuiabá.
Ontem os dois países informaram que o gás fornecido para uma usina termoelétrica de Cuiabá será reajustado de US$ 1,19 para US$ 4,20 o milhão de BTU. Esse reajuste será repassado para Furnas e futuramente será rateado com as distribuidoras. Para o consumidor brasileiro, deverá chegar um reajuste médio de 0,2% na conta de luz.
Investimentos
Lula também disse que o gás é um 'fator decisivo de integração' entre as economias dos dois países e que vai continuar a ser o 'carro-chefe de nossa associação'.
O presidente afirmou que os dois países vão estudar a possibilidade de construir uma usina hidrelétrica binacional na fronteira com a Bolívia. Segundo a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), essa usina ficaria no rio Mamoré, entre os municípios de Abunã (Bolívia) e Guajaramirim (Brasil), e teria potência de cerca de 3.000 MW.
Outros dois investimentos que serão analisados serão a construção de uma usina de biodiesel no país vizinho pela Petrobras e também a instalação de um pólo gás-químico na fronteira com os dois países.
Esse pólo era o maior projeto da Petrobras com o país vizinho e tinha como parceira a petroquímica Braskem. O projeto, no entanto, foi suspenso com a decisão da Bolívia de nacionalizar os hidrocarbonetos, tomada em 1º de maio do ano passado.
'Ontem o presidente Morales e eu assistimos sobre uma apresentação de um polo gás químico na fronteira. (...) Temos as condições para ir muito além do gás. Seremos parceiros na revolução da energia renovável, na petroquímica e na geração de hidroeletricidade', disse Lula.
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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o novo acordo firmado entre o Brasil e a Bolívia estabelece que o gás do país vizinho passará a ser remunerado por sua cotação internacional. Ao lado do presidente Evo Morales, em entrevista no Palácio do Planalto, Lula também afirmou que o Brasil vai estudar novos investimentos na Bolívia, como uma usina hidrelétrica binacional, uma usina de biodiesel e um pólo gás-químico.
'Isso [a mudança no preço do gás] fará justiça ao valor do gás boliviano e atenderá ao pleito do presidente Morales. Paralelamente acordamos que o governo boliviano tomará as providências necessárias para que os novos contratos em operação entrem em vigor nos próximos dias', disse Lula.
Hoje a Bolívia vende a São Paulo cerca de 27 milhões de metros cúbicos diários de gás a US$ 4,30 por milhão de BTU (unidade de medida térmica). A Bolívia reivindicava que o Brasil pagasse cerca de US$ 5 por milhão de BTU.
Lula ainda não explicou quais serão os novos valores do contrato. Autoridades brasileiras e bolivianas estiveram desde ontem reunidas em Brasília e os detalhes do que foi assinado deverão ser divulgados nas próximas horas.
Após o aumento de impostos para os negócios da Petrobras no país vizinho e do aumento do preço do gás, Lula disse que o acordo anunciado hoje vai garantir 'a estabilidade e a segurança indispensáveis para entrar em uma nova etapa de nossa cooperação energética'.
Morales afirmou em seguida que não deixará que o Brasil fique sem gás após a revisão dos preços. "O preço justo para o gás é importante para o nosso país. Nós cumpriremos todos os contratos com a Petrobras. Nunca faltará gás para o Brasil."
Lula também disse que até abril o Ministério das Minas e Energia tomará as providências necessárias para viabilizar o aumento do preço do gás boliviano para a termelétrica de Cuiabá.
Ontem os dois países informaram que o gás fornecido para uma usina termoelétrica de Cuiabá será reajustado de US$ 1,19 para US$ 4,20 o milhão de BTU. Esse reajuste será repassado para Furnas e futuramente será rateado com as distribuidoras. Para o consumidor brasileiro, deverá chegar um reajuste médio de 0,2% na conta de luz.
Investimentos
Lula também disse que o gás é um 'fator decisivo de integração' entre as economias dos dois países e que vai continuar a ser o 'carro-chefe de nossa associação'.
O presidente afirmou que os dois países vão estudar a possibilidade de construir uma usina hidrelétrica binacional na fronteira com a Bolívia. Segundo a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), essa usina ficaria no rio Mamoré, entre os municípios de Abunã (Bolívia) e Guajaramirim (Brasil), e teria potência de cerca de 3.000 MW.
Outros dois investimentos que serão analisados serão a construção de uma usina de biodiesel no país vizinho pela Petrobras e também a instalação de um pólo gás-químico na fronteira com os dois países.
Esse pólo era o maior projeto da Petrobras com o país vizinho e tinha como parceira a petroquímica Braskem. O projeto, no entanto, foi suspenso com a decisão da Bolívia de nacionalizar os hidrocarbonetos, tomada em 1º de maio do ano passado.
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