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23/04/2007
-
10h01
FABRICIO VIEIRA
TONI SCIARRETTA
da Folha de S.Paulo
Não é apenas o real que se valoriza diante do dólar. Moedas em diferentes partes do mundo ganham terreno em relação à divisa da maior economia do mundo. E muitas delas têm se apreciado de forma mais expressiva que o real.
As moedas se valorizam ao redor do planeta por conta de uma reorganização da economia internacional, com o aumento da importância da China e a elevação das negociações em euro. Também pesa o elevado déficit comercial dos EUA, país que importa mais do que exporta bens. E tudo isso em um ambiente de alta liquidez internacional --nunca o mundo teve tanto dinheiro disponível. Esses recursos procuram rendimento fora dos EUA e valorizam as moedas dos países em que entram, como o Brasil e demais países emergentes.
Por conta desse cenário, os governos de outros emergentes, além do Brasil, têm atuado no mercado de câmbio para baixar a cotação de suas moedas. Países como Peru e Argentina compram regularmente dólares para evitar que suas moedas sigam em rota de apreciação e mantenham competitividade no comércio exterior.
Na Colômbia, onde o peso está em seu maior nível desde novembro de 2000, o mercado local espera medidas como a troca de dívida externa por interna e a emissão de papéis para segurar a apreciação cambial.
Pelo menos desde 2003 tem chamado a atenção do mercado a progressiva perda de valor do dólar americano. Nas últimas semanas, moedas quebram recordes sucessivos de valorização diante do dólar.
A libra esterlina alcançou na semana passada US$ 2, sua mais alta cotação desde 1992. Na Austrália, a moeda nacional bateu em seu mais elevado patamar em relação ao dólar em 17 anos. A rúpia indiana nunca esteve tão valorizada desde 1999. Nos três países, o mercado prevê aumento de juros para segurar a inflação.
Real
No Brasil, o real tem sido negociado em seus mais elevados níveis diante do dólar desde março de 2001. Na sexta-feira, o real encerrou as operações ao câmbio de R$ 2,028 por dólar.
"O Brasil não é um caso isolado de forte apreciação cambial neste momento. Há uma forte liquidez internacional que tem refletido na valorização de moedas em diferentes lugares do mundo", afirma Alex Agostini, da Austin Rating.
"E essa apreciação preocupa bastante os emergentes, especialmente pela perda de competitividade de seus produtos no mercado internacional", diz Agostini. Ou seja, as exportações podem perder terreno por ficarem mais caras em dólar.
Considerando os últimos 12 meses, o real se valorizou 3,8% diante do dólar. Entre os latinos, um dos que mais têm subido é o peso colombiano, que se apreciou 9,1% no período.
No Peru, as sucessivas compras de dólares realizadas pelo governo, que tem chegado a US$ 50 milhões em apenas um dia, ajuda a segurar um pouco a cotação da moeda. Em 12 meses, a alta chega a 4,3%. A expansão das exportações, especialmente de produtos minerais, tem sido um dos pontos de pressão sobre a moeda do Peru.
Com o dólar em baixa, analistas têm cogitado a possibilidade de países decidirem trocar as suas reservas internacionais --hoje majoritariamente em dólares-- para outras moedas fortes, como o euro ou a libra. A Rússia, por exemplo, já possui elevadas reservas em euro. A China também estuda diversificar suas reservas, que hoje estão em US$ 1,3 trilhão, para obter um maior retorno.
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Moedas de todo o mundo têm recordes diante do dólar
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TONI SCIARRETTA
da Folha de S.Paulo
Não é apenas o real que se valoriza diante do dólar. Moedas em diferentes partes do mundo ganham terreno em relação à divisa da maior economia do mundo. E muitas delas têm se apreciado de forma mais expressiva que o real.
As moedas se valorizam ao redor do planeta por conta de uma reorganização da economia internacional, com o aumento da importância da China e a elevação das negociações em euro. Também pesa o elevado déficit comercial dos EUA, país que importa mais do que exporta bens. E tudo isso em um ambiente de alta liquidez internacional --nunca o mundo teve tanto dinheiro disponível. Esses recursos procuram rendimento fora dos EUA e valorizam as moedas dos países em que entram, como o Brasil e demais países emergentes.
Por conta desse cenário, os governos de outros emergentes, além do Brasil, têm atuado no mercado de câmbio para baixar a cotação de suas moedas. Países como Peru e Argentina compram regularmente dólares para evitar que suas moedas sigam em rota de apreciação e mantenham competitividade no comércio exterior.
Na Colômbia, onde o peso está em seu maior nível desde novembro de 2000, o mercado local espera medidas como a troca de dívida externa por interna e a emissão de papéis para segurar a apreciação cambial.
Pelo menos desde 2003 tem chamado a atenção do mercado a progressiva perda de valor do dólar americano. Nas últimas semanas, moedas quebram recordes sucessivos de valorização diante do dólar.
A libra esterlina alcançou na semana passada US$ 2, sua mais alta cotação desde 1992. Na Austrália, a moeda nacional bateu em seu mais elevado patamar em relação ao dólar em 17 anos. A rúpia indiana nunca esteve tão valorizada desde 1999. Nos três países, o mercado prevê aumento de juros para segurar a inflação.
Real
No Brasil, o real tem sido negociado em seus mais elevados níveis diante do dólar desde março de 2001. Na sexta-feira, o real encerrou as operações ao câmbio de R$ 2,028 por dólar.
"O Brasil não é um caso isolado de forte apreciação cambial neste momento. Há uma forte liquidez internacional que tem refletido na valorização de moedas em diferentes lugares do mundo", afirma Alex Agostini, da Austin Rating.
"E essa apreciação preocupa bastante os emergentes, especialmente pela perda de competitividade de seus produtos no mercado internacional", diz Agostini. Ou seja, as exportações podem perder terreno por ficarem mais caras em dólar.
Considerando os últimos 12 meses, o real se valorizou 3,8% diante do dólar. Entre os latinos, um dos que mais têm subido é o peso colombiano, que se apreciou 9,1% no período.
No Peru, as sucessivas compras de dólares realizadas pelo governo, que tem chegado a US$ 50 milhões em apenas um dia, ajuda a segurar um pouco a cotação da moeda. Em 12 meses, a alta chega a 4,3%. A expansão das exportações, especialmente de produtos minerais, tem sido um dos pontos de pressão sobre a moeda do Peru.
Com o dólar em baixa, analistas têm cogitado a possibilidade de países decidirem trocar as suas reservas internacionais --hoje majoritariamente em dólares-- para outras moedas fortes, como o euro ou a libra. A Rússia, por exemplo, já possui elevadas reservas em euro. A China também estuda diversificar suas reservas, que hoje estão em US$ 1,3 trilhão, para obter um maior retorno.
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