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08/05/2007
-
10h57
da Folha Online
Governos europeus pretendem oferecer aos EUA a manutenção da prerrogativa de escolher o próximo presidente do Banco Mundial, mas sob a condição de o atual ocupante do cargo, o americano Paul Wolfowitz --envolvido em um caso de nepotismo--, deixar o cargo, segundo o diário americano "The New York Times".
Segundo a reportagem, os governos europeus vinham indicando a intenção de pressionar pelo fim da tradição de deixar a cargo dos EUA a escolha do presidente do banco --o país é seu maior acionista e têm o maior poder decisório no conselho da instituição (os países europeus teriam a prerrogativa, em contrapartida, de escolher o diretor-gerente do FMI). Agora, no entanto, estariam dispostos a manter a tradição com o objetivo de obter apoio do governo americano para convencer Wolfowitz a deixar o cargo voluntariamente.
Ontem, um painel do banco concluiu, após uma investigação que durou cerca de um mês, que Wolfowitz violou a ética da instituição ao se valer de seu cargo para conceder promoções e aumentos de salário para sua namorada, Shaha Riza, que já trabalhava para o Banco Mundial quando ele assumiu a presidência da instituição em junho de 2005.
"O que tenho ouvido de meus colegas é: 'Não vamos pressionar demais os americanos'", disse uma fonte do Banco Mundial ouvida pelo "NYT" e citada na reportagem. "Queremos evitar um racha entre os EUA e seus aliados europeus. Estamos dispostos a dizer: 'Tudo bem, vocês encontram um americano capaz de dirigir a instituição e nós podemos viver com isso'."
Credibilidade
A renúncia de Wolfowitz evitaria que uma eventual divergência na diretoria, em uma votação sobre a manutenção do presidente do banco em seu cargo, viesse a público.
Na avaliação dos governos europeus, mesmo que a diretoria decida apenas advertir Wolfowitz, sua permanência no cargo se tornaria inviável, diz o "NYT". Outra fonte ouvida pelo diário americano e citada na reportagem disse que a credibilidade de Wolfowitz está agora "além de qualquer reparo".
Segundo fontes próximas à chanceler alemã, Angela Merkel, ouvidas pelo jornal, ela é favorável à saída de Wolfowitz, mas quer evitar confronto com o presidente norte-americano, George W. Bush. O premiê britânico, Tony Blair, é favorável à manutenção de Wolfowitz no cargo, mas o ministro britânico da Fazenda, Gordon Brown (a quem Blair já disse apoiar para sucedê-lo) tem divergências com as políticas de Wolfowitz.
Riza foi transferida para o Departamento de Estado para evitar conflito de interesses, mas foi mantida na folha de pagamento de funcionários do Banco Mundial. Desde então, seu salário passou de cerca de US$ 133 mil para US$ 193 mil ao ano.
O advogado de Wolfowitz, Robert Bennett, disse, segundo o "NYT", que o banco deu a seu cliente pouco tempo para que refute as conclusões do painel --a votação na diretoria deve ocorrer ainda nesta semana. "Estou muito preocupado por terem nos dado apenas 48 horas para responder", disse Bennett. "Isso não é justo com Wolfowitz."
Conselheiro
Ontem, o conselheiro do presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, Kevin Kellems, renunciou ao seu cargo. "Dado o ambiente atual envolvendo a liderança do grupo Banco Mundial, tornou-se muito difícil ser efetivo na ajuda para fazer avançar a missão da instituição. Portanto, decidi sair, para aproveitar outras oportunidades", disse Kellems --que foi escolhido por Wolfowitz por já ter trabalhado com ele no Departamento de Defesa.
O painel do banco investiga, além das acusações sobre a concessão de privilégios a Riza, outras suspeitas envolvendo mais funcionários, incluindo o próprio Kellems --ele e outro conselheiro próximo a Wolfowitz, Robin Cleveland, recebem mais de US$ 200 mil por ano.
Kellems deve deixar o banco na próxima semana. Ele não disse o que fará após deixar a instituição.
Na semana passada, Wolfowitz disse ser alvo de uma campanha caluniosa contra ele e descartou a possibilidade de pedir demissão nas circunstâncias atuais. "Não cederei a estas táticas", disse. "Acredito que o objetivo desta campanha caluniosa é justificar acusações prontas como as de que sou um dirigente ineficaz e que devo pedir demissão por esta única razão, embora estas supostas violações de ética não tenham fundamento."
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Segundo a reportagem, os governos europeus vinham indicando a intenção de pressionar pelo fim da tradição de deixar a cargo dos EUA a escolha do presidente do banco --o país é seu maior acionista e têm o maior poder decisório no conselho da instituição (os países europeus teriam a prerrogativa, em contrapartida, de escolher o diretor-gerente do FMI). Agora, no entanto, estariam dispostos a manter a tradição com o objetivo de obter apoio do governo americano para convencer Wolfowitz a deixar o cargo voluntariamente.
Ontem, um painel do banco concluiu, após uma investigação que durou cerca de um mês, que Wolfowitz violou a ética da instituição ao se valer de seu cargo para conceder promoções e aumentos de salário para sua namorada, Shaha Riza, que já trabalhava para o Banco Mundial quando ele assumiu a presidência da instituição em junho de 2005.
"O que tenho ouvido de meus colegas é: 'Não vamos pressionar demais os americanos'", disse uma fonte do Banco Mundial ouvida pelo "NYT" e citada na reportagem. "Queremos evitar um racha entre os EUA e seus aliados europeus. Estamos dispostos a dizer: 'Tudo bem, vocês encontram um americano capaz de dirigir a instituição e nós podemos viver com isso'."
Credibilidade
A renúncia de Wolfowitz evitaria que uma eventual divergência na diretoria, em uma votação sobre a manutenção do presidente do banco em seu cargo, viesse a público.
Na avaliação dos governos europeus, mesmo que a diretoria decida apenas advertir Wolfowitz, sua permanência no cargo se tornaria inviável, diz o "NYT". Outra fonte ouvida pelo diário americano e citada na reportagem disse que a credibilidade de Wolfowitz está agora "além de qualquer reparo".
Segundo fontes próximas à chanceler alemã, Angela Merkel, ouvidas pelo jornal, ela é favorável à saída de Wolfowitz, mas quer evitar confronto com o presidente norte-americano, George W. Bush. O premiê britânico, Tony Blair, é favorável à manutenção de Wolfowitz no cargo, mas o ministro britânico da Fazenda, Gordon Brown (a quem Blair já disse apoiar para sucedê-lo) tem divergências com as políticas de Wolfowitz.
Riza foi transferida para o Departamento de Estado para evitar conflito de interesses, mas foi mantida na folha de pagamento de funcionários do Banco Mundial. Desde então, seu salário passou de cerca de US$ 133 mil para US$ 193 mil ao ano.
O advogado de Wolfowitz, Robert Bennett, disse, segundo o "NYT", que o banco deu a seu cliente pouco tempo para que refute as conclusões do painel --a votação na diretoria deve ocorrer ainda nesta semana. "Estou muito preocupado por terem nos dado apenas 48 horas para responder", disse Bennett. "Isso não é justo com Wolfowitz."
Conselheiro
Ontem, o conselheiro do presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, Kevin Kellems, renunciou ao seu cargo. "Dado o ambiente atual envolvendo a liderança do grupo Banco Mundial, tornou-se muito difícil ser efetivo na ajuda para fazer avançar a missão da instituição. Portanto, decidi sair, para aproveitar outras oportunidades", disse Kellems --que foi escolhido por Wolfowitz por já ter trabalhado com ele no Departamento de Defesa.
O painel do banco investiga, além das acusações sobre a concessão de privilégios a Riza, outras suspeitas envolvendo mais funcionários, incluindo o próprio Kellems --ele e outro conselheiro próximo a Wolfowitz, Robin Cleveland, recebem mais de US$ 200 mil por ano.
Kellems deve deixar o banco na próxima semana. Ele não disse o que fará após deixar a instituição.
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