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09/05/2007 - 14h43

Lamy diz que posições dos EUA e da Europa já se aproximam na OMC

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da Folha Online

O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, afirmou nesta quarta-feira (9) que uma aproximação das posições americana e européia sobre a Rodada Doha começa a ser esboçada. No entanto, Lamy não especificou quais seriam essas posições.

"As divergências se atenuam, mas se trata de saber se isto acontece de maneira suficientemente rápida", comentou Lamy.

Uma semana depois da divulgação de uma série de propostas por parte do diretor do grupo de negociações da OMC sobre a agricultura, Crawford Falconer, Lamy saudou o "texto que aparece como decisivo" para as negociações da Rodada Doha, iniciadas em 2001 na capital do Qatar para liberalizar o comércio mundial.

"Este documento conseguiu deixar os Estados razoavelmente descontentes, o que é um passo prévio para avançar a uma próxima fase, ou seja, a convergência", ironizou o diretor da OMC.

As propostas sintetizadas de Falconer e apresentadas em 30 de abril geraram reações negativas. A maioria dos membros da OMC qualificou, na última segunda-feira, a proposta em agricultura de "desequilibrada" e sem fórmulas realmente capazes de aproximar as posições dos países.

As críticas vieram tanto dos países desenvolvidos como das economias em desenvolvimento, pois nos dois casos consideraram que seus pontos de vista não estavam refletidos. A questão agrícola é considerada a mais importante, sensível e complexa do processo negociador.


Reunião

Os quatro principais personagens da Rodada Doha --UE (União Européia), Estados Unidos, Brasil e Índia-- se reunirão nos dias 17 e 18 de maio em Bruxelas, informou uma fonte da UE. Esta reunião do G4 não contará com a presença de Japão e Austrália, países com os quais acontecerá uma discussão na véspera em Paris.

O comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, a representante americana para o Comércio, Susan Schwab, o chanceler brasileiro Celso Amorim e o ministro indiano do Comércio, Kamal Nath, se reunirão na capital belga em mais uma tentativa de evitar o fracasso nas negociações.

As negociações da Rodada Doha, iniciadas em 2001 e bloqueadas por causa de profundas divergências, foram retomadas em janeiro pelos 150 países da OMC com a esperança de alcançar um acordo nos próximos meses.

As nações em desenvolvimento exigem que os países ricos reduzam os subsídios agrícolas, enquanto estes querem dos países pobres um maior acesso a seus mercados, sobretudo em serviços e bens industriais.

Na semana passada, após a cúpula anual entre EUA e UE, o presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que seu país e a comunidade européia compartilham o compromisso para o êxito das negociações comerciais da Rodada Doha.

"A primeira coisa que disse ao entrar na reunião é que estou comprometido firmemente com o êxito da Rodada Doha", declarou Bush em entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca.

Esforços

Os esforços para a conclusão da Rodada Doha vêm de quase todos os países e setores. No começo de abril, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a NAM (associação nacional das indústrias dos Estados Unidos) oficializaram a intenção de trabalhar setorialmente para ajudar na rodada.

Na ocasião, as duas entidades empresariais divulgaram a criação do "Diálogo Industrial Brasil-EUA", uma iniciativa bilateral para estudar avanços possíveis nas negociações.

"Nessa discussão inicial, as entidades exploraram o papel que as negociações setoriais poderiam ter nas negociações de acesso a mercado para bens não-agrícolas", afirmaram as entidades em comunicado.

A proposta da indústria brasileira para a redução de tarifas é a aplicação da fórmula suíça com o chamado "coeficiente 30", o que reduziria pela metade a tarifa máxima para produtos industriais.

O Brasil, como líder dos países em desenvolvimento nas negociações, quer também maior acesso de produtores agrícolas aos mercados dos EUA e da Europa, cuja agricultura é protegida por quotas e subsídios.

John Engler, presidente da NAM, afirmou durante o encontro que os EUA precisam fazer cortes de verdade nos seus programas agrícolas domésticos, e que os industriais vão se empenhar nesse sentido.

Com informações da France Presse e da Efe

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