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OCDE prevê bom ritmo de crescimento para economia mundial em 2007
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da France Presse, em Paris
Os países desenvolvidos viverão tempos de bonança econômica em 2007, puxados pela Europa e pela Ásia, os dois motores do crescimento mundial, segundo as previsões otimistas divulgadas nesta semana pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos).
Em relatório semestral sobre a conjuntura econômica mundial divulgado nesta quinta-feira (24), em Paris, a OCDE espera uma alta de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007 para seus membros, ou seja, os 30 países mais desenvolvidos do planeta, contra 2,5% da estimativa anterior anunciada no fim de novembro, e 2,8% em 2006.
Por outro lado, a organização reduziu sua expectativa de crescimento para os Estados Unidos de 2,4% para 2,1% este ano, em razão do desaquecimento do mercado imobiliário que durante muito tempo impulsionou a atividade no país.
Segundo a OCDE, há anos a situação econômica mundial não era assim favorável. Com relação as previsões feitas em novembro, a "retomada na Europa foi mais forte que o antecipado e o desaquecimento americano mais forte que o previsto", observou Jean-Philippe Cotis, chefe dos economistas da OCDE.
No entanto, os preços do petróleo elevados e instáveis, os riscos inflacionários agravados, e os sinais de uma correção dos mercados financeiros chineses continuam sendo ameaças potenciais.
Os problemas nos mercados mundiais do início do ano foram intensificados pelo desbloqueio das operações mundiais de "carry trade", operações que consistem em comprar iene barato para aplicá-lo em moedas mais rentáveis como o euro e o dólar. A volta em massa destas operações pode agravar uma crise financeira na China, prevê a OCDE.
Outro ponto crítico, segundo a organização é o mercado de construção civil que "constitui ainda um risco em inúmeros países", porque pode continuar perdendo investimentos.
Enquanto os riscos inflacionários se mantiverem mais altos que o previsto, a vigilância monetária se faz necessária, segundo a OCDE, que é contra a redução das taxas de juros americanas antes do próximo ano e aprova as duas altas dos juros esperadas na zona euro até o fim de 2007.
No Reino Unido também há possibilidade de alta das taxas de juros se as pressões inflacionárias persistirem.
No Japão, em contrapartida, a deflação ainda não foi erradicada e a OCDE considera desejável manter as taxas inalteradas, apesar de que o ritmo de crescimento esperado (2,4% para 2007) pode desencadear um período duradouro de deflação.
"Os mercados emergentes continuam representando o principal pólo de crescimento da economia mundial", destacou a OCDE, com um crescimento chinês superior a 10% nos últimos trimestres, um crescimento de mais de 9% na Índia em 2006 e um ritmo de progressão do PIB geralmente muito rápido na Ásia. A Rússia, com mais de 7% de crescimento, e o Brasil, também estão acelerados.
Ainda de acordo com a OCDE, seus países devem aproveitar a fase de bonança cíclica mundial para reencaminhar suas contas orçamentárias, uma vez que as receitas fiscais abundantes no Japão, nos EUA e na zona euro "desaparecerão no fim do ciclo e o agravamento dos déficits estruturais deve ser evitado a qualquer preço".
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