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01/10/2007 - 21h47

Otimismo global faz dólar despencar e Bovespa bater recorde

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O mercado global sinaliza ter deixado para trás o pior momento da crise imobiliária americana. E são os emergentes alguns dos principais favorecidos por esse otimismo. Nesta segunda, a taxa de câmbio brasileira caiu para seu menor valor em sete anos. E a Bolsa de Valores voltou a bater recordes, o 37º somente neste ano.

O banco americano Merrill Lynch deu a senha para a corrida de hoje. Em relatório para investidores, foi alto e claro: "Compre ações de Brics". Os Brics são as países vistos pelos grandes bancos como as potências econômicas do futuro: Brasil, Rússia, Índia e China.

"O otimismo voltou. O mercado percebeu que os problemas dos créditos 'subprime' estão restritos às instituições financeiras. A economia real continua com perspectivas boas de crescimento, como se pode ver pela demanda de minério de ferro, pela expectativa sobre os reajustes de preços", sintetiza Emerson Lambrecht, diretor de operações da corretora Solidus.

Há um mês, o coquetel de notícias ruins vista hoje faria o mercado desabar. Primeiro, dois grandes bancos mundiais informaram prejuízos e rebaixaram suas expectativas de lucros: o europeu UBS e o americano Citigroup. Tudo por conta da crise dos créditos "subprime" (de alto risco).

No entanto, ocorreu justamente o contrário: a Bolsa americana bateu recorde: subiu 1,38% -- as ações voltaram ao nível anterior à crise. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) valorizou 3,10% e também bateu recorde.

O dólar não pára de cair. Hoje, encerrou o dia negociado a R$ 1,810, o seu menor valor desde agosto de 2000.

"A balança comercial, apesar do aumento violento das importações, continua indo bem e deve fechar ano com uns US$ 42 bilhões de superávit. Os investimentos externos continuam fortíssimos, num ritmo que eu não via desde as privatizações. E o 'dinheiro cigano' [em aplicações financeiras no país] não pára de entrar", afirma João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer.

Fed corta juros e alivia mercado

A crise financeira assombrou mercados desde julho, quando investidores e analistas começaram a perceber um cenário assustador: bancos e fundos de investimentos poderiam estar abarrotados de papéis muito abaixo do valor que o mercado esperava.

Eram os créditos "subprime": operações hipotecárias americanas, feitas para um clientela de alto risco, que eram convertidos em títulos que rendiam altos juros para investidores nos EUA, na Europa e na Ásia, pelos mecanismos da globalização financeira.

Esse medo geral começou a paralisar o mercado de crédito global: ninguém sabia o tamanho das perdas do outro, o que dificultava a circulação regular de dinheiro.

O panorama começou a mudar quando o Federal Reserve (banco central americano) e demais bancos centrais do planeta começaram a oferecer dinheiro aos bancos, para evitar que a crise piorasse. O Fed tomou uma atitude ainda mais drástica e cortou os juros básicos dos EUA, numa dimensão que ninguém esperava. Dessa forma, sinalizou que estava disposto a evitar que a maior economia do planeta, e epicentro da crise, caísse em recessão, prejudicando o restante do mundo.

Hoje, investidores e analistas esperam que o Fed volte a cortar os juros básicos, para estimular ainda a economia americana. A perspectiva de uma recessão não está debelada de todo, mas não é a possibilidade principal: muitos esperam somente uma desaceleração moderada, com inflação sob controle.

 

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