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Trip leva Total e domina rotas regionais
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MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
A companhia aérea Trip comprou a operação de passageiros da Total Linhas Aéreas, em um negócio que vai garantir a ela 63,2% dos vôos regionais no Brasil e criará a maior empresa do segmento da América do Sul. Ambas possuem atualmente 1,2% dos vôos domésticos (regionais ou não).
A incorporação das linhas regulares da Total pela Trip está sujeita à aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que regula o setor aéreo, e a expectativa é que o negócio seja concretizado a partir de janeiro do ano que vem.
Oficialmente, as duas empresas anunciaram uma "fusão da operação de passageiros". Mas, segundo a Folha apurou, a Trip fechou contrato para, na prática, adquirir a malha da Total (por meio da transferência de contratos de leasing de aviões e da incorporação pela Trip de cerca de 400 funcionários da Total, por exemplo), assim como a marca da companhia.
A Total manteve a sua operação de cargas. Seus acionistas receberam parte em espécie e parte em ações (passarão a ter 10% da nova empresa). A Trip vai optar por manter as duas marcas por enquanto.
"O mercado regional está em franco crescimento", disse José Mario Caprioli, presidente da Trip. "O crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] fora dos grandes centros urbanos é maior do que o das grandes cidades, e a aviação regional cresce quase duas vezes a nacional", completou.
Uma companhia é considerada regional quando seu foco de negócios é a operação com aviões abaixo de 90 assentos. Caprioli definiu a incorporação das linhas da Total como "uma espécie de consolidação do mercado aéreo regional".
"Acreditamos que o mercado de aviação regional esteja muito fragmentado no Brasil", disse. "Estamos desenhando esse negócio há quatro meses. É uma coincidência anunciarmos no meio da crise da BRA", disse, ao destacar que as empresas não pretendem competir nas rotas ocupadas por empresas como TAM e Gol.
Atualmente, a Trip, com sede em Campinas (SP), voa para 34 cidades brasileiras e concentra suas operações principalmente no Centro-Oeste e no Norte. Opera dez aviões e transportou 300 mil passageiros no ano passado. Para este ano, espera uma alta de 50% na sua demanda e transportar quase 500 mil passageiros. Possui 0,58% do mercado, segundo a Anac.
Já a Total transporta cerca de 40 mil passageiros por mês, atende 28 cidades brasileiras e tem como sede e base de operações o aeroporto da Pampulha (MG). Opera principalmente em cidades do Norte, assim como em Brasília e em Minas Gerais. Possui 0,6% do mercado.
Juntas, as duas voam para 62 cidades. Com o negócio, a Trip, que estuda abrir o capital em 2009, espera chegar no ano que vem a 70 cidades atendidas. Um ponto que favorecerá a operação é que as frotas das empresas são formadas pelo mesmo tipo de avião, todos ATR-42 (entre 45 e 50 assentos) e ATR-72 (entre 66 e 70 assentos), o que reduz custos.
Hoje, o mercado regional representa cerca de 2% dos vôos regulares do país. Segundo o presidente da Trip, nos EUA e em países europeus o percentual chega a 20% do mercado.
De acordo com o Nectar (Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo), do ITA, de 1999 para cá, mais de 40 aeroportos do país deixaram de ser servidos por vôos regulares.
"Será uma regional de grandes proporções, que vai atender praticamente todas as regiões brasileiras", analisou o consultor Paulo Bittencourt Sampaio, que desenhou o programa de suplementação tarifária para incentivar a aviação regional nos anos 70. "E a frota padronizada ajuda a reduzir custos, inclusive de treinamento de tripulação."
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