04/09/2002 - 14h17

IPC acumula 3,03% em 2002, mas Fipe mantém previsão de 4,5% no ano

IVONE PORTES
da Folha Online

O município de São Paulo acumula inflação de 3,03% de janeiro a agosto, segundo dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Em 12 meses, o IPC acumula alta de 5,03%.

No acumulado do ano, até agosto, as maiores altas são dos grupos saúde e educação, com aumentos de 4,90% e 5,87%, respectivamente. Esses dois itens, porém, têm peso menor na formação do índice.

Os grupos habitação, alimentação e transportes, que mais contribuem com a formação do IPC, subiram, na ordem, 2,95%, 3,36% e 2,03% até agosto.

Despesas pessoais e vestuário acumulam altas de 2,76% e 1,31%, respectivamente, de janeiro a agosto.

Apesar de o IPC já acumular 3,03% até agosto, o economista e coordenador de pesquisa do índice, Heron do Carmo, mantém a previsão de inflação de 4,5% para o ano.

Na avaliação do economista, o índice de inflação de São Paulo não deve ultrapassar 0,5% em cada um dos meses que faltam para o encerramento do ano, incluindo setembro. De acordo com Heron, setembro deve fechar com inflação em torno de 0,30%.

Ele avalia que a pressão dos preços dos alimentos nos próximos meses será menor e que não haverá impactos de reajustes de preços administrados. Além disso, a redução do preço do gás ainda terá efeito no índice em setembro.

Para se ter uma idéia, em setembro de 2000 e de 2001, a inflação de São Paulo ficou, respectivamente, em 0,27% e 0,32%.

Quanto à possibilidade de a Petrobras elevar o preço dos combustíveis após as eleições, Heron acha improvável.

"Se aumentar, será gradualmente. Dificilmente haverá uma elevação de preço abrupta. Se isso ocorresse, seria evidente o uso eleitoral, o que prejudicaria a imagem da empresa'', disse.

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