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22/04/2004
-
10h08
ELAINE COTTA
da Folha Online
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a subir e, em março, bateu novamente o recorde histórico de 20,6% --o mesmo percentual atingido nos meses de abril, maio e setembro de 2003.
Esse é o maior patamar registrado desde que a pesquisa de emprego e desemprego da Fundação Seade/Dieese começou a ser realizada, em janeiro de 1985, e é a pior taxa já registrada para um mês de março. Em Em fevereiro, a taxa havia sido de 19,8%.
Segundo o Seade, no mês passado, o número estimado de pessoas sem emprego era de 2 milhões. Isso significa que 74 mil pessoas passaram a engrossar a lista de desempregados de São Paulo.
O aumento na taxa em março foi resultado da redução de 87 mil vagas na indústria, 27 mil no setor de serviços e 15 mil no comércio. O ritmo de demissões foi atenuado porque foram criadas 35 mil vagas no setor de serviços domésticos e na construção civil.
Houve ainda um aumento significativo na taxa de desemprego aberto --as pessoas que procuraram trabalho nos últimos 30 dias-- que passou de 12,6% para 13,3% em março. O chamado desemprego oculto --que mensura os autônomos- cresceu de 5% para 5,1%.
O número do desemprego não foi maior porque, normalmente, as pessoas param de procurar trabalho no primeiro trimestre do ano. Isso, segundo a coordenadora da pesquisa de emprego do Seade, Paula Montagner, reduz a pressão sobre o indicador.
Estimativas
Para o mês de abril, Paula espera uma taxa semelhante com um número maior de desempregados. "A partir de abril as pessoas devem voltar a procurar emprego pois a partir do segundo trimestre começam a ser gerados alguns postos de trabalho", disse.
O aumento do desemprego no primeiro trimestre é uma característica sazonal. As empresas, principalmente o comércio, costumam contratar no final de ano por conta do Natal e desaceleram a produção e as vendas no começo do ano.
"Em abril devem ser gerados postos de trabalho, o que mesmo assim está longe de ser o melhor dos mundos", afirmou Paula. O primeiro trimestre deste ano, de acordo com o Seade, foi o terceiro pior trimestre depois de 1992 e 2002.
Nos primeiros três meses deste ano, foram eliminados 306 mil postos de trabalho. No mesmo período de 2002 haviam sido 332 mil e em 1992, 472 mil --é bom lembrar que 2002.
Consumo
Dentro da indústria, os segmentos que mais cortaram vagas foram a indústria de alimentos e gráfica e papel. "A queda na indústria de alimentos foi muito intensa do que o esperado", afirma a coordenadora da pesquisa de emprego do Seade, Paula Montagner.
A explicação para esse movimento na indústria alimentícia, segundo Paula, é a queda no consumo, resultado do constante encolhimento da renda do trabalhador.
Já o fim da sazonalidade início às aulas --quando se produz muito material didático-- justifica o corte de postos de trabalho no setor gráfico, de acordo com o Seade. A oferta de trabalho reduziu 10% no setor e 16% na indústria de alimentos em março.
Jovens e mulheres
Quando se analisa quem foram os mais afetados pela queda na oferta de trabalho, os jovens com idade entre 18 e 24 anos e as mulheres aparecerem como os mais prejudicados. A taxa de desemprego entre as mulheres cresceu de 52,1% para 52,4% em março e dos jovens, saltou de 32,6% para 34,1%.
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da Folha Online
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a subir e, em março, bateu novamente o recorde histórico de 20,6% --o mesmo percentual atingido nos meses de abril, maio e setembro de 2003.
Esse é o maior patamar registrado desde que a pesquisa de emprego e desemprego da Fundação Seade/Dieese começou a ser realizada, em janeiro de 1985, e é a pior taxa já registrada para um mês de março. Em Em fevereiro, a taxa havia sido de 19,8%.
Segundo o Seade, no mês passado, o número estimado de pessoas sem emprego era de 2 milhões. Isso significa que 74 mil pessoas passaram a engrossar a lista de desempregados de São Paulo.
O aumento na taxa em março foi resultado da redução de 87 mil vagas na indústria, 27 mil no setor de serviços e 15 mil no comércio. O ritmo de demissões foi atenuado porque foram criadas 35 mil vagas no setor de serviços domésticos e na construção civil.
Houve ainda um aumento significativo na taxa de desemprego aberto --as pessoas que procuraram trabalho nos últimos 30 dias-- que passou de 12,6% para 13,3% em março. O chamado desemprego oculto --que mensura os autônomos- cresceu de 5% para 5,1%.
O número do desemprego não foi maior porque, normalmente, as pessoas param de procurar trabalho no primeiro trimestre do ano. Isso, segundo a coordenadora da pesquisa de emprego do Seade, Paula Montagner, reduz a pressão sobre o indicador.
Estimativas
Para o mês de abril, Paula espera uma taxa semelhante com um número maior de desempregados. "A partir de abril as pessoas devem voltar a procurar emprego pois a partir do segundo trimestre começam a ser gerados alguns postos de trabalho", disse.
O aumento do desemprego no primeiro trimestre é uma característica sazonal. As empresas, principalmente o comércio, costumam contratar no final de ano por conta do Natal e desaceleram a produção e as vendas no começo do ano.
"Em abril devem ser gerados postos de trabalho, o que mesmo assim está longe de ser o melhor dos mundos", afirmou Paula. O primeiro trimestre deste ano, de acordo com o Seade, foi o terceiro pior trimestre depois de 1992 e 2002.
Nos primeiros três meses deste ano, foram eliminados 306 mil postos de trabalho. No mesmo período de 2002 haviam sido 332 mil e em 1992, 472 mil --é bom lembrar que 2002.
Consumo
Dentro da indústria, os segmentos que mais cortaram vagas foram a indústria de alimentos e gráfica e papel. "A queda na indústria de alimentos foi muito intensa do que o esperado", afirma a coordenadora da pesquisa de emprego do Seade, Paula Montagner.
A explicação para esse movimento na indústria alimentícia, segundo Paula, é a queda no consumo, resultado do constante encolhimento da renda do trabalhador.
Já o fim da sazonalidade início às aulas --quando se produz muito material didático-- justifica o corte de postos de trabalho no setor gráfico, de acordo com o Seade. A oferta de trabalho reduziu 10% no setor e 16% na indústria de alimentos em março.
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