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22/04/2004
-
15h34
ELAINE COTTA
da Folha Online
O rendimento médio real do trabalhador da região metropolitana de São Paulo ficou 3,3% menor no mês de fevereiro e passou a ser de R$ 953, segundo dados da pesquisa de emprego e desemprego divulgada hoje pelo Seade.
Essa foi a terceira queda consecutiva e o pior valor desde setembro do ano passado (R$ 936). Em janeiro, o rendimento médio havia sido de R$ 985 e, em dezembro de 2003, de R$ 996. A última vez que a renda ficou acima dos R$ 1.000 foi em fevereiro de 2002 --R$ 1.026.
"Esses dados mostram que aumentou a desigualdade de renda na região metropolitana de São Paulo. A massa de rendimento atingiu o terceiro pior nível desde 1993 e 2003", afirmou Paula Montagner, coordenadora de pesquisa do Seade.
A pesquisa mostra ainda que, em fevereiro, o salário médio do trabalhador assalariado --com registro em carteira-- diminuiu 2,1%, depois de ter registrado dois meses consecutivos de estabilidade, e passou a ser de R$ 1.007.
No setor privado, o salário médio dos trabalhadores com registrou recuou 3% e caiu para R$ 1.035. Já os funcionários que trabalham como autônomos tiveram uma renda 1,6% menor, de R$ 692.
O rendimento médio do setor privado --aqui incluindo trabalhadores com e sem registro em carteira-- diminuiu 2,4%. Essa queda foi influenciada pelos cortes da vagas nos setores de serviços, onde a renda caiu 3,6%, indústria (1,3%) e comércio (0,4%).
Para Paula, esse movimento é resultado do enfraquecimento do mercado interno, que tem sido prejudicado pelos juros altos e pela queda no consumo, que fecha um ciclo negativo na economia.
Se não há renda, o consumo cai. Com consumo em baixa, as empresas vendem menos e por isso não contratam e cortam postos de trabalho. Com o desemprego, a renda diminuiu mais ainda, contraindo mais o consumo. E fecha-se o ciclo negativo.
Projeções
As expectativas de Paula também não são otimistas. "A geração de emprego será ainda incipiente e a expectativa é de mais queda na renda em março", afirmou.
Hoje, o Seade divulgou que a taxa de desemprego bateu 20,6% em março na região metropolitana de São Paulo, um percentual recorde registrado apenas em outras três oportunidades desde a criação do indicador, em 1985.
Os dados da pesquisa do Seade mostram ainda que o valor máximo recebido pelos 10% da população ocupada mais pobre caiu de R$ 202 para R$ 200 entre janeiro e fevereiro. Entre os 10% mais ricos, a renda média recuou de 2.025 para R$ 1.996.
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O rendimento médio real do trabalhador da região metropolitana de São Paulo ficou 3,3% menor no mês de fevereiro e passou a ser de R$ 953, segundo dados da pesquisa de emprego e desemprego divulgada hoje pelo Seade.
Essa foi a terceira queda consecutiva e o pior valor desde setembro do ano passado (R$ 936). Em janeiro, o rendimento médio havia sido de R$ 985 e, em dezembro de 2003, de R$ 996. A última vez que a renda ficou acima dos R$ 1.000 foi em fevereiro de 2002 --R$ 1.026.
"Esses dados mostram que aumentou a desigualdade de renda na região metropolitana de São Paulo. A massa de rendimento atingiu o terceiro pior nível desde 1993 e 2003", afirmou Paula Montagner, coordenadora de pesquisa do Seade.
A pesquisa mostra ainda que, em fevereiro, o salário médio do trabalhador assalariado --com registro em carteira-- diminuiu 2,1%, depois de ter registrado dois meses consecutivos de estabilidade, e passou a ser de R$ 1.007.
No setor privado, o salário médio dos trabalhadores com registrou recuou 3% e caiu para R$ 1.035. Já os funcionários que trabalham como autônomos tiveram uma renda 1,6% menor, de R$ 692.
O rendimento médio do setor privado --aqui incluindo trabalhadores com e sem registro em carteira-- diminuiu 2,4%. Essa queda foi influenciada pelos cortes da vagas nos setores de serviços, onde a renda caiu 3,6%, indústria (1,3%) e comércio (0,4%).
Para Paula, esse movimento é resultado do enfraquecimento do mercado interno, que tem sido prejudicado pelos juros altos e pela queda no consumo, que fecha um ciclo negativo na economia.
Se não há renda, o consumo cai. Com consumo em baixa, as empresas vendem menos e por isso não contratam e cortam postos de trabalho. Com o desemprego, a renda diminuiu mais ainda, contraindo mais o consumo. E fecha-se o ciclo negativo.
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As expectativas de Paula também não são otimistas. "A geração de emprego será ainda incipiente e a expectativa é de mais queda na renda em março", afirmou.
Hoje, o Seade divulgou que a taxa de desemprego bateu 20,6% em março na região metropolitana de São Paulo, um percentual recorde registrado apenas em outras três oportunidades desde a criação do indicador, em 1985.
Os dados da pesquisa do Seade mostram ainda que o valor máximo recebido pelos 10% da população ocupada mais pobre caiu de R$ 202 para R$ 200 entre janeiro e fevereiro. Entre os 10% mais ricos, a renda média recuou de 2.025 para R$ 1.996.
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