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11/06/2004
-
20h15
YANA MARULL
da France Presse
O países do G77, grupo que reúne os países em desenvolvimento, comemorou nesta sexta-feira em São Paulo o 40º aniversário com o mesmo desafio que marcou seu nascimento em 1964: incluir as reivindicações das nações mais pobres na agenda internacional.
O grupo se reuniu hoje em São Paulo, dois dias antes da abertura da 11ª reunião da Unctad (Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento), que discute a inserção dos países em desenvolvimento nas negociações multilaterais do comércio exterior.
"Os países em desenvolvimento devem fortalecer a mensagem para uma agenda multilateral que inclua o desenvolvimento no centro dos debates", disse o ministro da Economia do Qatar, Mohammed Bin Ahmed Bin Jassim Al-Thani, que preside o G77.
O Grupo dos 77 foi criado em 15 de junho de 1964, em plena Guerra Fria, quando 77 países em desenvolvimento adotaram na conclusão da primeira Unctad uma declaração conjunta. O grupo é composto hoje por 135 países, incluindo a China, é o maior representante de nações em desenvolvimento, com o objetivo é defender seus interesses na arena internacional.
Apesar de os principais objetivos do G77 seguirem firmes, o grupo destacou alguns avanços e, sobretudo, uma conjuntura atual estimulante, com um sensível incremento do comércio e das relações entre esses países, algo defendido pelo governo do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
"As questões que estavam na agenda do G77 em 1964 continuam válidas, como as assimetrias do sistema de comercial internacional, o insuficiente fluxo de assistência oficial ao desenvolvimento, o problema da dívida, a volatilidade dos mercados de matérias-primas e o desmantelamento das barreiras protecionistas nos mercados dos países desenvolvidos", assinala a declaração que os ministros do Comércio do G77 esperam assinar neste sábado.
"Ninguém hoje em dia pode dizer que foi cumprida a tarefa inicial do G77 de criar no mundo um melhor sistema econômico", disse na reunião o secretário-geral da Unctad (Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento), Rubens Ricupero.
Ricupero delineou os principais desejos das nações pobres, entre eles que o desenvolvimento e o combate à pobreza ocupem um papel essencial nas negociações comerciais internacionais e que as relações econômicas do hemisfério sul se fortaleçam com o lançamento de uma nova rodada de preferências comerciais só para países em desenvolvimento, paralela à OMC, prevista para os próximos dias em São Paulo.
Uma terceira questão básica é evitar que a reforma da ONU desvie o atendimento "dos problemas do desenvolvimento, porque há um risco de que aconteça uma omissão caso se concentre nas chamadas novas ameaças, da paz, a segurança e o terrorismo", afirmou Ricupero.
"Se existe uma rodada de negociações dentro da OMC (Organização Mundial do Comércio) que se chama 'de desenvolvimento', deve-se à mobilização que ocorreu todos estes anos. Se podemos agora iniciar uma rodada de negociações comerciais entre países em desenvolvimento deve-se ao trabalho realizado nestes anos", disse o subsecretário de Assuntos Econômicos da Chancelaria brasileira, Clodoaldo Hugueney.
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O países do G77, grupo que reúne os países em desenvolvimento, comemorou nesta sexta-feira em São Paulo o 40º aniversário com o mesmo desafio que marcou seu nascimento em 1964: incluir as reivindicações das nações mais pobres na agenda internacional.
O grupo se reuniu hoje em São Paulo, dois dias antes da abertura da 11ª reunião da Unctad (Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento), que discute a inserção dos países em desenvolvimento nas negociações multilaterais do comércio exterior.
"Os países em desenvolvimento devem fortalecer a mensagem para uma agenda multilateral que inclua o desenvolvimento no centro dos debates", disse o ministro da Economia do Qatar, Mohammed Bin Ahmed Bin Jassim Al-Thani, que preside o G77.
O Grupo dos 77 foi criado em 15 de junho de 1964, em plena Guerra Fria, quando 77 países em desenvolvimento adotaram na conclusão da primeira Unctad uma declaração conjunta. O grupo é composto hoje por 135 países, incluindo a China, é o maior representante de nações em desenvolvimento, com o objetivo é defender seus interesses na arena internacional.
Apesar de os principais objetivos do G77 seguirem firmes, o grupo destacou alguns avanços e, sobretudo, uma conjuntura atual estimulante, com um sensível incremento do comércio e das relações entre esses países, algo defendido pelo governo do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
"As questões que estavam na agenda do G77 em 1964 continuam válidas, como as assimetrias do sistema de comercial internacional, o insuficiente fluxo de assistência oficial ao desenvolvimento, o problema da dívida, a volatilidade dos mercados de matérias-primas e o desmantelamento das barreiras protecionistas nos mercados dos países desenvolvidos", assinala a declaração que os ministros do Comércio do G77 esperam assinar neste sábado.
"Ninguém hoje em dia pode dizer que foi cumprida a tarefa inicial do G77 de criar no mundo um melhor sistema econômico", disse na reunião o secretário-geral da Unctad (Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento), Rubens Ricupero.
Ricupero delineou os principais desejos das nações pobres, entre eles que o desenvolvimento e o combate à pobreza ocupem um papel essencial nas negociações comerciais internacionais e que as relações econômicas do hemisfério sul se fortaleçam com o lançamento de uma nova rodada de preferências comerciais só para países em desenvolvimento, paralela à OMC, prevista para os próximos dias em São Paulo.
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