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07/07/2004
-
12h51
ELAINE COTTA
da Folha Online, em Brasília
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) rebateu indiretamente as declarações feitas pelo ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, e que praticamente desmentiam nota divulgada ontem pelo ministério informando que a Argentina iria adiar a implantação das restrições às importações de eletrodomésticos brasileiros.
Ontem à noite, logo após Furlan afirmar que Lavagna havia concordado em adiar a entrada em vigor das medidas, Lavagna disse ao jornal argentino "La Nación" que a resolução que estabelece as barreiras comerciais, já havia sido publicada no "Boletim Oficial" e, portanto, já se encontraria vigente. Ele também negou afirmação de Furlan de que a medida precisaria de um regulamentação adicional para entrar em vigor.
"A solução adequada é o diálogo. Sócios dialogam e buscam entendimento. Sócios não fazem guerra pela mídia porque isso não constrói nada", afirmou Furlan durante cerimônia realizada hoje no Itamaraty, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente mexicano Vicente Fox.
Anteontem, Lavagna decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los. A Argentina também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
Segundo Furlan, na próxima quarta-feira está marcada uma reunião entre técnicos do Ministério do Desenvolvimento do Brasil e da Secretária de Indústria da Argentina, comandado pelo secretário Alberto Dummont. O objetivo é chegar a um consenso o quanto antes e eliminar as barreiras aos produtos brasileiros.
O tema também deve ser alvo de discussões durante o encontro de presidente do Mercosul, que acontece em Puerto Iguazú, na Argentina. Furlan irá acompanhar o presidente Lula na comitiva que viaja ao país vizinho hoje à tarde que contará ainda com a presença do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Contencioso
Segundo Furlan, o objetivo do Brasil é chegar a um consenso por meio do diálogo. "A solução vai sair pela negociação", disse.
"A nossa conversa vai ser uma conversa sem animosidade, de negócios. E eu acredito que vamos encontrar um caminho satisfatório para evitar um contencioso", disse Furlan.
Ontem, na nota em que comentou a decisão Argentina, o Ministério do Desenvolvimento não descartou a possibilidade de acessar os regras do Mercosul e até a OMC (Organização Mundial do Comércio) para encontrar uma saída para o problema.
De acordo com o Itamaraty, a intenção do governo brasileiro é chegar a um consenso o quanto antes e evitar contenciosos legais, tanto no Mercosul quanto na OMC, considerada como "o último recurso" pelo Ministério das Relações Exteriores.
Para o Itamaraty, esse tipo de problema é "normal" quando há um comércio muito intenso entre dois países, como é o caso de Brasil e Argentina. No ano passado, o país vizinho foi o segundo maior parceiro do Brasil, superado apenas pelos EUA.
A expectativa é que o problema seja solucionado por meio do diálogo, como aconteceu recentemente, quando a Argentina tentou frear a entrada de produtos têxteis brasileiros alegando uma "invasão verde-e-amarela".
Em janeiro deste ano, empresários dos setores têxteis do Brasil e da Argentina chegaram a um acordo para regularizar as vendas dos produtos brasileiros para o mercado do país vizinho.
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da Folha Online, em Brasília
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) rebateu indiretamente as declarações feitas pelo ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, e que praticamente desmentiam nota divulgada ontem pelo ministério informando que a Argentina iria adiar a implantação das restrições às importações de eletrodomésticos brasileiros.
Ontem à noite, logo após Furlan afirmar que Lavagna havia concordado em adiar a entrada em vigor das medidas, Lavagna disse ao jornal argentino "La Nación" que a resolução que estabelece as barreiras comerciais, já havia sido publicada no "Boletim Oficial" e, portanto, já se encontraria vigente. Ele também negou afirmação de Furlan de que a medida precisaria de um regulamentação adicional para entrar em vigor.
"A solução adequada é o diálogo. Sócios dialogam e buscam entendimento. Sócios não fazem guerra pela mídia porque isso não constrói nada", afirmou Furlan durante cerimônia realizada hoje no Itamaraty, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente mexicano Vicente Fox.
Anteontem, Lavagna decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los. A Argentina também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
Segundo Furlan, na próxima quarta-feira está marcada uma reunião entre técnicos do Ministério do Desenvolvimento do Brasil e da Secretária de Indústria da Argentina, comandado pelo secretário Alberto Dummont. O objetivo é chegar a um consenso o quanto antes e eliminar as barreiras aos produtos brasileiros.
O tema também deve ser alvo de discussões durante o encontro de presidente do Mercosul, que acontece em Puerto Iguazú, na Argentina. Furlan irá acompanhar o presidente Lula na comitiva que viaja ao país vizinho hoje à tarde que contará ainda com a presença do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Contencioso
Segundo Furlan, o objetivo do Brasil é chegar a um consenso por meio do diálogo. "A solução vai sair pela negociação", disse.
"A nossa conversa vai ser uma conversa sem animosidade, de negócios. E eu acredito que vamos encontrar um caminho satisfatório para evitar um contencioso", disse Furlan.
Ontem, na nota em que comentou a decisão Argentina, o Ministério do Desenvolvimento não descartou a possibilidade de acessar os regras do Mercosul e até a OMC (Organização Mundial do Comércio) para encontrar uma saída para o problema.
De acordo com o Itamaraty, a intenção do governo brasileiro é chegar a um consenso o quanto antes e evitar contenciosos legais, tanto no Mercosul quanto na OMC, considerada como "o último recurso" pelo Ministério das Relações Exteriores.
Para o Itamaraty, esse tipo de problema é "normal" quando há um comércio muito intenso entre dois países, como é o caso de Brasil e Argentina. No ano passado, o país vizinho foi o segundo maior parceiro do Brasil, superado apenas pelos EUA.
A expectativa é que o problema seja solucionado por meio do diálogo, como aconteceu recentemente, quando a Argentina tentou frear a entrada de produtos têxteis brasileiros alegando uma "invasão verde-e-amarela".
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