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28/07/2004
-
12h15
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Com o anúncio da saída de um diretor do Banco Central envolvido em denúncia de sonegação, o governo agiu rápido para minimizar a repercussão negativa do caso e conseguiu indicar um substituto respeitado pelo mercado financeiro e com trânsito junto aos investidores estrangeiros. A avaliação é de economistas ouvidos pela Folha Online.
Hoje, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Augusto Candiota, pediu demissão, após a edição desta semana da revista "IstoÉ" informar que ele e o presidente do BC, Henrique Meirelles, são investigados por suspeita de sonegação fiscal e evasão de divisas. Para o lugar de Candiota, foi indicado Rodrigo Azevedo, 39, diretor do banco de investimentos CSFB/Garantia, que ainda será sabatinado pelo Senado.
"A orientação ortodoxa do Banco Central deve continuar. Não muda nada no trabalho de buscar reduzir a vulnerabilidade fiscal do Brasil", diz o economista do banco alemão Deutsche Bank, José Carlos Farias.
Para o estrategista do banco BNP Paribas, Alexandre Lintz, a mudança no BC não vai gerar uma piora dos principais indicadores do mercado financeiro, pois ocorre em um ambiente de estabilidade. Ele espera a continuidade do esforço do BC para reduzir a dívida pública atrelada ao dólar e recompor as reservas internacionais do país.
"O substituto tem um currículo excelente, conhece a dinâmica do mercado e tem um bom relacionamento com investidores estrangeiros para garantir uma percepção correta dos fundamentos da economia brasileira, que precisa de um ajuste fino, ou seja, crescer com a inflação sob controle", afirma Lintz.
O estrategista do BNP diz que o caso sobre as denúncias contra Candiota e Meirelles pode ainda gerar ruído político, mas é insuficiente para causar turbulências no mercado. Para o economista do Deutsche, ainda é cedo para se afirmar que "o caso morreu" com a saída de Candiota.
Já o economista da consultoria Global Station, Marcelo de Ávila, avalia que não se espera mudança na política econômica do governo. "Vai continuar imperando o conservadorismo, usando sempre como foco principal o controle da inflação. O próprio Azevedo não apostava em reduções do juro básico abaixo de 16% até o final do ano."
Ávila diz que partidos de oposição podem ainda usar a denúncia para atacar ainda mais o governo, motivos pelo ano de eleição municipal.
"Fatos assim são vistos como um prato cheio para atacar os que estão no poder. O que ainda se mostra estranho, no entanto, é a falta de exploração de partidos de oposição quanto ao uso das denúncias para ferir o governo", cita Ávila.
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Com o anúncio da saída de um diretor do Banco Central envolvido em denúncia de sonegação, o governo agiu rápido para minimizar a repercussão negativa do caso e conseguiu indicar um substituto respeitado pelo mercado financeiro e com trânsito junto aos investidores estrangeiros. A avaliação é de economistas ouvidos pela Folha Online.
Hoje, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Augusto Candiota, pediu demissão, após a edição desta semana da revista "IstoÉ" informar que ele e o presidente do BC, Henrique Meirelles, são investigados por suspeita de sonegação fiscal e evasão de divisas. Para o lugar de Candiota, foi indicado Rodrigo Azevedo, 39, diretor do banco de investimentos CSFB/Garantia, que ainda será sabatinado pelo Senado.
"A orientação ortodoxa do Banco Central deve continuar. Não muda nada no trabalho de buscar reduzir a vulnerabilidade fiscal do Brasil", diz o economista do banco alemão Deutsche Bank, José Carlos Farias.
Para o estrategista do banco BNP Paribas, Alexandre Lintz, a mudança no BC não vai gerar uma piora dos principais indicadores do mercado financeiro, pois ocorre em um ambiente de estabilidade. Ele espera a continuidade do esforço do BC para reduzir a dívida pública atrelada ao dólar e recompor as reservas internacionais do país.
"O substituto tem um currículo excelente, conhece a dinâmica do mercado e tem um bom relacionamento com investidores estrangeiros para garantir uma percepção correta dos fundamentos da economia brasileira, que precisa de um ajuste fino, ou seja, crescer com a inflação sob controle", afirma Lintz.
O estrategista do BNP diz que o caso sobre as denúncias contra Candiota e Meirelles pode ainda gerar ruído político, mas é insuficiente para causar turbulências no mercado. Para o economista do Deutsche, ainda é cedo para se afirmar que "o caso morreu" com a saída de Candiota.
Já o economista da consultoria Global Station, Marcelo de Ávila, avalia que não se espera mudança na política econômica do governo. "Vai continuar imperando o conservadorismo, usando sempre como foco principal o controle da inflação. O próprio Azevedo não apostava em reduções do juro básico abaixo de 16% até o final do ano."
Ávila diz que partidos de oposição podem ainda usar a denúncia para atacar ainda mais o governo, motivos pelo ano de eleição municipal.
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