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28/07/2004 - 11h18

Diretor do BC diz ter sido vítima de "libertinagem de imprensa"

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ELAINE COTTA
da Folha Online, em Brasília

Luiz Augusto Candiota, que renunciou hoje ao cargo de diretor de política monetária do Banco Central, disse ter sido vítima do que ele chama de "libertinagem de imprensa". Ele decidiu se afastar após ter sido alvo de denúncia publicada pela revista "IstoÉ" que o acusa de sonegação. Candiota, de acordo com a revista, teria omitido a existência de uma conta "milionária" no MTB Bank americano.

De acordo com a revista, a conta no MTB Bank registrou movimentação de US$ 1,2 milhão feita por Candiota entre 1999 e 2002. Candiota, no entanto, não teria declarado essas movimentações à Receita Federal. Ele só informou sobre a existência de uma conta no Citibank de Nassau, um paraíso fiscal.

"Sinto-me violentado pessoalmente e profissionalmente, sobretudo pela forma como a matéria é apresentada, dando a entender que teria me envolvido em operações fraudulentas, tendo ignorado a legislação e dela me distanciado como se fosse um marginal. Confesso, com sinceridade, não ter mais motivação para me manter no cargo", disse Candiota ao oficializar o seu pedido de demissão.

O diretor demissionário disse ter tomado conhecimento da reportagem que o acusa de sonegação, omissão fiscal e evasão de dividas "com surpresa e tristeza". "Sempre fui e continuarei sendo um defensor ardoroso da plena e irrestrita liberdade de imprensa, mas é importante frisar que fui vítima daquilo que chamo de libertinagem de imprensa", afirmou.

Candiota não respondeu às perguntas dos jornalistas. Ele apenas se restringiu a ler a carta de demissão encaminhada ao presidente do BC, Henrique Meirelles, e ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que aceitaram o seu pedido de exoneração imediata. O afastamento precisa agora ser oficializado pelo governo. Enquanto isso, a função será acumulada por um dos outros diretores do BC.

Na carta em que se despede do cargo, Candiota voltou mais uma vez a negar as acusações e disse que optou por se afastar do cargo para não prejudicar a imagem do Banco Central e do país. "Entendo que a minha permanência na função, a partir de agora, será prejudicial ao Banco Central, ao mercado financeiro e ao país, pois as acusações à minha pessoas acabam por atingir o órgão do qual faço parte" disse.

"Apenas lamento que pessoas que ocupam cargos públicos estejam sujeitas a tal tipo de acusações, sem qualquer responsabilidade por parte daqueles que as acusam aos quais se dá acesso irrestrito a dados que deveriam ser mantidos confidenciais e somente ser usados em processo regulares, por autoridades competentes e com amplo acesso aos supostos 'acusados'", afirmou.

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