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27/09/2004
-
15h44
IVONE PORTES
da Folha Online
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu indicações hoje de que a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) pode continuar subindo apesar do aumento do superávit primário (receitas menos despesas, excluídos os gastos com juros) anunciado pelo governo Lula na semana passada.
A meta de superávit deste ano foi elevada de 4,25% para 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A interpretação dos analistas é de que, com o aumento da meta, o BC poderia ser menos agressivo em futuras decisões sobre os juros porque, em tese, a economia maior de dinheiro para pagar juros contribuiria para esfriar a economia e reduzir pressões inflacionárias.
Segundo versões extra-oficiais, essa interpretação do mercado seria encampada pelo próprio governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria decidido pelo aumento do superávit para evitar um forte processo de elevação de juros --iniciado no dia 15 de setembro, quando o BC subiu a taxa básica de 16% para 16,25% ao ano e avisou que outros aumentos seriam feitos.
Meirelles, porém, afirmou que a política fiscal de superávits elevados não substitui a política monetária comandada pelo BC.
"Uma [política fiscal] não é substitutiva da outra [política monetária]. São ambas da maior importância. Porém, com atuação, com mecanismo de transmissão e com defasagens diferentes", disse Meirelles hoje em São Paulo.
O presidente do BC destacou que tanto a política fiscal como a política monetária são fundamentais para a estabilidade macroeconômica do país, para a estabilidade de preços e para o crescimento sustentado da economia.
"Sem as duas políticas bem feitas, não vamos conseguir fazer com que o Brasil tenha crescimentos sustentados e a taxas cada vez maiores", afirmou após a cerimônia de posse do novo presidente da ABBC (Associação Brasileira dos Bancos).
Meirelles disse ainda que o aumento do juro na última reunião do Copom não inviabiliza investimentos e mandou um recado aos empresários: "O Brasil está crescendo a taxas fortes neste ano e crescerá em 2005. Portanto, os empresários que querem manter a fatia de mercado, que querem manter a porção da sua empresa, têm que investir, porque o Brasil vai crescer, a demanda está crescendo".
"Os ajustes não são feitos para frear o crescimento. Muito pelo contrário. O ajuste é feito para que o crescimento seja sustentado não só no ano que vem, mas também nos anos seguintes", acrescentou.
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da Folha Online
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu indicações hoje de que a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) pode continuar subindo apesar do aumento do superávit primário (receitas menos despesas, excluídos os gastos com juros) anunciado pelo governo Lula na semana passada.
A meta de superávit deste ano foi elevada de 4,25% para 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A interpretação dos analistas é de que, com o aumento da meta, o BC poderia ser menos agressivo em futuras decisões sobre os juros porque, em tese, a economia maior de dinheiro para pagar juros contribuiria para esfriar a economia e reduzir pressões inflacionárias.
Segundo versões extra-oficiais, essa interpretação do mercado seria encampada pelo próprio governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria decidido pelo aumento do superávit para evitar um forte processo de elevação de juros --iniciado no dia 15 de setembro, quando o BC subiu a taxa básica de 16% para 16,25% ao ano e avisou que outros aumentos seriam feitos.
Meirelles, porém, afirmou que a política fiscal de superávits elevados não substitui a política monetária comandada pelo BC.
"Uma [política fiscal] não é substitutiva da outra [política monetária]. São ambas da maior importância. Porém, com atuação, com mecanismo de transmissão e com defasagens diferentes", disse Meirelles hoje em São Paulo.
O presidente do BC destacou que tanto a política fiscal como a política monetária são fundamentais para a estabilidade macroeconômica do país, para a estabilidade de preços e para o crescimento sustentado da economia.
"Sem as duas políticas bem feitas, não vamos conseguir fazer com que o Brasil tenha crescimentos sustentados e a taxas cada vez maiores", afirmou após a cerimônia de posse do novo presidente da ABBC (Associação Brasileira dos Bancos).
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