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03/10/2004
-
09h00
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Os diretores de grandes sites de compra e consultores acreditam que o crescimento das vendas on-line neste ano, mais expressiva que a do varejo tradicional, reflete uma "imunidade" parcial desse segmento às revezes econômicas.
Com um público consumidor com renda familiar entre R$ 3.000 e R$ 8.000 --37% dos internautas estão nesse intervalo, diz pesquisa da consultoria E-bit--, o varejo eletrônico tem clientes das classes de maior poder aquisitivo do país. E que são menos afetadas pelos trancos na economia.
"Levantamentos mostram que, quando a situação complica, é a classe média baixa que sofre primeiro os efeitos da retração. Até atingir o nosso público, leva algum tempo", diz Pedro Guasti, diretor da E-bit.
"Além disso, como esse canal de vendas é novo no país, ainda há um mercado grande a ser explorado. Só cerca de 2,5 milhões de pessoas fizeram uma compra pela internet uma vez na vida. Nossa população economicamente ativa ultrapassa 76 milhões."
O que segura uma expansão maior do setor é a exclusão digital. Para adquirir um computador gasta-se, em média R$ 1.800 --a renda média do trabalhador em São Paulo está em R$ 999.
O varejo virtual tem pouca relação com o antigo, aquele que nasceu há quatro anos no país e foi marcado por falhas gerenciais e problemas na distribuição e logística. Ainda são cometidos erros --metade das reclamações dos consumidores se referem a atrasos na entrega--, mas aconteceram mudanças.
Foi ampliado o volume de estoque dos sites de forma que, com o pedido em mãos, a mercadoria fosse despachada rapidamente. Quando a febre dos sites invadiu o país, as lojas tinham de solicitar a mercadoria comprada para a indústria e só depois enviavam o item ao cliente.
A própria cara dos sites foi alterada. Como a base de novos usuários cresceu, foi preciso tornar a navegação mais simples.
Também houve avanço com a criação de modelos híbridos de administração. O Extra.com, por exemplo, atua de forma conjunta com a rede Extra na área contábil e financeira. Mas possui mercadorias que formam um estoque exclusivo da loja virtual.
Há um ano, cada operação de compra no Extra.com equivalia a 1,3 itens. Hoje atinge 2,5, em média. É a venda para pessoas jurídicas (empresas) que tem tido altas maiores na demanda, diz a companhia. O site é a maior loja da rede de varejo Extra no segmento de DVDs e bicicletas, por exemplo.
"O número de pedidos de pessoas físicas tem crescido de 30% a 35% ao mês neste ano, sobre 2003. No caso de pessoa jurídica, a demanda dobrou", diz Jonas Ferreira, gerente-geral de comércio eletrônico do Extra.
O Mercado Livre, site de leilões virtuais, espera alcançar um aumento de 80% do volume total leiloado em relação a 2003. No ano passado, o montante atingiu R$ 270 milhões. Em 2002, foram R$ 180 milhões. Segundo a empresa, a sua receita equivale a 5% do valor negociado pelos internautas.
Receita maior não quer dizer lucro maior. Empresas como Submarino, Extra, Americanas.com e Mercador Livre dizem, porém, que atingiram o "break even" (ponto de equilíbrio, quando saem do vermelho) nos anos de 2002 e 2003, dependendo do caso.
Mas o otimismo impera: "Não consigo vislumbrar o momento em que esse mercado vai parar de crescer tão rápido", diz Flavio Jansen, diretor do site de comércio Submarino.
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Os diretores de grandes sites de compra e consultores acreditam que o crescimento das vendas on-line neste ano, mais expressiva que a do varejo tradicional, reflete uma "imunidade" parcial desse segmento às revezes econômicas.
Com um público consumidor com renda familiar entre R$ 3.000 e R$ 8.000 --37% dos internautas estão nesse intervalo, diz pesquisa da consultoria E-bit--, o varejo eletrônico tem clientes das classes de maior poder aquisitivo do país. E que são menos afetadas pelos trancos na economia.
"Levantamentos mostram que, quando a situação complica, é a classe média baixa que sofre primeiro os efeitos da retração. Até atingir o nosso público, leva algum tempo", diz Pedro Guasti, diretor da E-bit.
"Além disso, como esse canal de vendas é novo no país, ainda há um mercado grande a ser explorado. Só cerca de 2,5 milhões de pessoas fizeram uma compra pela internet uma vez na vida. Nossa população economicamente ativa ultrapassa 76 milhões."
O que segura uma expansão maior do setor é a exclusão digital. Para adquirir um computador gasta-se, em média R$ 1.800 --a renda média do trabalhador em São Paulo está em R$ 999.
O varejo virtual tem pouca relação com o antigo, aquele que nasceu há quatro anos no país e foi marcado por falhas gerenciais e problemas na distribuição e logística. Ainda são cometidos erros --metade das reclamações dos consumidores se referem a atrasos na entrega--, mas aconteceram mudanças.
Foi ampliado o volume de estoque dos sites de forma que, com o pedido em mãos, a mercadoria fosse despachada rapidamente. Quando a febre dos sites invadiu o país, as lojas tinham de solicitar a mercadoria comprada para a indústria e só depois enviavam o item ao cliente.
A própria cara dos sites foi alterada. Como a base de novos usuários cresceu, foi preciso tornar a navegação mais simples.
Também houve avanço com a criação de modelos híbridos de administração. O Extra.com, por exemplo, atua de forma conjunta com a rede Extra na área contábil e financeira. Mas possui mercadorias que formam um estoque exclusivo da loja virtual.
Há um ano, cada operação de compra no Extra.com equivalia a 1,3 itens. Hoje atinge 2,5, em média. É a venda para pessoas jurídicas (empresas) que tem tido altas maiores na demanda, diz a companhia. O site é a maior loja da rede de varejo Extra no segmento de DVDs e bicicletas, por exemplo.
"O número de pedidos de pessoas físicas tem crescido de 30% a 35% ao mês neste ano, sobre 2003. No caso de pessoa jurídica, a demanda dobrou", diz Jonas Ferreira, gerente-geral de comércio eletrônico do Extra.
O Mercado Livre, site de leilões virtuais, espera alcançar um aumento de 80% do volume total leiloado em relação a 2003. No ano passado, o montante atingiu R$ 270 milhões. Em 2002, foram R$ 180 milhões. Segundo a empresa, a sua receita equivale a 5% do valor negociado pelos internautas.
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