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21/01/2005
-
17h08
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Pela primeira vez no ano, o dólar fechou um dia com uma forte queda, acima de 1%. A moeda americana caiu 1,10% e terminou a sexta-feira valendo R$ 2,688. Essa cotação, a segunda menor do mês, desagrada os exportadores. O Banco Central fez uma intervenção, após um jejum de quatro dias.
No mundo, o dólar perde valor frente a outras moedas --principalmente o euro, iene e libra. Desde o fim do ano passado, o real segue essa tendência global. Nesta sexta-feira, a moeda americana voltou a registrar queda no mercado externo devido à preocupação dos investidores com o rumo dos juros e o déficit recorde nas contas dos EUA.
A entrada de divisas no Brasil também ajuda a valorizar o real, pois aumenta a oferta da moeda americana. Neste mês, dois bancos (Votorantim e Itaú) captaram US$ 225 milhões. O governo também aproveitou para obter recursos lá fora. Na quinta-feira, o Brasil lançou bônus na Europa e conseguiu 500 milhões de euros (US$ 650 milhões).
Até uma "má notícia" para o setor produtivo --como a alta dos juros anunciada na quarta-feira pelo Banco Central-- acaba favorecendo a queda do dólar. Explica-se: alguns investidores passam a vender a moeda americana e usar o dinheiro para comprar papéis que remuneram pela taxa de juros, como os títulos do governo.
Houve ainda uma razão técnica para a baixa do dólar: a redução dos negócios nesta sexta-feira como um reflexo do feriado em São Paulo (aniversário da cidade) na próxima terça. Os contratos fechados hoje serão liqüidados na próxima terça, após dois dias úteis (D+2, no jargão).
Como as corretoras de São Paulo vão funcionar na terça em esquema de plantão e não haverá muitos negócios, o mercado evitou fechar hoje alguns contratos. Nesse caso, lotes pequenos de venda da moeda americana conseguem derrubar a cotação.
Segundo o gerente de câmbio do banco Schahin, Daniel Szikszay, alguns bancos paulistas transferiram, desde ontem, o fechamento dos contratos de câmbio para outras praças (como Rio e Santos) que funcionam normalmente na próxima terça.
Durante a manhã, o Banco Central voltou a comprar dólar em leilão, após um jejum de quatro dias. Em geral, os leilões ocorrem à tarde (por volta das 15h), mas o BC fez a intervenção na primeira etapa de negócios já de olho na redução do giro de negócios à tarde.
Lá fora, o dia foi positivo para os países emergentes. O risco Brasil chegou a cair mais de 2%, aos 424 pontos. Uma alta forte do juro americano pode deixar os títulos desses países menos atraentes para o investidor. Mas o presidente do BC dos EUA, Alan Greenspan, é contra a idéia de subir a taxa de forma agressiva, informou hoje a nova edição da revista americana "BusinessWeek".
Apesar de baratear a importação de matérias-primas pelas empresas nacionais e estimular viagem ao exterior, a queda do dólar é criticada por exportadores e pelo ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), que defendem a moeda em R$ 3, a fim de evitar que os produtos brasileiros fiquem caros lá fora, prejudicando a balança comercial.
A última vez que o dólar teve uma queda acima de 1% foi no último dia 20 de dezembro, quando recuou 1,25%. Em janeiro, a menor cotação da moeda é de R$ 2,675 no fechamento do dia 3.
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Pela primeira vez no ano, o dólar fechou um dia com uma forte queda, acima de 1%. A moeda americana caiu 1,10% e terminou a sexta-feira valendo R$ 2,688. Essa cotação, a segunda menor do mês, desagrada os exportadores. O Banco Central fez uma intervenção, após um jejum de quatro dias.
No mundo, o dólar perde valor frente a outras moedas --principalmente o euro, iene e libra. Desde o fim do ano passado, o real segue essa tendência global. Nesta sexta-feira, a moeda americana voltou a registrar queda no mercado externo devido à preocupação dos investidores com o rumo dos juros e o déficit recorde nas contas dos EUA.
A entrada de divisas no Brasil também ajuda a valorizar o real, pois aumenta a oferta da moeda americana. Neste mês, dois bancos (Votorantim e Itaú) captaram US$ 225 milhões. O governo também aproveitou para obter recursos lá fora. Na quinta-feira, o Brasil lançou bônus na Europa e conseguiu 500 milhões de euros (US$ 650 milhões).
Até uma "má notícia" para o setor produtivo --como a alta dos juros anunciada na quarta-feira pelo Banco Central-- acaba favorecendo a queda do dólar. Explica-se: alguns investidores passam a vender a moeda americana e usar o dinheiro para comprar papéis que remuneram pela taxa de juros, como os títulos do governo.
Houve ainda uma razão técnica para a baixa do dólar: a redução dos negócios nesta sexta-feira como um reflexo do feriado em São Paulo (aniversário da cidade) na próxima terça. Os contratos fechados hoje serão liqüidados na próxima terça, após dois dias úteis (D+2, no jargão).
Como as corretoras de São Paulo vão funcionar na terça em esquema de plantão e não haverá muitos negócios, o mercado evitou fechar hoje alguns contratos. Nesse caso, lotes pequenos de venda da moeda americana conseguem derrubar a cotação.
Segundo o gerente de câmbio do banco Schahin, Daniel Szikszay, alguns bancos paulistas transferiram, desde ontem, o fechamento dos contratos de câmbio para outras praças (como Rio e Santos) que funcionam normalmente na próxima terça.
Durante a manhã, o Banco Central voltou a comprar dólar em leilão, após um jejum de quatro dias. Em geral, os leilões ocorrem à tarde (por volta das 15h), mas o BC fez a intervenção na primeira etapa de negócios já de olho na redução do giro de negócios à tarde.
Lá fora, o dia foi positivo para os países emergentes. O risco Brasil chegou a cair mais de 2%, aos 424 pontos. Uma alta forte do juro americano pode deixar os títulos desses países menos atraentes para o investidor. Mas o presidente do BC dos EUA, Alan Greenspan, é contra a idéia de subir a taxa de forma agressiva, informou hoje a nova edição da revista americana "BusinessWeek".
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