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26/04/2005 - 17h37

Governo declara "guerra ao juro", mas BC mantém taxa em alta

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JANAINA LAGE
PATRÍCIA ZIMMERMANN

da Folha Online, no Rio e Brasília

Integrantes do governo saíram hoje em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem culpou o brasileiro pelos juros altos, e "declararam guerra" às taxas cobradas pelos bancos para empréstimos e financiamentos.

As manifestações no governo acontecem uma semana após o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central subir pela oitava vez seguida o juro básico da economia brasileira, a Selic, que serve como piso para outras taxas cobradas no mercado. Ou seja, o governo influencia, por meio da Selic, a formação dos demais juros no país. Desde setembro do ano passado, a taxa já subiu 3,5 pontos percentuais e agora está em 19,5% ao ano.

Sempre crítico dos juros altos, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, concordou hoje com as declarações do presidente Lula e afirmou que cabe à sociedade "fazer pressão" contra as altas taxas de juros. "Não vamos tabelar as taxas cobradas pelos bancos. Quem tem que se defender é quem paga", afirmou Alencar após participar de evento no Rio de Janeiro.

O mesmo fez o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que também reforçou seu apoio ao presidente e pediu que a sociedade faça um "levante" contra os juros altos.

Até o presidente Lula voltou a tocar no assunto hoje, após dizer ontem que o "brasileiro não levanta o traseiro" para buscar um juro mais baixo. Hoje, Lula afirmou que a taxa básica não está prejudicando o crescimento econômico do país. Segundo ele, uma das razões desse crescimento é a criação de novas linhas de crédito para a população. "A verdade nua e crua é que a quantidade de dinheiro que está sendo jogada no mercado não estava prevista nos manuais da ordem econômica", afirmou Lula.

No setor privado, entretanto, as declarações de Lula repercutiram mal. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf , rebateu a crítica de que a sociedade seria acomodada e sugeriu que a "autoridade produtiva tome espaço da autoridade monetária" no país para que se alcance o desenvolvimento sustentável.

Microcrédito e BNDES

Para tentar minimizar os efeitos do aperto monetário na economia, principalmente entre a população de baixa renda, o governo anunciou que quer elevar de R$ 1.000 para R$ 5.000 o valor máximo dos empréstimos que podem ser concedidos para pequenos empreendedores dentro do programa oficial de microcrédito --cuja taxa de juro não pode superar 2% ao mês.

Outra medida no mesmo sentido, mas que contempla principalmente as empresas, veio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A diretoria do banco aprovou um pacote para baratear seus spreads --diferença entre as taxas de captação da instituição e os juros cobrados dos clientes.

Está entre as medidas do banco estatal a redução dos juros do Modermaq (Programa de Modernização do Parque Industrial Nacional) de 14,95% para até 13,95% ao ano.

O BNDES anunciou hoje também o aumento do financiamento do capital de giro associado ao investimento em operações indiretas automáticas. O percentual para micro empresa passou de até 50% para até 70%. O percentual referente a pequenas empresas subiu de até 25% para até 40%. Para as médias, passou de 20% para até 40%.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o governo Lula
  • Leia o que já foi publicado sobre as decisões do Copom
  • Leia o que já foi publicado sobre os juros
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