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10/06/2005 - 14h50

Dilma descarta racionar gás e diz que país suporta 2 semanas

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, afirmou hoje que o racionamento de gás natural ainda não começou e que o governo federal prepara um plano de contingenciamento para postergar ao máximo a redução no abastecimento.

Dilma também disse que o ministério prepara um levantamento dos consumidores para estudar em que áreas será possível substituir o insumo por outros combustíveis.
A ministra ainda afirmou que espera um "desenlace rápido" para a crise na Bolívia e que, no cenário que o ministério trabalha, o Brasil poderia agüentar por cerca de 15 dias.

Segundo ela, o fornecimento de gás não foi interrompido e que os únicos prejudicados, até o momento, foram os próprios bolivianos, já que houve a interrupção no fornecimento de "líquidos" (subprodutos da exploração de petróleo) para o país.

O Brasil importa da Bolívia cerca de 24 milhões de metros cúbicos de gás, sendo que, pelo menos 40% é consumido no Estado de São Paulo, com destaque para a região metropolitana da capital.

"Não começou nenhum racionamento. Nós estamos fazendo um movimento de postergar a necessidade de qualquer contingenciamento de gás. Como? Se não for necessário usar gás, por exemplo, na energia elétrica, não se usa", disse a ministra, durante entrevista à imprensa, após reunião do Conselho de Infra-estrutura da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Como nós estamos num momento de alta hidraulicidade [nível de abastecimento das comportas], nós não estamos precisando usar a geração térmica por razões energéticas", disse.

Ela acrescentou que, nas áreas onde realmente for necessário a utilização das termelétricas para o fornecimento de energia, vai ser estudada a substituição do gás por óleo combustível "sempre que for possível".

A ministra também afirmou que o governo trabalha com cenários para um possível agravamento da crise na Bolívia, com interrupção no curto e no médio prazo.

"No horizonte que nós estamos trabalhando, com um cenário médio, nós achamos que temos condição ainda de contornar esse problema por mais de duas semanas", afirmou.

Dilma não citou datas para terminar o levantamento das áreas em que será feito o contingenciamento ou a substituição dos insumos. A ministra também disse que não é possível saber neste momento quanto do consumo será cortado para fazer frente a uma eventual crise de abastecimento.

"Nós não vamos tomar nenhuma medida antes que seja amplamente divulgada", disse a ministra.

Crise política

Segundo a ministra, o Brasil acredita que a crise da Bolívia tem desenlaces súbitos e que, tanto pode ser encerrada no curtíssimo prazo quanto se arrastar por dias ou semanas. Ela também afirmou que o país acompanha "em tempo real" as informações sobre as turbulências políticas naquele país.

O novo presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez Veltzé, iniciou hoje sua gestão, sem que sua nomeação tenha interrompido totalmente as manifestações populares e o bloqueio de estradas.

Questionada sobre a hipótese de nacionalização da Petrobras, uma das exigências dos grupos políticos, ela disse: "o que nós podemos fazer é definir a nossa estratégia quanto à nacionalização" e que "a Petrobras fica na Bolívia até ter condições jurídicas para ficar". Ela acrescentou que "a nacionalização, em nenhum momento, parece ser uma expulsão da empresa".

Sobre o risco de um impacto nos preços do gás no Brasil por conta do agravamento político na Bolívia, Dilma respondeu que é uma "temeridade" fazer suposições neste momento de que o contrato de longo prazo, que prevê preços e condições de importação do gás, seria alterado de alguma forma.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que participou da reunião com a ministra, disse que ainda era "muito cedo" para falar em medidas de contingenciamento na indústria devido à crise boliviana.

"A Bolívia, nos últimos tempos, tem tido muitos altos e baixos, e muitas vezes a coisa se acomoda, depois volta a ter problemas. Então, há muitas dúvidas, vamos aguardar uns dias e aí nós vamos saber o que fazer", disse ele.

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