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23/06/2005
-
09h11
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A taxa básica de juros da economia, a Selic, deverá ficar no patamar atual de 19,75% ao ano por um longo período de tempo, segundo indicou hoje o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na ata de sua última reunião.
"O Comitê avaliou que a perspectiva de manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo no nível estabelecido em sua reunião de maio já seria capaz de proporcionar condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, não havendo, portanto, necessidade de prosseguir com o processo de ajuste iniciado na reunião de setembro de 2004", diz a ata da última reunião, divulgada hoje.
Entre setembro e maio, a taxa de juros passou por nove elevações e chegou a 19,75% ao ano. Na reunião de junho, realizada na semana passada, o Copom optou pela manutenção da taxa. A ata dessa reunião foi divulgada hoje.
De acordo com o documento, o processo de aumento de juros já surtiu efeito e houve uma redução dos focos de pressão inflacionária. Em maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) deu forte sinais de desaceleração, quando ficou em 0,49%, contra 0,87% no mês anterior.
O BC trabalha com o objetivo de que a inflação no ano, medida pelo IPCA, fique em 5,1%. A meta era de 4,5%, mas foi ajustada em setembro do ano passado. No entanto, a margem de tolerância foi mantida em 2,5 pontos percentuais. Por isso, a inflação pode chegar a até 7% neste ano.
Além da menor pressão sobre os preços, o comitê vê que o ritmo de expansão da economia está mais condizente com a oferta e que diminuíram os focos de inflação.
"A atividade econômica deverá continuar em expansão, mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Além disso, o Copom avalia que houve uma redução na persistência de focos localizados de pressão na inflação corrente a uma melhora do cenário externo, não obstante a elevação recente dos preços internacionais de petróleo."
No ano passado, a economia teve um crescimento de 4,9%. No primeiro trimestre do ano, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu apenas 0,3%.
A previsão de inflação do mercado caiu de 6,4%, no levantamento feito antes da reunião de maio, para 6,2% na pesquisa divulgada na semana passada. Para o BC, isso indica que as expectativas dos agentes de mercado começam a ser sensibilizadas por fatores como a acomodação do ritmo de crescimento da economia e a postura restritiva da política monetária.
Apesar de ver um cenário que contribui para a convergência das expectativas de inflação para a meta, o Copom reafirma que ficará atento a eventuais riscos que possam ameaçar o objetivo.
"Evidentemente, na eventualidade de se verificar uma exacerbação de riscos que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias", alerta a ata.
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da Folha Online, em Brasília
A taxa básica de juros da economia, a Selic, deverá ficar no patamar atual de 19,75% ao ano por um longo período de tempo, segundo indicou hoje o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na ata de sua última reunião.
"O Comitê avaliou que a perspectiva de manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo no nível estabelecido em sua reunião de maio já seria capaz de proporcionar condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, não havendo, portanto, necessidade de prosseguir com o processo de ajuste iniciado na reunião de setembro de 2004", diz a ata da última reunião, divulgada hoje.
Entre setembro e maio, a taxa de juros passou por nove elevações e chegou a 19,75% ao ano. Na reunião de junho, realizada na semana passada, o Copom optou pela manutenção da taxa. A ata dessa reunião foi divulgada hoje.
De acordo com o documento, o processo de aumento de juros já surtiu efeito e houve uma redução dos focos de pressão inflacionária. Em maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) deu forte sinais de desaceleração, quando ficou em 0,49%, contra 0,87% no mês anterior.
O BC trabalha com o objetivo de que a inflação no ano, medida pelo IPCA, fique em 5,1%. A meta era de 4,5%, mas foi ajustada em setembro do ano passado. No entanto, a margem de tolerância foi mantida em 2,5 pontos percentuais. Por isso, a inflação pode chegar a até 7% neste ano.
Além da menor pressão sobre os preços, o comitê vê que o ritmo de expansão da economia está mais condizente com a oferta e que diminuíram os focos de inflação.
"A atividade econômica deverá continuar em expansão, mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Além disso, o Copom avalia que houve uma redução na persistência de focos localizados de pressão na inflação corrente a uma melhora do cenário externo, não obstante a elevação recente dos preços internacionais de petróleo."
No ano passado, a economia teve um crescimento de 4,9%. No primeiro trimestre do ano, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu apenas 0,3%.
A previsão de inflação do mercado caiu de 6,4%, no levantamento feito antes da reunião de maio, para 6,2% na pesquisa divulgada na semana passada. Para o BC, isso indica que as expectativas dos agentes de mercado começam a ser sensibilizadas por fatores como a acomodação do ritmo de crescimento da economia e a postura restritiva da política monetária.
Apesar de ver um cenário que contribui para a convergência das expectativas de inflação para a meta, o Copom reafirma que ficará atento a eventuais riscos que possam ameaçar o objetivo.
"Evidentemente, na eventualidade de se verificar uma exacerbação de riscos que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias", alerta a ata.
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