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09/05/2001
-
17h25
A estudante Patrícia Luiza Pinto, 28, precisou lutar para melhorar as condições de ensino para o surdo e se formar em pedagogia no Unicentro (Centro Universitário Newton Paiva), em Belo Horizonte (MG).
Patrícia, que ficou surda depois de contrair meningite quando tinha 1 anos e 4 meses, passou por muitas dificuldades até conseguir se formar. "A instituição não tinha intérprete em língua de sinais, nem os professores sabiam como atender as minhas necessidades especiais", disse Patrícia, que nas apresentações de palestras e seminários saía da sala porque não conseguia acompanhá-los.
O diretor geral do Unicentro, Nominato Luiz do Couto e Silva, afirma que a instituição tentou atender essas necessidades. "Constantemente realizávamos reuniões com os professores para tentar melhorar o aprendizado da Patrícia", disse. Ele citou que a aluna tinha aulas extracurriculares de reforço além de apostilas e resumos das palestras.
"Desde o início do curso eu lutei para ter os meus direitos", afirmou, citando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, que não especifica a admissão de interpretes de língua de sinais, mas obriga todas as escolas regulares a atender os portadores de necessidades especiais através dos recursos materiais e humanos.
A instituição rebate a ex-aluna afirmando que a lei não era clara quanto à necessidade de disponibilizar um intérprete aos alunos surdos. 'Ela pedia uma coisa que não era regulamentado pelo Ministério da Educação, mas mesmo assim fornecemos outras ferramentas para melhorar o aprendizado da Patrícia', disse Couto e Silva.
Após a aprovação da portaria do MEC número 1.697, de 1999, que obriga as instituições de ensino superior a disponibilizar intérprete aos alunos surdos, a instituição passou a oferecer o benefício para Patrícia, mas não em todas as aulas.
"Apesar de ter cursado apenas o último semestre com a ajuda de intérprete, acho que a minha luta valeu apenas, porque o reitor acabou reconhecendo as necessidades dos surdos", disse ela. No dia da da formatura o Unicentro contratou dois intérpretes para traduzir a cerimonia.
Hoje, Patrícia trabalha como pedagoga na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da capital mineira, onde atende especialmente os surdos e também dá aula de Libras (Língua de Sinais Brasileira).
Patrícia faz também pós-graduação em Psicopedagogia, com ênfase em educação especial, na PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), onde tem a ajuda de uma intérprete. "Quero tentar melhorar a educação dos surdos no Brasil", afirma ela. (JCB)
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Pedagoga enfrentou faculdade para ter direito ao intérprete
da Folha OnlineA estudante Patrícia Luiza Pinto, 28, precisou lutar para melhorar as condições de ensino para o surdo e se formar em pedagogia no Unicentro (Centro Universitário Newton Paiva), em Belo Horizonte (MG).
Patrícia, que ficou surda depois de contrair meningite quando tinha 1 anos e 4 meses, passou por muitas dificuldades até conseguir se formar. "A instituição não tinha intérprete em língua de sinais, nem os professores sabiam como atender as minhas necessidades especiais", disse Patrícia, que nas apresentações de palestras e seminários saía da sala porque não conseguia acompanhá-los.
O diretor geral do Unicentro, Nominato Luiz do Couto e Silva, afirma que a instituição tentou atender essas necessidades. "Constantemente realizávamos reuniões com os professores para tentar melhorar o aprendizado da Patrícia", disse. Ele citou que a aluna tinha aulas extracurriculares de reforço além de apostilas e resumos das palestras.
"Desde o início do curso eu lutei para ter os meus direitos", afirmou, citando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, que não especifica a admissão de interpretes de língua de sinais, mas obriga todas as escolas regulares a atender os portadores de necessidades especiais através dos recursos materiais e humanos.
A instituição rebate a ex-aluna afirmando que a lei não era clara quanto à necessidade de disponibilizar um intérprete aos alunos surdos. 'Ela pedia uma coisa que não era regulamentado pelo Ministério da Educação, mas mesmo assim fornecemos outras ferramentas para melhorar o aprendizado da Patrícia', disse Couto e Silva.
Após a aprovação da portaria do MEC número 1.697, de 1999, que obriga as instituições de ensino superior a disponibilizar intérprete aos alunos surdos, a instituição passou a oferecer o benefício para Patrícia, mas não em todas as aulas.
"Apesar de ter cursado apenas o último semestre com a ajuda de intérprete, acho que a minha luta valeu apenas, porque o reitor acabou reconhecendo as necessidades dos surdos", disse ela. No dia da da formatura o Unicentro contratou dois intérpretes para traduzir a cerimonia.
Hoje, Patrícia trabalha como pedagoga na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da capital mineira, onde atende especialmente os surdos e também dá aula de Libras (Língua de Sinais Brasileira).
Patrícia faz também pós-graduação em Psicopedagogia, com ênfase em educação especial, na PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), onde tem a ajuda de uma intérprete. "Quero tentar melhorar a educação dos surdos no Brasil", afirma ela. (JCB)
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