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05/09/2001
-
03h42
Para o autor do livro "História e Reflexão", Gilberto Cotrim, não existem verdades absolutas, prontas e acabadas quando se trabalha com a história.
"Mais do que falar em verdade, se fala em versões. Eu trouxe uma versão da Guerra do Paraguai baseada em pesquisas acadêmicas como a do argentino León Poner, que mostra que o conflito foi fomentado pelo capitalismo inglês com o objetivo de destruir um país que buscava o desenvolvimento autônomo", diz Cotrim.
Ele dá um exemplo de outra versão da história do Paraguai, comum nos livros antes da década de 70, colocando o presidente paraguaio, Solano López, como o vilão do conflito, e enaltecendo brasileiros como Duque de Caxias.
O autor afirma também que a maneira como os livros didáticos tratam da escravidão e da vida social do negro tem evoluído. "A inclusão de exemplos de revoltas negras já é uma prática comum nos livros. Os autores estão dando mais exemplos da vida social dos escravos no Brasil", diz, citando como exemplo um livro produzido por ele, "Saber e Fazer".
De acordo com a autora Sônia Irene do Carmo, as críticas de pesquisadores aos livros didáticos nem sempre levam em conta que há um limite para a atualização das publicações.
"O livro didático tem um limite que é dado pela capacidade de ser trabalhado no período de um ano letivo, com 'x' número de horas-aula semanais. Esse limite é incompatível com as exigências que se fazem", afirma.
Sônia afirma também que há limitações editoriais para a atualização dos livros. "Para cumprir todas as exigências, os autores deveriam atualizar anualmente seus livros, com uma bibliografia extensa, variada, o que é inviável do ponto de vista editorial e incompatível com os prazos que devem ser cumpridos para publicação."
O diretor da Abrale (Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos), Gelson Iezzi, afirma que o livro didático não pode ser avaliado com os mesmos critérios de uma tese acadêmica. "O livro didático é uma transcrição pedagógica e simplificada da verdade científica", diz.
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'Não existem verdades absolutas' quando se trabalha com história
da Folha de S.Paulo, no RioPara o autor do livro "História e Reflexão", Gilberto Cotrim, não existem verdades absolutas, prontas e acabadas quando se trabalha com a história.
"Mais do que falar em verdade, se fala em versões. Eu trouxe uma versão da Guerra do Paraguai baseada em pesquisas acadêmicas como a do argentino León Poner, que mostra que o conflito foi fomentado pelo capitalismo inglês com o objetivo de destruir um país que buscava o desenvolvimento autônomo", diz Cotrim.
Ele dá um exemplo de outra versão da história do Paraguai, comum nos livros antes da década de 70, colocando o presidente paraguaio, Solano López, como o vilão do conflito, e enaltecendo brasileiros como Duque de Caxias.
O autor afirma também que a maneira como os livros didáticos tratam da escravidão e da vida social do negro tem evoluído. "A inclusão de exemplos de revoltas negras já é uma prática comum nos livros. Os autores estão dando mais exemplos da vida social dos escravos no Brasil", diz, citando como exemplo um livro produzido por ele, "Saber e Fazer".
De acordo com a autora Sônia Irene do Carmo, as críticas de pesquisadores aos livros didáticos nem sempre levam em conta que há um limite para a atualização das publicações.
"O livro didático tem um limite que é dado pela capacidade de ser trabalhado no período de um ano letivo, com 'x' número de horas-aula semanais. Esse limite é incompatível com as exigências que se fazem", afirma.
Sônia afirma também que há limitações editoriais para a atualização dos livros. "Para cumprir todas as exigências, os autores deveriam atualizar anualmente seus livros, com uma bibliografia extensa, variada, o que é inviável do ponto de vista editorial e incompatível com os prazos que devem ser cumpridos para publicação."
O diretor da Abrale (Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos), Gelson Iezzi, afirma que o livro didático não pode ser avaliado com os mesmos critérios de uma tese acadêmica. "O livro didático é uma transcrição pedagógica e simplificada da verdade científica", diz.
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