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13/06/2002 - 10h09

Física: A pressão que sentimos e os seus efeitos sobre nós

TARSO PAULO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Vista do espaço, a Terra é uma linda bola azul, suspensa na escuridão. Se de lá pudéssemos nos aproximar do planeta, atravessando as camadas de ar que o envolvem, poderíamos confirmar o que Evangelista Torricelli, físico e matemático, discípulo de Galileu, escreveu em 1644: "Vivemos submersos no fundo de um oceano do elemento ar, que sabemos por experimentos inquestionáveis ser dotado de peso".

Até a época de Galileu, a existência da pressão atmosférica (a exercida pelo peso do ar) ou pressão barométrica era desconhecida pela maioria das pessoas. Torricelli realizou uma experiência que provou sua existência e permitiu a mensuração de seu valor. Ele encheu com mercúrio (Hg) um tubo de vidro de cerca de 1 m de comprimento.

Em seguida, vedou a abertura desse tubo e, posicionando-o de boca para baixo, mergulhou-o num recipiente que também continha mercúrio. Ao destampar a extremidade vedada, tomando o cuidado de manter o tubo voltado para baixo, verificou que a coluna líquida descia até parar a uma altura de cerca de 76 cm acima do nível do mercúrio. Torricelli concluiu que, ao nível do mar e a 0º C, a pressão do ar sobre a superfície livre do recipiente era igual à pressão dos 76 cm de mercúrio contidos no tubo.

Depois de Torricelli, o cientista e filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662) repetiu a experiência no alto de uma montanha e verificou que a altura da coluna de mercúrio era menor que 76 cm _por isso foi considerado a primeira pessoa a demonstrar cientificamente que a pressão atmosférica cai com a altitude.

A explicação para essa constatação é que, à medida que nos afastamos da superfície do planeta, o ar vai se tornando cada vez mais rarefeito (menos denso), o que faz com que o peso do ar que exerce pressão sobre nós seja cada vez menor.

No corpo humano, o decréscimo de pressão provoca alterações fisiológicas relevantes, pois, com a diminuição do nível de oxigênio, podem ocorrer desde a perda da consciência até a "fervura" do sangue. Acima dos 20 mil metros, o sangue "ferve", ou melhor, vaporiza-se à temperatura do corpo devido à baixíssima pressão do ar. Daí a necessidade de trajes espaciais ou de cabines pressurizadas para elevadas altitudes.

Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja

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