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18/07/2002 - 11h44

Química: Solteiros, assaltem o armário do pai dela!

LUÍS FERNANDO PEREIRA
da Folha de S.Paulo

Atenção, leitor solteiro. Esqueça os sabonetes perfumados. Jogue fora aquela colônia francesa. De acordo com pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA), as moças gostam mesmo é do cheirinho do papai! E o trabalho é de alto nível: foi publicado na "Nature", uma das principais revistas científicas do mundo.

Os cientistas pediram a um grupo de mulheres que cheirassem blusas usadas por homens para dormir. Depois, elas deveriam escolher o cheirinho que gostariam de ter sempre a seu lado. Resultado: elas preferiram os mais parecidos com o cheiro do próprio pai. Mas o que há de tão especial no aroma do "velho"?

O suor do papai ou de qualquer outra pessoa tem basicamente água (99%) com um pouco de sal, açúcar e mais algumas substâncias. É, portanto, praticamente sem cheiro. Ele só passa a ter o odor característico quando encontra as bactérias que vivem em nossa pele. As bactérias "comem" o suor _um banquete para elas!_ e obtêm energia.

Nesse processo, produzem ácidos carboxílicos, como o pentanóico, o hexanóico e o 3-metil-2-hexenóico. Esses ácidos são responsáveis pelo mau cheiro do suor, que, apesar de ruim, não chega a ser tão repugnante quanto o "cheirinho" das cabras, que vem dos ácidos hexanóico, octanóico e decanóico (quanto mais carbonos na molécula do ácido, pior o odor). É por isso que esses ácidos têm os apelidos de capróico, caprílico e cáprico, respectivamente.

Uma curiosidade: os cheiros de suor e os de alguns queijos são parecidos porque têm a mesma origem química: os ácidos carboxílicos. O ácido propanóico, por exemplo, é responsável pelo aroma do queijo suíço. O pentanóico, pelo do roquefort.

Portanto, se o cheiro desagradável do suor é causado por ácidos, justifica-se o antigo costume de usar leite de magnésia (suspensão de hidróxido de magnésio, uma base) como desodorante. É por isso que muitos talcos contêm o antiácido bicarbonato de sódio (o mesmo do sal de frutas).

Como o metabolismo de uma pessoa nunca é exatamente igual ao da outra, a "receita" de ácidos do suor também varia. Assim, duas pessoas nunca têm cheiros idênticos, mas, no máximo, semelhantes.

Por isso os cães, com seu superolfato, sempre conseguem encontrar seu dono. E as mulheres, pelo jeito, o futuro marido!

Luís Fernando Pereira é professor do curso Intergraus e coordenador de química do sistema Uno/Moderna. E-mail: lula5@ig.com.br

Leia mais:

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  • Biologia: As células-tronco e a clonagem terapêutica

  • História: Economia colonial e ação predatória

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