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18/07/2002
-
12h38
da Folha de S.Paulo
Uma década após a derrocada da URSS, os Estados Unidos voltam a dividir o mundo entre o bem e o mal. Após os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, Bush, dirigindo-se aos americanos, sentenciou: "Todas as nações têm uma decisão a tomar: ou vocês estão do nosso lado, ou estão do lado dos terroristas".
Em 1947, o presidente dos EUA, Harry Truman, dirigindo-se ao Congresso, disse: "No presente momento, praticamente todas as nações devem escolher entre formas de vida alternativas (...). Uma forma de vida é baseada na vontade da maioria e distingue-se por instituições livres, governo representativo, eleições livres (...). Uma segunda forma de vida é baseada na vontade de uma minoria, imposta pela força à maioria. Recorre ao terror e à opressão (...)." Em nome da proteção do mundo livre, surgia a doutrina Truman, paradigma da política externa dos EUA por quatro décadas.
Para proteger-se dos países que formam o "eixo do mal", Bush decidiu criar o Departament of Homeland Security _ou Departamento de Segurança_, assim como Truman criou o Departamento de Defesa, em 1947, para enfrentar o perigo comunista.
Portanto, contra a ameaça terrorista, começa a surgir um esboço da "doutrina" Bush. Da ótica de Washington, semelhante ao que ocorreu durante a Guerra Fria, o mundo se torna "bipolar". Não mais sob o domínio de potências hegemônicas (EUA e URSS), mas entre os que estão ao lado da liberdade e os outros.
O pragmatismo da Casa Branca parece seguir a lógica do período anterior: um inimigo externo, a hegemonia expressa na liderança do mundo ocidental e o discurso em defesa da liberdade. Como afirmava Truman: "Os povos livres do mundo olham para nós esperando apoio na manutenção da sua liberdade". Bush complementa: "A América está liderando o mundo civilizado numa titânica luta contra o terror". Parece que já vimos esse filme, não?
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo (Americana)
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Biologia: As células-tronco e a clonagem terapêutica
História: Economia colonial e ação predatória
Química: Solteiros, assaltem o armário do pai dela!
Matemática: Copa do Mundo, Galvão Bueno e a bissetriz
Atualidades: A política de Bush e a doutrina Truman
ROBERTO CANDELORIda Folha de S.Paulo
Uma década após a derrocada da URSS, os Estados Unidos voltam a dividir o mundo entre o bem e o mal. Após os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, Bush, dirigindo-se aos americanos, sentenciou: "Todas as nações têm uma decisão a tomar: ou vocês estão do nosso lado, ou estão do lado dos terroristas".
Em 1947, o presidente dos EUA, Harry Truman, dirigindo-se ao Congresso, disse: "No presente momento, praticamente todas as nações devem escolher entre formas de vida alternativas (...). Uma forma de vida é baseada na vontade da maioria e distingue-se por instituições livres, governo representativo, eleições livres (...). Uma segunda forma de vida é baseada na vontade de uma minoria, imposta pela força à maioria. Recorre ao terror e à opressão (...)." Em nome da proteção do mundo livre, surgia a doutrina Truman, paradigma da política externa dos EUA por quatro décadas.
Para proteger-se dos países que formam o "eixo do mal", Bush decidiu criar o Departament of Homeland Security _ou Departamento de Segurança_, assim como Truman criou o Departamento de Defesa, em 1947, para enfrentar o perigo comunista.
Portanto, contra a ameaça terrorista, começa a surgir um esboço da "doutrina" Bush. Da ótica de Washington, semelhante ao que ocorreu durante a Guerra Fria, o mundo se torna "bipolar". Não mais sob o domínio de potências hegemônicas (EUA e URSS), mas entre os que estão ao lado da liberdade e os outros.
O pragmatismo da Casa Branca parece seguir a lógica do período anterior: um inimigo externo, a hegemonia expressa na liderança do mundo ocidental e o discurso em defesa da liberdade. Como afirmava Truman: "Os povos livres do mundo olham para nós esperando apoio na manutenção da sua liberdade". Bush complementa: "A América está liderando o mundo civilizado numa titânica luta contra o terror". Parece que já vimos esse filme, não?
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo (Americana)
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