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16/01/2003 - 08h01

Empresas oferecem serviços que dão liberdade para maiores de 60

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ANTONIO ARRUDA
da Folha de S.Paulo

Depois dos 60 anos, atividades corriqueiras como subir e descer escadas, preparar refeições, contar dinheiro, recolher o lixo e passear com o cachorro, por exemplo, não são mais tão simples de serem realizadas. Muitas vezes é difícil encontrar disposição para sair de casa e ir ao teatro, ao supermercado ou ao parque. Já é consenso entre geriatras do mundo todo: na chamada terceira idade, todas as pessoas inevitavelmente vão apresentar de três a cinco doenças crônicas -o que dificulta bastante o dia-a-dia de quem já viveu várias décadas.

Com o objetivo de minimizar o impacto das limitações funcionais sobre a vida dos idosos, empresas oferecem serviços que aumentam a segurança -dentro e fora de casa- sem restringir a liberdade.

De cuidadores de idosos a empresas de turismo e de promoção cultural, passando por sensores eletrônicos e academias de ginástica, pessoas da terceira idade têm à mão serviços para manter atividades que, sem algum tipo de apoio, seriam difíceis de serem realizadas.

"Não falamos de um apoio excepcional. Não se trata de fazer as coisas pelo idoso, mas de ampará-lo para que ele mesmo consiga realizá-las", explica a psicóloga Maria Célia de Abreu, especializada no atendimento a pessoas maduras. "O principal é o sentimento de liberdade que acomete essa pessoa. Podemos pensar que ter alguém o tempo todo atento ao que fazemos é sinal de castração. Para o idoso, porém, isso gera um sentimento oposto. Ele se sente seguro para ir e vir", afirma a psicóloga.

Mas não é fácil convencer os maduros de que precisam de ajuda. "A primeira reação é a de recusa. Se aceita o apoio, é como se estivesse dando um recibo de dependência", diz Abreu.

Por falar em dependência, há algum tempo a medicina consegue mapear o quanto uma pessoa depende de auxílio para realizar as atividades cotidianas. "É importante que tanto o idoso quanto a família saibam que perder gradativamente a independência faz parte do envelhecimento, mas que é totalmente possível atenuar essa perda", diz Clineu Almada, geriatra da Unifesp.

Há alguns sinais que podem indicar o início desse processo. Perda de peso não intencional e de força muscular, alteração no modo de caminhar, problemas de memória e desordens de humor são alguns deles, segundo Almada. "O cuidador é um profissional que vai estar muito atento a essas transformações. Ele pode ser uma ótima ponte entre o idoso, sua família e seu médico", explica o médico.

Com esse tipo de apoio, a tendência é que a auto-estima do idoso permaneça em alta. "A sociabilização é um santo remédio. Programas como eventos culturais e viagens são excelentes", diz Abreu.

Para o geriatra Alberto Frisoli Junior, a sociedade deveria estar mais atenta a essas limitações dos idosos. "Qualquer pessoa pode contribuir. Auxiliar um idoso a carregar a sacola pode fazer um bem fundamental para ele. Ele pode, por exemplo, se sentir animado para ir ao mercado no dia seguinte", afirma Frisoli.

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