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05/05/2005
-
11h04
FLÁVIA MANTOVANI
MARCOS DÁVILA
da Folha de S. Paulo
O médico da bancária Maria Esther Maldonado, 43, chegou a dizer que ela teria de se mudar de São Paulo para se livrar da alergia, que piora com a poluição. Ela tem rinite e sinusite há 20 anos e costuma ter crises na passagem do verão para o outono. "Na semana passada, eu tive de ir ao hospital tomar injeção. Às vezes eu tenho que ficar até no soro", conta.
A bancária diz que já se tratou com antibióticos e antialérgicos, que não resolveram o problema. "Como tenho a doença há muitos anos, conheço os remédios e os tomo para controlar a alergia."
O alergista Wilson Aun lembra que a automedicação nesses casos é comum, mas que não deve ser feita. "Tem gente que toma antibiótico e mesmo cortisona sem precisar. Isso é totalmente errado", alerta.
Já o coordenador de vendas Francisco Mighel, 27, que também sofre de rinite alérgica desde a infância, resolveu abandonar os remédios. "Aos 18 anos percebi que estava ficando dependente de um descongestionante nasal. O médico me receitava um remédio para ser usado a cada 12 horas e eu usava de uma em uma hora. Fiz terapia com florais e exercícios de respiração. Depois de três meses, estava muito melhor", conta.
Há um ano e meio, Mighel descobriu numa consulta médica que tinha desvio de septo na narina esquerda e excesso de carne esponjosa. "Nenhum médico tinha chegado a esse diagnóstico. Fiz a cirurgia e melhorei 90%", diz.
Agora, quando a temperatura cai, ele recorre somente ao soro fisiológico. "A cada três horas, pingo duas ou três gotas em cada narina", diz. Outros cuidados tomados por Mighel são evitar lenços de papel, secar o rosto com uma toalha de pano e colocar duas vasilhas com água ao lado da cama para umedecer o ar. Mas, segundo o otorrinolaringologista Ivan Fairbanks Barbosa, do Hospital Beneficência Portuguesa, umidificar o quarto às vezes ajuda nos primeiros dias, mas, depois, pode contribuir para a formação de mofo, que desencadeia crises alérgicas.
Para o médico, o desgaste do corpo para se manter saudável no frio é um estresse. "Gastamos mais energia e abrimos nossas defesas", diz. Segundo ele, quando o nariz entope por conta de um resfriado ou gripe, a pessoa começa a respirar pela boca e o ar não passa pela filtragem, pela umidificação e pelo aquecimento proporcionado pela respiração nasal.
Nesta época, as pessoas também ficam mais em ambientes fechados -onde se concentram ácaros e outros fatores desencadeantes da alergia e há mais troca de bactérias e vírus.
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Automedicação é comum, mas não deve ser feita, diz médico
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MARCOS DÁVILA
da Folha de S. Paulo
O médico da bancária Maria Esther Maldonado, 43, chegou a dizer que ela teria de se mudar de São Paulo para se livrar da alergia, que piora com a poluição. Ela tem rinite e sinusite há 20 anos e costuma ter crises na passagem do verão para o outono. "Na semana passada, eu tive de ir ao hospital tomar injeção. Às vezes eu tenho que ficar até no soro", conta.
A bancária diz que já se tratou com antibióticos e antialérgicos, que não resolveram o problema. "Como tenho a doença há muitos anos, conheço os remédios e os tomo para controlar a alergia."
O alergista Wilson Aun lembra que a automedicação nesses casos é comum, mas que não deve ser feita. "Tem gente que toma antibiótico e mesmo cortisona sem precisar. Isso é totalmente errado", alerta.
Já o coordenador de vendas Francisco Mighel, 27, que também sofre de rinite alérgica desde a infância, resolveu abandonar os remédios. "Aos 18 anos percebi que estava ficando dependente de um descongestionante nasal. O médico me receitava um remédio para ser usado a cada 12 horas e eu usava de uma em uma hora. Fiz terapia com florais e exercícios de respiração. Depois de três meses, estava muito melhor", conta.
Há um ano e meio, Mighel descobriu numa consulta médica que tinha desvio de septo na narina esquerda e excesso de carne esponjosa. "Nenhum médico tinha chegado a esse diagnóstico. Fiz a cirurgia e melhorei 90%", diz.
Agora, quando a temperatura cai, ele recorre somente ao soro fisiológico. "A cada três horas, pingo duas ou três gotas em cada narina", diz. Outros cuidados tomados por Mighel são evitar lenços de papel, secar o rosto com uma toalha de pano e colocar duas vasilhas com água ao lado da cama para umedecer o ar. Mas, segundo o otorrinolaringologista Ivan Fairbanks Barbosa, do Hospital Beneficência Portuguesa, umidificar o quarto às vezes ajuda nos primeiros dias, mas, depois, pode contribuir para a formação de mofo, que desencadeia crises alérgicas.
Para o médico, o desgaste do corpo para se manter saudável no frio é um estresse. "Gastamos mais energia e abrimos nossas defesas", diz. Segundo ele, quando o nariz entope por conta de um resfriado ou gripe, a pessoa começa a respirar pela boca e o ar não passa pela filtragem, pela umidificação e pelo aquecimento proporcionado pela respiração nasal.
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