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14/07/2005 - 10h38

Médicos apostam em comunicação eletrônica para facilitar tratamento

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ANA PAULA DE OLIVEIRA
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S. Paulo

Um mês e meio antes de ir para a Olimpíada de Atenas, o velejador brasileiro João Carlos Jordão, 43, passou por duas cirurgias para tratar uma hérnia de disco. Apesar de estar a milhares de quilômetros de distância, o médico que o operou, o neurocirurgião Eduardo Bueno, conseguiu fazer, pela internet, um acompanhamento da recuperação do velejador durante a competição.

Aproximadamente a cada três dias, o médico lhe escrevia perguntando o que sentia e orientando o tratamento. "Eu dizia se estava com dor e ele me falava qual era o melhor procedimento a adotar", conta Jordão, que acredita que o computador facilita o acesso ao profissional da saúde. "É mais fácil e mais rápido. Por telefone, tem que achar um horário em que as duas pessoas possam se falar. Por e-mail, eles poderão se comunicar na hora em que estiverem acessíveis", diz.

O tipo de comunicação usada por Jordão e Bueno não é útil somente em casos extremos como esse, quando os interlocutores estão em países distantes. Cada vez mais pessoas, mesmo morando na mesma cidade de seus médicos, recorrem às ferramentas da rede para obter informações sobre a forma correta de usar um remédio, um novo tratamento descrito numa reportagem e outros temas que geram dúvida, mas que não justificam uma ida ao consultório. E-mail, webcam, mensagens de celular e até o site de relacionamentos virtuais Orkut são alguns dos recursos utilizados.

O neurocirurgião Eduardo Bueno diz que usa o correio eletrônico para se comunicar com pacientes há cerca de dois anos, geralmente para acompanhar pessoas que ele opera e que moram em outras cidades. "Alguns mandam imagens de radiografias e exames pela rede. Às vezes, também ajudo colegas médicos que moram em outras cidades e vão tratar daquela pessoa", afirma.

Outro médico que usa a internet para acompanhar pacientes que moram fora é o ortopedista Ricon Jr., diretor do Centro Ortopédico de Ipanema. "Trabalho em dois hospitais militares que são referência na área e recebo pacientes de todo o Brasil. Alguns, quando colocam próteses, têm que ser acompanhados de seis em seis meses pelo resto da vida. A comunicação via e-mail é mais barata do que a que é feita por telefone."

O ortopedista conta que muitos pacientes já usam radiologia digital --alguns centros de diagnósticos disponibilizam os exames em CD para o paciente-- ou fotografam as radiografias com câmera digital e enviam para o médico eletronicamente.

Segundo Ricon Jr., mesmo pacientes do Rio de Janeiro, onde ele atende, costumam mandar e-mails. Ele também tira algumas dúvidas de pessoas que não são seus pacientes, principalmente por meio de um site que criou há seis meses. Muitos acabam marcando uma consulta após a troca de mensagens eletrônicas.

O cirurgião plástico Jorge Psillakis também criou um site no qual responde a dúvidas sobre cirurgias e procedimentos. "Também é uma forma de conseguir novos clientes", afirma. Há seis anos, ele usava a internet como ferramenta de trabalho apenas para comunicar aos seus pacientes mudanças de endereço ou pequenas informações. Em seguida, vieram os boletins mensais com novidades da área e a checagem de resultados de exames diretamente do site dos laboratórios.

De acordo com Psillakis, manter um site médico também ajuda o paciente a fazer uma pesquisa de mercado e comparar a formação e a experiência dos médicos, já que, na maioria dos casos, o currículo do profissional fica publicado em suas páginas eletrônicas. "Hoje em dia, é difícil saber quem é quem na medicina, e essa ferramenta permite uma averiguação."

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