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14/07/2005 - 10h39

EUA testam sistema em que paciente fala de sua casa com médico

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ANA PAULA DE OLIVEIRA
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S. Paulo

Nos Estados Unidos, está sendo testado um novo sistema da Phillips que conecta, via conexão banda larga, o paciente que tem doenças crônicas ao hospital em que ele se trata por meio do aparelho de televisão de sua casa. Denominado Motiva, o sistema vem com equipamentos sem fio para que a pessoa possa medir seus sinais vitais (pressão arterial, batimentos cardíacos e peso) e transmitir os dados ao hospital. O enfermeiro que recebe o resultado, por sua vez, pode mandar de volta mensagens de orientação ou de motivação e até vídeos educacionais. O Motiva está em fase de teste e não tem data prevista para chegar ao Brasil.

Para os médicos que se valem da internet para se comunicar com seus pacientes, não é só o correio eletrônico que tem ajudado. Alguns profissionais da saúde já usam o site de relacionamentos virtuais Orkut para manter contato com seus clientes. A fisioterapeuta Fernanda Inácio, que já utilizou essa ferramenta para combinar horários de consultas, diz que foi convidada para entrar no site por uma paciente. "Decidi ficar antenada. Como meus pacientes têm consultas duas ou três vezes por semana, tenho um contato muito próximo com eles", afirma.

Ela também troca mensagens por celular. "Eles mandam torpedos, geralmente para remarcar uma consulta. É bom porque assim posso responder num intervalo. Falar ao telefone é mais complicado por causa da correria do dia-a-dia."

Segundo a fisioterapeuta, quando o paciente quer desmarcar o horário por se sentir desanimado com o tratamento, uma palavra de ânimo on-line pode ajudar. "A internet ajuda na evolução do tratamento, pois aproxima muito o profissional do paciente", considera.

Paciente de Fernanda Inácio, a professora Sueli Kubrusly, 51, diz que, em muitas ocasiões, ela a encorajou a não faltar às sessões. "Estou em casa de licença por causa de uma depressão e uso muito a internet. Comecei a entrar em contato com a fisioterapeuta por e-mail e, como temos um relacionamento muito bom, convidei-a para fazer parte do Orkut", relata.

Para Sueli, a rede torna o relacionamento com os médicos menos formal. "E é mais prático. Fico sem jeito de ficar telefonando porque ela pode estar em consulta."

Um dos motivos que afastou a empresária Renata Ferreira de Abreu, 30, do consultório de seu antigo dermatologista foi o fato de não conseguir tirar dúvidas remanescentes após as consultas médicas. "Nunca conseguia falar com ele por telefone. Se precisava de uma simples informação, tinha que marcar o retorno, mas isso, às vezes, levava dias."

A empresária se surpreendeu quando sua nova dermatologista explicou que qualquer dúvida poderia ser esclarecida eletronicamente. "Tive o que pensei ser uma reação alérgica e descrevi os sintomas por e-mail. Quase imediatamente ela me respondeu dizendo que o que senti era normal, mas, caso não melhorasse em três dias, deveria procurá-la."

Foram dúvidas como reações adversas comuns ao tratamento ou até mesmo a forma de manusear um creme que impulsionaram a dermatologista de Renata, Carolina Ferolla, a elaborar um site, no ar desde o começo deste mês, em que responde às dúvidas mais freqüentes. "É uma maneira de "filtrar" as perguntas dos pacientes", diz ela, que recebe cerca de seis mensagens por dia.

Para Ferolla --que também usa webcam em suas consultas virtuais--, são três os tipos de paciente que costumam usar a internet para se corresponder com seus médicos: aquele que está fora da cidade ou do país, os que se esquecem de perguntar alguma coisas ou não se lembram do que foi dito no consultório e ainda os pacientes de primeira viagem, "que nunca se consultaram com aquele médico, mas escrevem perguntando detalhes sobre algum tratamento".

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