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17/11/2005
-
11h40
da Folha de S.Paulo
Assim como nos últimos 20 anos a prevenção de doenças cardiovasculares esteve no centro das atenções, os próximos 20 serão dedicados a prevenir doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. A afirmação é do médico Bruno Vellas, um dos maiores especialistas mundiais na relação entre Alzheimer e nutrição. Professor da Universidade de Toulouse, na França, Vellas preside organizações como a Academia Internacional de Nutrição e Envelhecimento e o Consórcio Europeu de Doença de Alzheimer. Além do papel preventivo que alguns alimentos têm em relação ao Alzheimer, ele falou à Folha em Lausanne, na Suíça, sobre a importância de acompanhar a dieta de quem tem a doença, já que a rápida perda de peso, muito comum nesses pacientes, pode piorar o prognóstico.
Folha - É possível prevenir o Alzheimer por meio da alimentação?
Bruno Vellas - Sabemos que uma dieta rica em peixe, frutas e vegetais é protetora. Já obesidade, diabetes, eventos cardiovasculares e gordura saturada são fatores de risco.
Folha - Quais substâncias contidas nesses alimentos são protetoras?
Vellas - A Universidade de Toulouse, com o governo francês, começou um grande estudo sobre isso. Pesquisamos o ômega 3 e o ginkgo biloba para ver se funcionam. Só para o ômega, estamos acompanhando 4.000 pessoas. A pesquisa vai durar cinco anos.
Folha - Um estudo americano trouxe resultados negativos em relação à vitamina E, que se pensava ter papel preventivo. Ela não funciona?
Vellas - Tanto a vitamina E quanto a C parecem funcionar quando vêm da comida, mas talvez não funcionem quando consumidas na forma de suplementos.
Folha - Por que os pacientes de Alzheimer perdem peso rapidamente?
Vellas - Muitos não querem ou esquecem de comer ou têm algum tipo de anorexia. A perda de peso é um problema sério porque pode piorar o prognóstico da doença.
Folha - De quanto é a perda de peso?
Vellas - 30% dos doentes têm uma perda significativa, de aproximadamente 4% do peso corporal a cada ano.
Folha - O que fazer para evitar isso?
Vellas - Desde junho, desenvolvo um projeto com a Nestlé na Espanha para ver como prevenir a perda de peso. Uma recomendação importante é que os familiares meçam o peso do paciente todo mês. Também podemos dar a eles alguma suplementação. Nesse estudo, faremos testes com comprimidos e outros produtos que podem adicionar calorias ou proteínas.
A repórter Flávia Mantovani viajou à Suíça a convite da Nestlé.
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Folha - É possível prevenir o Alzheimer por meio da alimentação?
Bruno Vellas - Sabemos que uma dieta rica em peixe, frutas e vegetais é protetora. Já obesidade, diabetes, eventos cardiovasculares e gordura saturada são fatores de risco.
Folha - Quais substâncias contidas nesses alimentos são protetoras?
Vellas - A Universidade de Toulouse, com o governo francês, começou um grande estudo sobre isso. Pesquisamos o ômega 3 e o ginkgo biloba para ver se funcionam. Só para o ômega, estamos acompanhando 4.000 pessoas. A pesquisa vai durar cinco anos.
Folha - Um estudo americano trouxe resultados negativos em relação à vitamina E, que se pensava ter papel preventivo. Ela não funciona?
Vellas - Tanto a vitamina E quanto a C parecem funcionar quando vêm da comida, mas talvez não funcionem quando consumidas na forma de suplementos.
Folha - Por que os pacientes de Alzheimer perdem peso rapidamente?
Vellas - Muitos não querem ou esquecem de comer ou têm algum tipo de anorexia. A perda de peso é um problema sério porque pode piorar o prognóstico da doença.
Folha - De quanto é a perda de peso?
Vellas - 30% dos doentes têm uma perda significativa, de aproximadamente 4% do peso corporal a cada ano.
Folha - O que fazer para evitar isso?
Vellas - Desde junho, desenvolvo um projeto com a Nestlé na Espanha para ver como prevenir a perda de peso. Uma recomendação importante é que os familiares meçam o peso do paciente todo mês. Também podemos dar a eles alguma suplementação. Nesse estudo, faremos testes com comprimidos e outros produtos que podem adicionar calorias ou proteínas.
A repórter Flávia Mantovani viajou à Suíça a convite da Nestlé.
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