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Quem fica parado em um congestionamento falando ao celular, deixa que limpem o pára-brisa de seu carro ou fica pensando na vida tem boas chances de ser vítima da própria distração, a maior aliada da violência no trânsito.

É isso que ensina a parte teórica de um curso de direção defensiva ministrado pela CFAPP (Companhia de Formação Profissional e Segurança Pires).

Dividido em duas horas de aula expositiva e oito de aula prática, o curso visa a preparar os motoristas para situações de emergência que possam ser previstas e prevenidas. Escapar de um acidente ou de uma ação violenta, como um assalto, são alguns exemplos.

Segundo os instrutores Marcelo Marques Oncala e Carlos Eduardo Rodrigues Tomás, falta de atenção é a causa da maioria dos acidentes e dos assaltos.

“A atenção desperta o estado de alerta e tira do bandido sua maior arma, a distração. Ladrões roubam porque é fácil. Se não fosse, não se arriscariam”, diz Oncala.

Para assaltar, o ladrão avalia riscos e chances de sucesso de um ataque. Quanto mais distraída estiver a vítima, mais dificilmente terá tempo para tentar evitá-lo.

O susto em um ataque causa um choque tão grande que a vítima costuma ficar sem condições de reagir, atitude contra-indicada pelos instrutores.

“Quando um bandido quiser algo e você não tiver como escapar, o melhor é dar e manter a vida”, afirma. É assim que funcionam as abordagens criminosas, segundo os instrutores. Para tirar a atenção do motorista e torná-lo uma presa fácil, os ladrões usam todo tipo de artimanha: pedintes, vendedores, mulheres provocantes e crianças.

Chiclete
“A participação de mulheres em quadrilhas é uma coisa crescente”, diz Oncala. As crianças são utilizadas de maneira covarde. Segundo o instrutor, é comum que, ao abordar um carro, elas verifiquem o que há no interior do veículo, como jóias, relógios e celulares, que possa ter algum valor.

Uma abordagem muito utilizada é a lavagem do pára-brisa. Enquanto o lava, em geral mesmo que o dono do carro a proíba de fazê-lo, a criança cola um chiclete na lataria caso consiga ver objetos de valor em seu interior.

Esse é o sinal para que o ladrão, no próximo sinal de trânsito, assalte o motorista com certeza de sucesso. Segundo Tomás, querer ganhar tempo é deixar de cuidar da segurança. Isso serve para os motoristas que insistem em correr quando o sinal está fechado.

“Quanto mais tempo você leva para chegar ao sinal, melhor, porque é menos tempo parado. Imagine que ele fique fechado por 30 segundos. Se você leva 5 segundos para chegar ali, sobram 25 segundos para o ladrão assaltá-lo e fugir. Se você leva 20 segundos, o tempo dele cai para 10 segundos.”

A condução do carro e a posição em que ele fica em um congestionamento contam muito. Evite as laterais da pista, principalmente no lado esquerdo, que é o mais atacado pela posição do volante e por andar menos (tem menos saídas). As faixas mais seguras são sempre as do meio. (GUSTAVO HENRIQUE RUFFO)

Onde encontrar: CFAPP: 0/xx/11/6412-2881


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