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BUROCRACIA
Motorista pode passar meses cuidando de papéis com a polícia e as seguradoras


Vítima perde o carro e a paciência

Greg Salibian/Folha Imagem
Pedro Avelino Soares (à dir.), que já teve três automóveis furtados e
dois roubados, presta queixa de seu celular, furtado de seu carro em Santo Amaro (zona sul de SP)

free-lance para a Folha

Quem já teve o carro roubado ou furtado conhece bem a burocracia da polícia e das seguradoras de automóveis. Essa via-crúcis, que começa com o desespero de ter perdido o veículo _muitos nem sequer têm seguro_, pode levar meses para terminar. Às vezes, sem sucesso.

Quando a pessoa tem seu carro roubado, situação na
qual há contato direto com
os ladrões, a primeira providência
é ligar para o 190, a fim de que um carro da PM seja encaminhado ao local. É feito então um registro-reserva, e uma mensagem de alerta é enviada aos carros da PM, que passam a procurar pelos ladrões.

O coronel Waldir dos Santos, 49, diz que um dos principais motivos de reclamações na ouvidoria (órgão que recebe protestos contra a própria polícia) é a lentidão no registro da queixa. Segundo ele, isso ocorre em consequência do grande número de trotes recebidos pela PM, o que dificulta a ação, feita de forma mais cautelosa.

Boletim
Para que o crime seja registrado oficialmente, é preciso que a vítima procure a delegacia mais próxima, onde será feito o boletim de ocorrência.

No caso do furto _os ladrões agem sem a presença da vítima_, o processo dispensa a ligação para o 190. Com um pouco de sorte, o registro oficial é feito em menos de uma hora pela Polícia Civil.

Se os documentos foram levados junto com o carro, é indispensável que a informação conste no registro. "Por meio do boletim de ocorrência, outras delegacias vão ter conhecimento do roubo ou furto para então poder recuperar o veículo", diz o delegado Edson Leal.

O vendedor Pedro Avelino Soares, 64, sabe bem como funciona esse processo. Nos últimos seis anos, teve três automóveis furtados e dois roubados, além de uma motocicleta. Desse total, apenas um veículo era segurado.

Editoria de Arte

Seu último registro de queixa foi feito há poucas semanas, quando os ladrões quebraram o vidro do automóvel para levar o celular. "Em 15 minutos que eu me afastei do carro, os bandidos entraram em ação, sem que ninguém por perto alertasse. Não sei mais o que fazer para conseguir escapar da violência em São Paulo."

Seguro
Após um roubo ou furto, a documentação que o comprove é essencial para que se entre com pedido de indenização, caso o proprietário tenha seguro.

De posse do boletim e de uma série de documentos, o dono de um veículo segurado precisa fazer um aviso de sinistro na seguradora. Algumas empresas permitem que ele seja feito pelo telefone, pela Internet ou pelo corretor.

De acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados), a seguradora tem até 30 dias, contados da entrega dos documentos, para pagar a indenização.

Muitas vezes, o segurado demora para dar entrada na papelada com a esperança de recuperar seu veículo. "De todos os veículos recuperados, 92% o são antes do pagamento da indenização", conta Marcos March, 29, diretor-adjunto da área de automóveis da Vera Cruz Seguradora.

Se o carro for encontrado sem danos, o processo é suspenso. Se não, o conserto é feito antes do segurado tê-lo de volta. Segundo o Detran, da frota de São Paulo (aproximadamente 5 milhões de veículos), estima-se que apenas 1 milhão esteja segurado. (SA e JAA)


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