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CAUSAS Falta plano policial, diz juiz

Impunidade é estímulo
para o crime, afirma PM


free-lance para a Folha

A impunidade é apontada pela Polícia Militar _responsável pelo trabalho preventivo_ e pela Polícia Civil _que cuida da parte investigativa_ como a principal causa do crescimento da criminalidade no trânsito de São Paulo.

O coronel da PM Waldir dos Santos, 49, afirma que o paulistano só conseguirá andar de carro pelas ruas e estacioná-lo com segurança quando as leis se tornarem mais severas.

“As falhas da legislação favorecem o aumento da criminalidade. É preciso que a lei realmente funcione, que sua aplicação seja feita de forma rápida e eficiente.”
Greg Salibian/Folha Imagem
SOLTANDO OS CACHORROS Após sofrer dois assaltos seguidos em São Paulo, Karina Pongracz Szachogluchowicz resolveu, literalmente, colocar um cão de guarda no banco de passageiro; agora, só anda com Tammy, uma cadela weimaraner a seu lado: "Ninguém mais mexe comigo"

“Quanto mais impunidade, mais gente se aventura no crime. A violência só pode ser combatida tirando o bandido das ruas, antes que ele cometa a agressão.”

Mercado do crime
A Secretaria da Segurança Pública informou que cerca de 45% dos carros roubados ou furtados são recuperados. Isso significa que, do total de veículos levados nos últimos três meses, aproximadamente 16 mil estão servindo ao mercado do crime.

“Não existe polícia no mundo que, mesmo desempenhando um bom trabalho, com rondas ostensivas, possa tomar conta de uma frota como a de São Paulo, que hoje tem cerca de 5 milhões de automóveis”, diz o delegado Manuel Camassa, da Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas).

Para José Raul Gavião de Almeida, 43, juiz de direito e professor de processo penal da USP (Universidade de São Paulo), o problema da violência no trânsito pode ser analisado sob três aspectos.

O primeiro deles é o sociocultural. “Os valores humanos estão sendo esquecidos pela sociedade. O governo e a mídia em geral só falam de economia, como se o dinheiro fosse a coisa mais importante do mundo.”

O segundo fator a ser analisado é o trabalho desenvolvido pela polícia. “Ainda faltam estudos teóricos e um planejamento de trabalho mais eficiente”, afirma.

Além disso, aponta a escassez de pessoal e a falta de recursos de trabalho para a polícia como fatores que dificultam o combate à criminalidade. Quanto à legislação brasileira, ele afirma que é preciso mais rigor na hora de interpretá-la. “A lei permite uma tradução muito ampla.” (SA)


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