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Executivos estão colocando proteção em carros como Golf e Vectra


Blindagem chega aos médios

free-lance para a Folha

A violência no trânsito faz com que o mercado de carros blindados cresça cada vez mais. O ano passado começou com sete empresas no ramo e terminou com 40.

Hoje, são pouco mais de 25. "Grande parte dessas novas empresas não segue as normas internacionais e não dá garantia", alerta Luiz Trivelatto, gerente de marketing da Armor Blindados.

Se anteriormente apenas grandes executivos e industriais blindavam seus automóveis, hoje o quadro é muito diferente. "Qualquer um pode ser assaltado, não importa o carro em que esteja", diz Adilson Parrella, presidente da O'Gara-Hess & Eisenhardt. "Você nunca sabe qual será a reação do ladrão."

"Um carro blindado dá uma segurança de 100% em caso de assalto", afirma André Giaffone, diretor de assuntos corporativos da G5. A blindagem do nível 3, mais comum na capital, segundo ele, detém tiros de todas as armas de mão, incluindo a Magnum 44.

A grande maioria dos blindados ainda é de carros importados de luxo, como o Jeep Grand Cherokee e modelos da Audi, BMW, Mercedes-Benz ou Volvo. Muitos executivos também estão blindando modelos mais simples, como VW Golf e Chevrolet Vectra, para seus filhos e mulheres.

"Estar em um carro mais simples blindado é uma dupla garantia", avalia Trivelatto. A blindagem ainda é um item de segurança caro. Muitas empresas importam os materiais e cobram os serviços em dólar. Dependendo do tamanho do carro, o serviço fica entre US$ 30 mil e US$ 38 mil, em média, e demora de 15 a 30 dias para ser feito.

Cuidados
Pesquisar é importante, mas é bom desconfiar de preços muito baixos. "Há muita brincadeira por aí", conta Giaffone. É recomendável que o interessado no serviço faça uma visita técnica à blindadora, verificando como a empresa cuida do carro, de que forma e onde o blinda.

Greg Salibian/Folha Imagem
Maurício Cervi, perito que testa os sistemas de blindagem em veículos

Quem resolve investir em
um blindado precisa eliminar alguns vícios para usufruir o investimento. "Há um omportamento novo para
quem compra um blindado",
diz Trivelatto. Às vezes, ter
um carro blindado não
impede o roubo por culpa do próprio motorista, que, por exemplo, abre a janela para fumar ou porque o sistema
de ar-condicionado está quebrado.

Um caso no mínimo curioso
é o de uma motorista que
esqueceu de travar as
portas. O bandido percebeu, deu a volta e entrou pelo lado do passageiro.

Da família
Um fenômeno recente é o crescimento no número de blindados por família. Antes, o carro era apenas trocado. Hoje, ele é passado para um parente, e um segundo blindado é adquirido.

De olho na segurança, muitas famílias de classe média estão optando por vender seu segundo carro para poder blindar outro. O empresário J. M. (não revelar o nome é uma das principais orientações das blindadoras) está blindando seu quinto carro desde 1995.

Depois de um Chevrolet Omega, um Mercedes-Benz, um Jeep Grand Cherokee e um Chevrolet Blazer, chegou a vez de um Chevrolet Vectra 2.2 CD. "Não consigo viver sem um blindado. Quando estou no carro de um amigo que não tem a proteção, me sinto inseguro", conta ele, que vê na blindagem a garantia de que vai "sair de casa e saber que encontrará de novo a família no final do dia".

Ele compara uma blindagem a um seguro de vida. "A gente faz pensando em não usar. É uma garantia." Depois de começar a blindar seus carros, o empresário não foi assaltado, mas antes já havia sido várias vezes. (JAA)


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