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DIAGNÓSTICO Para acabar com a violência seriam necessários 55 mil policiais nas ruas de SP


Ladrão é mais rápido que polícia


Greg Salibian/Folha Imagem
AÇÃO Policiais revistam Kombi em blitz na zona sul de São Paulo; segundo a polícia, como não é possível fiscalizar as 55 mil ruas da cidade, iniciativas são concentradas nos pontos de maior criminalidade, como colégios, faculdades e clubes; engarrafamentos são considerados locais propícios para roubos, mas é difícil prever se haverá ataques, pois os assaltantes mudam muito de lugar

free-lance para a Folha

As Polícias Civil e Militar concordam que os furtos e roubos de veículos nunca vão acabar. “É difícil evitar. Os marginais mudam de área
muito rápido”, diz o capitão
da PM Roberto Alves.

“Eles são bem mais rápidos
que nós”, reconhece Benedito Costa Pimentel, da Divecar (Divisão de Investigação
sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas). “Se
estamos fazendo uma
operação em um bairro,
atacam em outro.”

O crescimento desordenado
da capital é apontado como
um dos grandes causadores
da violência no trânsito.
“São Paulo não tem se
projetado para o aumento
da frota”, lembra Alves, citando
a falta de estacionamentos e os constantes congestionamentos como principais características.

A cidade de São Paulo é considerada o maior estacionamento a céu aberto da América Latina. São 55 mil ruas. Seria preciso um policial militar por rua para acabar com furtos e roubos. “Eles realmente acabariam, mas seriam usados todos os homens da PM, deixando o resto do Estado desprotegido”, diz Pimentel.

Idéias
Para Luís Antônio Souza, pesquisador do Núcleo de Violência da USP (Universidade de São Paulo) e doutor em sociologia, a causa de tanta violência é social. “O crime é promessa de mobilidade social. Hoje, a violência no trânsito é grande porque o retorno é rápido, e o risco, menor.”

Ele diz que a rua se tornou um lugar inóspito, não apenas um local de passagem. “Carro não é meio de transporte, mas símbolo de status”, afirma. “Segurança se transformou em uma mercadoria: compra quem pode.”

O sociólogo aponta como solução para a violência a retomada do espaço público, como aconteceu em algumas grandes cidades norte-americanas e européias. No Brasil, a preferência ainda é pelos locais fechados _que teoricamente oferecem mais segurança_, como os shoppings.

O delegado Pimentel diz que é preciso tornar roubos e furtos desinteressantes para que acabem. “Já não é muito lucrativo, mas é preciso diminuir ainda mais o valor de um carro ilegal.” (JAA)


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