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12/07/2004
-
11h20
KLEBER TOMAZ
da Folha Online
O que Gabriel Antônio de Oliveira Chalot, 30, conseguiu agora, indo para uma Olimpíada como treinador, é a realização de algo que ele sempre sonhou e nunca obteve enquanto lutador. Chalot é um dos quatro técnicos da seleção permanente de boxe do Brasil que irão aos Jogos deste ano. O técnico detesta, porém, quando há a insinuação de que sua presença na delegação esteja ligada ao fato de ele ser filho do único medalhista olímpico do boxe nacional até hoje: Servílio de Oliveira, 56, bronze no México-68.
"Não me ajudou em nada ser filho dele", diz Chalot, que tem esse sobrenome herdado da mãe, a chilena Mariana Victoria Chalot Del Campo, 50. "Meu pai conheceu minha mãe no Chile, em 71, quando ficou quatro anos sem lutar depois de descolar a retina. Ela é sobrinha de um grande lutador de lá que era amigo de meu pai e os apresentou."
Nascido em Santiago, no Chile, o treinador mal teve tempo para criar raízes por lá. Seu pai voltou ao Brasil em 1975, quando Chalot tinha um ano de idade, para retornar aos ringues e posteriormente aposentar as luvas, em 1978. "Quando ele parou eu tinha só quatro anos, nem me lembro direito dele lutando", disse o técnico, que têm mais quatro irmãos.
"Somos três homens e duas mulheres. Dos homens só eu o caçula queríamos ser boxeadores. O mais novo trabalha como técnico em uma academia de boxe do meu pai", disse Chalot, que está conseguindo como técnico o que não pôde realizar nos tempos de atleta. "Eu infelizmente não tive qualidade para ir a uma Olimpíada como boxeador. Lutei de 1989 a 1995, mas não passei na seletiva e fiquei de fora de Atlanta-1996."
Como treinador, Chalot rejeita a nacionalidade chilena e autodenomina-se o único brasileiro membro da comissão técnica da seleção de boxe --formada também pelo cubano Francisco 'Paco' Garcia, João Carlos Soares (Guiné-Bissau) e Abel Bokovo (Benin).
"Minha trajetória na seleção como técnico começou nas categorias de base. Fiz faculdade de educação física e além disso sempre participei de vários cursos dentro e fora do país para me aperfeiçoar", disse o treinador, que tem dupla nacionalidade.
Questionado sobre qual a lição tirada de sua relação com Servílio, Chalot é incisivo. "Do meu pai herdei a garra e a força de vontade para vencer", disse o treinador, que prefere manter o distanciamento quando o assunto são comparações. "Quando eu lutava, a pressão pelo fato de ser filho do Servílio era maior. Agora, como técnico, diminuiu [a cobrança] e ganhei mais liberdade para trabalhar."
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O que Gabriel Antônio de Oliveira Chalot, 30, conseguiu agora, indo para uma Olimpíada como treinador, é a realização de algo que ele sempre sonhou e nunca obteve enquanto lutador. Chalot é um dos quatro técnicos da seleção permanente de boxe do Brasil que irão aos Jogos deste ano. O técnico detesta, porém, quando há a insinuação de que sua presença na delegação esteja ligada ao fato de ele ser filho do único medalhista olímpico do boxe nacional até hoje: Servílio de Oliveira, 56, bronze no México-68.
"Não me ajudou em nada ser filho dele", diz Chalot, que tem esse sobrenome herdado da mãe, a chilena Mariana Victoria Chalot Del Campo, 50. "Meu pai conheceu minha mãe no Chile, em 71, quando ficou quatro anos sem lutar depois de descolar a retina. Ela é sobrinha de um grande lutador de lá que era amigo de meu pai e os apresentou."
Nascido em Santiago, no Chile, o treinador mal teve tempo para criar raízes por lá. Seu pai voltou ao Brasil em 1975, quando Chalot tinha um ano de idade, para retornar aos ringues e posteriormente aposentar as luvas, em 1978. "Quando ele parou eu tinha só quatro anos, nem me lembro direito dele lutando", disse o técnico, que têm mais quatro irmãos.
"Somos três homens e duas mulheres. Dos homens só eu o caçula queríamos ser boxeadores. O mais novo trabalha como técnico em uma academia de boxe do meu pai", disse Chalot, que está conseguindo como técnico o que não pôde realizar nos tempos de atleta. "Eu infelizmente não tive qualidade para ir a uma Olimpíada como boxeador. Lutei de 1989 a 1995, mas não passei na seletiva e fiquei de fora de Atlanta-1996."
Como treinador, Chalot rejeita a nacionalidade chilena e autodenomina-se o único brasileiro membro da comissão técnica da seleção de boxe --formada também pelo cubano Francisco 'Paco' Garcia, João Carlos Soares (Guiné-Bissau) e Abel Bokovo (Benin).
"Minha trajetória na seleção como técnico começou nas categorias de base. Fiz faculdade de educação física e além disso sempre participei de vários cursos dentro e fora do país para me aperfeiçoar", disse o treinador, que tem dupla nacionalidade.
Questionado sobre qual a lição tirada de sua relação com Servílio, Chalot é incisivo. "Do meu pai herdei a garra e a força de vontade para vencer", disse o treinador, que prefere manter o distanciamento quando o assunto são comparações. "Quando eu lutava, a pressão pelo fato de ser filho do Servílio era maior. Agora, como técnico, diminuiu [a cobrança] e ganhei mais liberdade para trabalhar."
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