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12/07/2004
-
11h22
KLEBER TOMAZ
da Folha Online
O Brasil deixará de ser o "Brasil" para tentar subir ao pódio da Olimpíada de Atenas, na Grécia. A tática para obter uma medalha pode parecer antinacionalista, mas já está difundida entre a comissão técnica e os cinco atletas da delegação. A arma brasileira será usar a "malícia cubana".
Sob o comando do técnico cubano Francisco "Paco" Garcia, a seleção já é inclusive bilíngüe.
"O nosso portunhol [mistura de português com espanhol] está bem. Agora estamos resgatando a malandragem e a esperteza do boxe de Cuba. Tenho assimilado bem isso. Antes eu só dava soco 'mata-cobra' [desferido de olhos fechados contra o oponente], agora estou mais consciente e malicioso, sem deixar de lado a técnica", disse Washington Luis da Silva, 26, da categoria até 81kg.
Além de Garcia, a comissão técnica conta com João Carlos Soares, que é de Guiné-Bissau, Abel Bokovo, do Benin, e com o chileno Gabriel Antônio de Oliveira Chalot --filho do brasileiro Servílio de Oliveira, medalha de bronze no boxe no México-68.
"A presença deles [dos treinadores estrangeiros] muda tudo na preparação. É como ter um Luiz Felipe Scolari comandando a seleção de Portugal na Eurocopa. Os cubanos são iguais ao Scolari, que é o melhor técnico do mundo. Hoje, o boxe brasileiro se encontra em um nível mais elevado por causa deles", disse Silva.
Apesar de apostar na "ginga cubana", Washington diz que os rivais do país caribenho não são os que mais o preocupam em Atenas. "Cuba tem tradição, mas os principais adversários da minha categoria são da Rússia, França e Cazaquistão", disse Silva que irá conhecer seus adversários depois de feito o sorteio oficial dos confrontos.
Segundo Washington, além da presença dos técnicos estrangeiros, o investimento no boxe nacional também está ajudando na preparação dos atletas. "O que faltava em Sydney-2000 era investimento. É difícil um atleta sair do trabalho e treinar no dia seguinte sem uma ajuda de custo."
A presença dos treinadores estrangeiros está sendo encarada como um aprendizado até por Chalot. "Estou aprendendo muito com eles. A escola cubana é o espelho da nossa seleção. Deles [dos cubanos] aprendi a usar o trabalho metodológico. Eles são científicos fazendo render o trabalho. A única diferença entre Cuba e o Brasil no boxe é que os cubanos começam a treinar com sete anos de idade, e aqui, com 17. Isso acaba sendo refletido no rendimento dos atletas no futuro."
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da Folha Online
O Brasil deixará de ser o "Brasil" para tentar subir ao pódio da Olimpíada de Atenas, na Grécia. A tática para obter uma medalha pode parecer antinacionalista, mas já está difundida entre a comissão técnica e os cinco atletas da delegação. A arma brasileira será usar a "malícia cubana".
Sob o comando do técnico cubano Francisco "Paco" Garcia, a seleção já é inclusive bilíngüe.
Marco A. Rezende/COB |
Equipe brasileira de boxe |
Além de Garcia, a comissão técnica conta com João Carlos Soares, que é de Guiné-Bissau, Abel Bokovo, do Benin, e com o chileno Gabriel Antônio de Oliveira Chalot --filho do brasileiro Servílio de Oliveira, medalha de bronze no boxe no México-68.
"A presença deles [dos treinadores estrangeiros] muda tudo na preparação. É como ter um Luiz Felipe Scolari comandando a seleção de Portugal na Eurocopa. Os cubanos são iguais ao Scolari, que é o melhor técnico do mundo. Hoje, o boxe brasileiro se encontra em um nível mais elevado por causa deles", disse Silva.
Apesar de apostar na "ginga cubana", Washington diz que os rivais do país caribenho não são os que mais o preocupam em Atenas. "Cuba tem tradição, mas os principais adversários da minha categoria são da Rússia, França e Cazaquistão", disse Silva que irá conhecer seus adversários depois de feito o sorteio oficial dos confrontos.
Segundo Washington, além da presença dos técnicos estrangeiros, o investimento no boxe nacional também está ajudando na preparação dos atletas. "O que faltava em Sydney-2000 era investimento. É difícil um atleta sair do trabalho e treinar no dia seguinte sem uma ajuda de custo."
A presença dos treinadores estrangeiros está sendo encarada como um aprendizado até por Chalot. "Estou aprendendo muito com eles. A escola cubana é o espelho da nossa seleção. Deles [dos cubanos] aprendi a usar o trabalho metodológico. Eles são científicos fazendo render o trabalho. A única diferença entre Cuba e o Brasil no boxe é que os cubanos começam a treinar com sete anos de idade, e aqui, com 17. Isso acaba sendo refletido no rendimento dos atletas no futuro."
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