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14/07/2004
-
11h01
KLEBER TOMAZ
da Folha Online
Próximo de debutar em Atenas no seu primeiro torneio internacional sob o comando da seleção brasileira feminina de futebol, o técnico Renê Simões ainda está tentando se adaptar à experiência de trabalhar com mulheres.
"Não é nem pior, nem melhor. É muito diferente. A mulher não resolve o problema, discute o problema. Elas têm que parar de discutir", revelou Simões, que está há pouco mais de quatro meses à frente do time.
"É que nós gostamos de saber o porquê de tudo o que está sendo feito. Já os homens passam por cima disso e tentam soluções na hora", defendeu-se a goleira Maravilha.
O treinador assumiu o cargo no lugar de Paulo Gonçalves, que comandou o Brasil nas conquistas do sul-americano e da medalha de ouro no Pan-Americano de Santo Domingo, competições realizadas em 2003. Apesar do bom desempenho Gonçalves, teve problemas de relacionamento com as atletas, que questionaram seus métodos --acusaram-no de não orientar o time durante os jogos e de tomar decisões táticas sem consultar o grupo.
"Em princípio eu não quis [assumir a seleção feminina], mas depois pensei bem e aceitei o desafio", disse o treinador, que tenta substituir o carismático técnico José Duarte --quarto colocado com a seleção nas duas últimas Olimpíadas-- e que ainda hoje é reverenciado pelas atletas.
"O Zé Duarte é um belíssimo treinador e até hoje as jogadoras têm ele como um paizão", disse Simões, adepto de uma linha mais disciplinadora de trabalho. "Agora, temos psicólogo, nutricionista, ginecologista e todo o suporte que você imaginar."
Simões afirmou ter ficado surpreso quando soube que algumas atletas nunca haviam ido a um ginecologista. "Imagina uma jogadora de 25 anos que nunca foi se tratar. Nove jogadoras que tenho estariam menstruadas no meio da Olimpíada. Tudo isso está sendo visto pelos nossos médicos com trabalhos hormonais", disse o treinador.
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Acostumado a times masculinos, Simões sofre com "discussões" das mulheres
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da Folha Online
Próximo de debutar em Atenas no seu primeiro torneio internacional sob o comando da seleção brasileira feminina de futebol, o técnico Renê Simões ainda está tentando se adaptar à experiência de trabalhar com mulheres.
B. Domingos/Reuters |
Renê orienta treino |
"É que nós gostamos de saber o porquê de tudo o que está sendo feito. Já os homens passam por cima disso e tentam soluções na hora", defendeu-se a goleira Maravilha.
O treinador assumiu o cargo no lugar de Paulo Gonçalves, que comandou o Brasil nas conquistas do sul-americano e da medalha de ouro no Pan-Americano de Santo Domingo, competições realizadas em 2003. Apesar do bom desempenho Gonçalves, teve problemas de relacionamento com as atletas, que questionaram seus métodos --acusaram-no de não orientar o time durante os jogos e de tomar decisões táticas sem consultar o grupo.
"Em princípio eu não quis [assumir a seleção feminina], mas depois pensei bem e aceitei o desafio", disse o treinador, que tenta substituir o carismático técnico José Duarte --quarto colocado com a seleção nas duas últimas Olimpíadas-- e que ainda hoje é reverenciado pelas atletas.
"O Zé Duarte é um belíssimo treinador e até hoje as jogadoras têm ele como um paizão", disse Simões, adepto de uma linha mais disciplinadora de trabalho. "Agora, temos psicólogo, nutricionista, ginecologista e todo o suporte que você imaginar."
Simões afirmou ter ficado surpreso quando soube que algumas atletas nunca haviam ido a um ginecologista. "Imagina uma jogadora de 25 anos que nunca foi se tratar. Nove jogadoras que tenho estariam menstruadas no meio da Olimpíada. Tudo isso está sendo visto pelos nossos médicos com trabalhos hormonais", disse o treinador.
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