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14/07/2004 - 11h04

Marlisa Walbrink larga "bicos" e volta a ser Maravilha no gol do Brasil

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KLEBER TOMAZ
da Folha Online

Por nove meses ela foi Marlisa Walbrink, 31, uma simples dona-de-casa dedicada ao marido, o professor de geografia Sérgio Loch, 29, na pacata cidade de Maravilha, no Estado de Santa Catarina. Mas em março, ela voltou a ser Maravilha, a goleira da seleção brasileira feminina de futebol que irá aos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia, em agosto.

Antônio Gaudério/F. Imagem
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Antes da convocação feita pelo técnico Renê Simões, Maravilha --apelido de infância pelo fato de morar na cidade com esse nome-- fazia "bicos" para se sustentar.

"Como não existem mais clubes no Brasil com um futebol feminino forte e também não há mais campeonatos, eu praticamente só existo no futebol por causa da seleção", disse a goleira, que está sem defender um clube desde 2002 --seu último time foi o Grêmio.

Dentre as alternativas encontradas por ela para ganhar algum dinheiro, acabou dando aulas de preparação física para uma equipe masculina amadora de futebol de sua cidade durante um mês. "Ganhei R$ 150 por esse trabalho. E olha que nem faculdade de educação física eu fiz. Na verdade, estou cursando letras", revelou.

Vivendo quase que exclusivamente da renda do marido, que dá aulas na rede municipal de ensino, Maravilha foi obrigada a se livrar de alguns bens que tinham grande valor sentimental. "Vendi as camisas de clubes e seleções contra os quais joguei, bem como agasalhos da seleção e dois pares de chuteiras", disse a goleira, que negociava cada peça por cerca de R$ 70.

"Infelizmente essa é a realidade do futebol feminino brasileiro. Quem está aqui no país não consegue viver só dele", explicou a atleta, que tem um acordo verbal com o Saad para tentar jogar na liga norte-americana de futebol do próximo ano. "Só poderei me dedicar ao esporte se for jogar no exterior."

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