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26/07/2004 - 11h00

Mesmo com atletas na elite, seleção feminina de handebol vê dificuldades

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FÁBIO FLEURY
da Folha Online

Assim como acontece no handebol masculino do Brasil, que conta com o armador Bruno Souza, eleito o terceiro melhor jogador do mundo na última temporada, a seleção brasileira feminina tem atletas que jogam na elite da modalidade. Ainda assim, também seguindo o exemplo do time masculino, a equipe brasileira feminina irá aos Jogos de Atenas preocupada principalmente em fugir das últimas colocações.

A goleira Chana Masson, 25, atuou durante quatro anos no El Ferrobús Mislata, da Espanha, e atraiu a atenção do FCK Kopenhagen, time da primeira divisão da Liga Dinamarquesa, considerada uma das melhores do mundo --a Dinamarca foi campeã olímpica feminina em Sydney-2000. A mudança de país, que será concretizada após os Jogos, afirma a jogadora, não poderia ter sido melhor.

"É a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha carreira, mas ainda não estou garantida lá. Tenho contrato por um ano e vou ter que me esforçar muito para permanecer. Mas estou confiante. A liga da Dinamarca é, hoje em dia, a melhor do mundo, vai ser muito bom atuar lá", conta Chana, que já fez duas semanas de treinamentos com a nova equipe antes de se apresentar à seleção, no início de junho.

Nos Jogos de Atenas, a atleta diz acreditar que a equipe brasileira não terá vida fácil. "No nosso grupo, os adversários mais fáceis, teoricamente, seriam a Grécia, que é um bom time e joga em casa, e a China, que recentemente empatou com a Coréia do Sul, a melhor equipe da Ásia. Depois, temos Ucrânia e Hungria. Na segunda fase, quando cruzamos com a outra chave --França, Coréia, Espanha, Dinamarca e Angola--, vai ser igualmente complicado. Nosso objetivo é melhorar o desempenho e tentar um lugar entre as cinco melhores equipes", avalia a goleira.

Em Sydney-2000, o Brasil terminou na oitava colocação, depois de perder a decisão do sétimo lugar para a Romênia, por 38 a 33. O time brasileiro chegou a se classificar para as quartas-de-final, mas perdeu por 35 a 24, para a Coréia do Sul.

A goleira começou a se destacar na seleção durante os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá), em 1999. Na decisão, contra a seleção canadense, Chana defendeu quatro de cinco tiros diretos de 7 metros --espécie de pênalti da modalidade-- e ajudou o Brasil a conquistar a medalha de ouro. Pela atuação, ela recebeu o prêmio de melhor jogadora de handebol do ano do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Em seguida, veio o convite do Ferrobús, clube que tem sede na cidade de Valência. Pelo time espanhol, Chana disputou na temporada 1999/2000 a EHF Cup, uma das três ligas européias de handebol --é a terceira em importância, depois da Liga dos Campeões e da Recopa-- e, graças à contusão da goleira titular, também teve chance de se destacar.

"Eu entrei na fogueira, direto nas quartas-de-final, e também disputei a semifinal e a decisão", lembra a goleira, que foi campeã do torneio contra o Tertnes Idrettslag, da Noruega --o time espanhol ficou com o título no saldo de gols, depois de vencer por 24 a 22 em casa e perder por 19 a 18, fora.

Na Dinamarca, afirma a brasileira, o aparente problema com a língua não será tão grande quanto parece. "Eu vou ter um professor particular de dinamarquês, mas por sorte o meu técnico [Magnus Andersson] fala português. Ele já veio diversas vezes para cá, adora o país e aprendeu a falar nossa língua. Ele já tinha me visto jogar em várias ocasiões", conta.

Em sua nova equipe, Chana terá a companhia da dinamarquesa Camila Anderssen, protagonista de uma das histórias mais curiosas dos Jogos Olímpicos. A atleta, campeã olímpica com a seleção da Dinamarca em Sydney-2000, é casada com a norueguesa Mia Hundvin, que joga na seleção de seu país e ficou com o bronze.

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