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04/08/2004 - 11h01

Nalbert assume favoritismo do Brasil e diz não temer pressão

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FÁBIO FLEURY
da Folha Online

Desde que o técnico Bernardinho assumiu a seleção brasileira masculina de vôlei, o time chegou a 13 finais em 14 campeonatos disputados. Melhor: ergueu o troféu em 11 oportunidades. Na última delas, na Liga Mundial-2004, a equipe ainda obteve o título de forma invicta, com 15 vitórias e apenas oito sets perdidos --na final, bateu a Itália, em Roma, por 3 sets a 1.

Tamanha hegemonia (o Brasil detém também o título mundial, conquistado na Argentina, em 2002), faz com que o time chegue a Atenas com um favoritismo nunca antes experimentado. Sem discurso "pronto", o ponta Nalbert assume a superioridade brasileira e nega que a pressão pelo resultado possa prejudicar.

"Todo mundo fala que o favoritismo pode atrapalhar, mas eu não concordo. Temos um grupo muito solidário. Temos a chance de fazer história no esporte em Atenas, se conquistarmos o ouro, que é o nosso objetivo. Acho que nunca uma só equipe dominou tanto um esporte competitivo como o vôlei, que tem várias equipes de elite", analisa.

Para o jogador, que se recupera de uma cirurgia no ombro e deve começar a competição em Atenas no banco, a principal característica fez da equipe um time vencedor é a união, fator que, segundo sua visão, faltou em Sydney-2000.

"Eu poderia ficar o dia todo falando sobre as diferenças entre o grupo de Sydney e o atual. Agora, temos um grupo mais consciente, unido, homogêneo, com mais comando", contou o jogador. "Estou na seleção há 11 anos e sou capitão há oito, mas os últimos quatro anos, sem dúvida, foram os mais felizes."

Desde que a seleção brasileira terminou em uma decepcionante sexta colocação em Sydney-2000 e Radamés Lattari deixou o cargo de técnico para Bernardinho, o time teve como principais conquistas o Campeonato Mundial da Argentina, em 2002, e três Ligas Mundiais, em 2001, 2003 e 2004.

"A questão é que agora temos um grupo montado ao longo dos últimos quatro anos, enquanto em 2000, a menos de dois meses da Olimpíada, ainda não tínhamos uma equipe definida", lembrou Nalbert.

Em 2000, o técnico Radamés Lattari chegou a fazer treinamentos com 21 jogadores e convidar outros para testes na preparação para as Olimpíadas. Na convocação final, apareceram os nomes dos campeões olímpicos Tande e Giovane, que haviam jogado no vôlei de praia durante os três anos anteriores. Convocado na última hora e bastante contestado, Giovane vive situação bastante atualmente, já que é um dos principais líderes do elenco.

"Eu e o Tande entramos apenas no final, a preparação foi muito mal feita. Para a maioria, serviu de lição. Quando a Olimpíada acabou, começou um novo desafio para todos nós. Eu queria voltar pelos meus próprios méritos, não pelos meus resultados. Esse grupo trabalhou forte nos últimos quatro anos. Antes, a gente só perdia, acho que cansamos disso", revelou Giovane.

A Olimpíada na Austrália não foi a primeira que viu a má preparação e os problemas internos afetarem o desempenho da seleção brasileira. Em Atlanta-96, treinado pelo campeão olímpico José Roberto Guimarães e com vários jogadores que também conquistaram o ouro em Barcelona, o time perdeu três jogos e terminou em quinto lugar.

Durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles-84, a primeira grande geração do vôlei masculino, que contava com jogadores como Renan, Bernard, William e Montanaro, foi derrotada pelos Estados Unidos na final. Vice-campeões mundiais dois anos antes, na Argentina, os jogadores acreditavam em uma vitória fácil e tiveram uma briga interna antes da final, a respeito da premiação que receberiam caso conquistassem o ouro.

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