Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/08/2003 - 04h17

Marco Nanini vê espaço para o humor no drama

da Folha de S.Paulo

Para cada personagem que encontra no teatro, o pernambucano Marco Nanini, 55, cria como que uma "biografia". No texto da peça, adiciona toda informação que lhe abra caminho para chegar ao cerne do papel.
No caso de Willy Loman, o caixeiro-viajante de Arthur Miller, colou fotos, mapas, versos, tudo que encontrou sobre as citações de época. Apesar do drama social, ele vê em Loman alguns traços de humor. É o comediante Nanini colado no drama à sua moda, dirigido pela segunda vez por Felipe Hirsch (de "Os Solitários").

Personalismo - O Willy Loman é um cidadão muito chato, egocêntrico, personalista, cheio de histórias, dita regras, mas é um ser completamente puro. E o Arthur Miller tem uma visão quase "molièresca" dele, de compaixão. É de uma emoção esse homem, de uma lucidez tamanha que ultrapassa um terreno e vai para a alucinação. É um homem em estado-limite, último grau da pressão, do desespero, e, paradoxalmente, da consciência também.

Humor - Willy é muito emotivo, hilariante. Pensei: olha que problema: esse homem é hilariante, não posso ficar achando muita graça nesse homem, apesar de adorar o humor dele. O difícil é misturar: não posso abrir mão desse humor, mas não posso grifá-lo exageradamente. É um homem comum que se perde no romantismo, quase quixotesco.

Na alma - O autor tira o problema macro da história e vai tocar o ser comum. Isso tornou a peça eterna, porque vai na alma do homem que se vê tachado de fracassado. Eu acho que o Willy sempre entendeu errado a história toda. Ele não se preparou para os reveses dessa aposta no capitalismo, no tal sonho americano.

Leia mais
  • Drama reúne Marco Nanini e Juliana Carneiro da Cunha
  • Papel de mãe persegue atriz do Soleil
  • Hirsch segue sua exploração da memória
  • Miller dirigiu recentemente peça na China
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página