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05/08/2003
-
06h38
da Folha de S.Paulo, no Rio
O encenador Felipe Hirsch e a cenógrafa Daniela Thomas conceberam "A Morte de um Caixeiro Viajante" como um espetáculo que passasse, num átimo de segundo, as últimas 24 horas antes da morte anunciada de seu protagonista, Willy Loman.
"É emblemático que até o presente da peça está comprometido com a memória, fundindo-se com o passado. Admitimos que o Willy Loman pode estar contando essa história das últimas 24 horas dele, num segundo antes de bater o carro ao final. A encenação partiu disso, mas não queremos que o presente deixe de ser o nosso marco-zero, nossa base", afirma Hirsch, 31.
Escrita há 54 anos, a peça de Arthur Miller encaixa-se como luva nas pesquisas cênica e dramatúrgica de Hirsch e sua Sutil Companhia de Teatro quanto à narrativa de memória, alvo de montagens anteriores ("A Vida É Cheia de Som & Fúria", "A Memória da Água", "Nostalgia" etc).
A manipulação do tempo pelo protagonista em "Caixeiro", oscilando presente e passado sem necessariamente demarcá-los, estimula Hirsch a transitar com mais liberdade sobre a narrativa fragmentada. Não precisa, por exemplo, fazer uso do proscênio, como indica Miller, para o público notar a mudança de tempo.
"É possível colocar um personagem no plano da lembrança ou do presente sem que seja necessário detectar uma coisa ou outra. Se o espectador não identificar, talvez seja melhor ainda", diz.
Ele optou pela tradução de Flávio Rangel, diretor que fez duas montagens da mesma peça, nos anos 60 e 70. "É exatamente o texto de cabo a rabo", afirma.
Fantasioso
Sobre Willy Loman, descreve-o como um homem fantasioso, bastante confuso na educação dos filhos, na relação com as pessoas, na maneira de encarar a vida.
"Ele cava a própria cova. Quando Miller coloca a pá nas mãos dele para plantar as sementes na terra, é uma metáfora para o personagem."
A montagem tem estréia marcada para São Paulo no dia 5/9, no Sesc Vila Mariana.
A MORTE DE UM CAIXEIRO VIAJANTE
De: Arthur Miller
Tradução: Flávio Rangel
Com: Marco Nanini, Juliana Carneiro da Cunha, Francisco Milani, Gabriel Braga Nunes, Pedro Brício, Rubens Caribé, Ana Kutner etc
Onde: teatro João Caetano (pça. Tiradentes, s/ nº RJ, tel. 0/xx/21/2221-0305)
Quando: pré-estréia dia 7/8, para convidados, e dia 8/8 para o público em geral
Quanto: de R$ 15 a R$ 30 (até 31/8)
Patrocinadores: Petrobras, BrasilTelecom; co-patrocinador: Telebras
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VALMIR SANTOSda Folha de S.Paulo, no Rio
O encenador Felipe Hirsch e a cenógrafa Daniela Thomas conceberam "A Morte de um Caixeiro Viajante" como um espetáculo que passasse, num átimo de segundo, as últimas 24 horas antes da morte anunciada de seu protagonista, Willy Loman.
"É emblemático que até o presente da peça está comprometido com a memória, fundindo-se com o passado. Admitimos que o Willy Loman pode estar contando essa história das últimas 24 horas dele, num segundo antes de bater o carro ao final. A encenação partiu disso, mas não queremos que o presente deixe de ser o nosso marco-zero, nossa base", afirma Hirsch, 31.
Escrita há 54 anos, a peça de Arthur Miller encaixa-se como luva nas pesquisas cênica e dramatúrgica de Hirsch e sua Sutil Companhia de Teatro quanto à narrativa de memória, alvo de montagens anteriores ("A Vida É Cheia de Som & Fúria", "A Memória da Água", "Nostalgia" etc).
A manipulação do tempo pelo protagonista em "Caixeiro", oscilando presente e passado sem necessariamente demarcá-los, estimula Hirsch a transitar com mais liberdade sobre a narrativa fragmentada. Não precisa, por exemplo, fazer uso do proscênio, como indica Miller, para o público notar a mudança de tempo.
"É possível colocar um personagem no plano da lembrança ou do presente sem que seja necessário detectar uma coisa ou outra. Se o espectador não identificar, talvez seja melhor ainda", diz.
Ele optou pela tradução de Flávio Rangel, diretor que fez duas montagens da mesma peça, nos anos 60 e 70. "É exatamente o texto de cabo a rabo", afirma.
Fantasioso
Sobre Willy Loman, descreve-o como um homem fantasioso, bastante confuso na educação dos filhos, na relação com as pessoas, na maneira de encarar a vida.
"Ele cava a própria cova. Quando Miller coloca a pá nas mãos dele para plantar as sementes na terra, é uma metáfora para o personagem."
A montagem tem estréia marcada para São Paulo no dia 5/9, no Sesc Vila Mariana.
A MORTE DE UM CAIXEIRO VIAJANTE
De: Arthur Miller
Tradução: Flávio Rangel
Com: Marco Nanini, Juliana Carneiro da Cunha, Francisco Milani, Gabriel Braga Nunes, Pedro Brício, Rubens Caribé, Ana Kutner etc
Onde: teatro João Caetano (pça. Tiradentes, s/ nº RJ, tel. 0/xx/21/2221-0305)
Quando: pré-estréia dia 7/8, para convidados, e dia 8/8 para o público em geral
Quanto: de R$ 15 a R$ 30 (até 31/8)
Patrocinadores: Petrobras, BrasilTelecom; co-patrocinador: Telebras
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