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"Deusa da fossa", Maysa ganha biografia 30 anos após sua morte
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KARINA KLINGER
da Folha Online
O diretor global Jayme Monjardim, 49, deu o aval para a publicação da biografia de sua mãe, a cantora Maysa (1936-1977) --considerada a "rainha da fossa" por cantar a tristeza e a melancolia em clássicos da MPB como "Meu Mundo Caiu" e "Se Todos Fossem Iguais a Você".
Ana Carolina Fernandes/FI |
Jayme Monjardim autoriza livro sobre história de sua mãe |
Prevista para chegar às livrarias em 2007 --30 anos após sua morte em um acidente de carro na ponte Rio-Niterói--, a obra será escrita pelo jornalista e escritor Lira Neto, 41.
Sucesso nas décadas de 60 e 70, a intérprete e compositora Maysa, cujo nome completo era Maysa Figueira Monjardim Matarazzo, ficou conhecida por interpretar clássicos como "Ouça", "Meu Mundo Caiu", "Resposta" e "Felicidade Infeliz", entre outros. Célebre por interpretar músicas de fossa e dor-de-cotovelo, a cantora também foi um ícone da bossa nova, sendo uma das primeiras vozes a levar esse gênero musical para terras estrangeiras.
Divulgação |
Maysa cantava tristeza e melancolia |
Fã de Maysa, Lira Neto foi autorizado por Monjardim, filho único da cantora, a revirar o baú da família, repleto de correspondência, escritos inéditos e recortes de jornais e revistas da época.
"O primeiro passo foi recuperar a sua discografia, que está fora de catálogo; confesso que não foi fácil, percorri uma série de sebos em São Paulo e, pela internet, contatei lojas que vendem vinis em outras capitais brasileiras", conta o escritor.
Divulgação |
Lira Neto prepara-se para escrever biografia de Maysa |
Segundo o pesquisador, Maysa era uma intérprete versátil, que com sua voz rouca imortalizou canções brasileiras e também em outros idiomas, como o inglês, o francês e até mesmo o turco. Nos anos 50, ela mostrou coragem ao deixar o marido milionário para dedicar-se exclusivamente à música, já que ele não aceitava a sua carreira.
Profissionalmente, argumenta o escritor, a cantora viveu um momento importante na história da música brasileira, a transição do samba-canção dos anos 40 e 50 para a moderna MPB. "Ela foi uma das grandes divas que vieram depois de Dolores Duran e Aracy de Almeida", diz Neto.
Apesar do aval da família, permitindo acesso livre ao arquivo da
intérprete, Lira Neto tem um desafio pela frente. Afinal, a vida de Maysa sempre foi alvo de fofocas. Na década de 60, além dos problemas que teve com a bebida, a imprensa vivia lhe atribuindo "namoricos" e casos tórridos.
"Pretendo mostrar todas as faces de Maysa, seus bons e maus momentos, suas alegrias e suas dores, enfim, traçar um retrato de corpo inteiro de uma mulher que ousou romper com o bom-mocismo e os preconceitos de sua época", diz o autor, que já iniciou a fase de entrevistas para o livro, que deverá ter cerca de 500 páginas.
José de Alencar
O último trabalho de Neto foi "Castello - A Marcha para a Ditadura ", biografia do ex-presidente Castello Branco, um dos finalistas do Prêmio Jabuti deste ano na categoria "reportagem e biografia".
A obra recebeu avaliações positivas, como a do jornalista Fernando Morais ("Chatô -O Rei do Brasil" e "Olga"), e de a de Elio Gaspari, autor de uma série de livros sobre o regime militar como "A Ditadura Derrotada" (2003) e "A Ditadura Encurralada" (2004).
A biografia sobre Castello chegou no ano passado a ficar entre os mais vendidos em rankings de vendas de algumas livrarias, como a Cultura. Atualmente, o escritor finaliza a biografia do romancista José de Alencar (1829-1877). Antes de se dedicar à carreira de escritor, Neto foi ex-ombudsman do jornal "O Povo", editado no Ceará.
Neto estreou como biógrafo em 1999 com o lançamento de "O Poder e a Peste - A Vida de Rodolfo Teófilo " sobre a vida do farmacêutico baiano Rodolfo Teófilo (1853-1932), autor do romance "A Fome" (1890), um clássico da literatura brasileira.
Leia mais
- Maysa brinca e briga com a bossa (só assinantes)
- Alzira Espíndola cai na fossa de Maysa (só assinantes)
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