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29/03/2007
-
09h00
FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online
"Quem disse que não se pode fazer rock no Irã?", desafiam os jovens da banda indie rock Hypernova em seu primeiro álbum, "Who Says You Can't Rock in Iran?".
Oficialmente, não pode. O estilo musical foi banido em dezembro de 2005 pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que considera qualquer música ocidental contrária à moral da República Islâmica do Irã.
Mas, circulando pelo cenário underground de Teerã, o Hypernova não só "faz rock", como inspira-se em bandas ocidentais: Arctic Monkeys, Kings of Leon, The Strokes, Franz Ferdinand, Interpol, Radiohead e Sonic Youth são algumas influências declaradas pela banda em seu endereço no MySpace (www.myspace.com/hypernovamusic).
Em busca de um lugar no cenário mundial, os iranianos Raam (compositor e líder), 25; Kodi (guitarra), 17; Jamshid (baixo), 26; e Kami (bateria), 25, capricham no inglês para conseguir destaque no cenário indie rock ocidental.
As composições, em geral, remetem às condições de vida no Irã, mas sempre com alguma referência ocidental --como em "Consequence": "Há um homem com uma arma que vive dentro da minha casa/Big Brother você se importa? Eu estou tentando dormir").
Invasão
Na última segunda-feira (27), o grupo se apresentou em Nova York no bar "Baby Fat", recebendo destaque nos principais jornais dos Estados Unidos.
Ram, único integrante que fala inglês no grupo, explicou à reportagem do jornal "The New York Times" as dificuldades que o Hypernova enfrentou para conseguir tocar para uma modesta platéia de 30 pessoas em Nova York.
"Parece um sonho tocar nos EUA", já que a luta pela obtenção dos vistos não foi nada fácil. "Todos os dias acordávamos e desejávamos que o Irã não fosse manchete nos jornais", explica, citando a frágil relação entre a comunidade internacional e seu país.
No Irã, a performance em shows pode resultar em detenção, multas ou mesmo chicoteamento em praça pública. "Acho que esse lado aventureiro acrescenta ao processo uma emoção extra, que faz com que seja ainda mais recompensador e excitante. E, definitivamente, vale a pena; tocar no cenário underground de Teerã é a melhor das drogas."
Ao menos no mundo digital, a banda tem mais liberdade para divulgar seu trabalho; com uma página no MySpace (www.myspace.com/hypernovamusic), o Hypernova já planeja o lançamento de seu site oficial (www.hypernovamusic.com), ainda em construção.
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da Folha Online
"Quem disse que não se pode fazer rock no Irã?", desafiam os jovens da banda indie rock Hypernova em seu primeiro álbum, "Who Says You Can't Rock in Iran?".
Oficialmente, não pode. O estilo musical foi banido em dezembro de 2005 pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que considera qualquer música ocidental contrária à moral da República Islâmica do Irã.
Divulgação |
Integrantes da banda iraniana de indie rock Hypernova (da esq.): Kami, Kodi e Raam |
Em busca de um lugar no cenário mundial, os iranianos Raam (compositor e líder), 25; Kodi (guitarra), 17; Jamshid (baixo), 26; e Kami (bateria), 25, capricham no inglês para conseguir destaque no cenário indie rock ocidental.
As composições, em geral, remetem às condições de vida no Irã, mas sempre com alguma referência ocidental --como em "Consequence": "Há um homem com uma arma que vive dentro da minha casa/Big Brother você se importa? Eu estou tentando dormir").
Invasão
Na última segunda-feira (27), o grupo se apresentou em Nova York no bar "Baby Fat", recebendo destaque nos principais jornais dos Estados Unidos.
Divulgação |
Iranianos do Hypernova se apresentaram na segunda-feira no bar "Fat Baby", em Nova York |
"Parece um sonho tocar nos EUA", já que a luta pela obtenção dos vistos não foi nada fácil. "Todos os dias acordávamos e desejávamos que o Irã não fosse manchete nos jornais", explica, citando a frágil relação entre a comunidade internacional e seu país.
No Irã, a performance em shows pode resultar em detenção, multas ou mesmo chicoteamento em praça pública. "Acho que esse lado aventureiro acrescenta ao processo uma emoção extra, que faz com que seja ainda mais recompensador e excitante. E, definitivamente, vale a pena; tocar no cenário underground de Teerã é a melhor das drogas."
Ao menos no mundo digital, a banda tem mais liberdade para divulgar seu trabalho; com uma página no MySpace (www.myspace.com/hypernovamusic), o Hypernova já planeja o lançamento de seu site oficial (www.hypernovamusic.com), ainda em construção.
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