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30/10/2002
-
11h32
da Folha de S.Paulo
"Você só percebe que está viciado quando fala sobre algo que aconteceu no jogo com a mesma empolgação com que falaria sobre uma nova namorada."
É assim que Manuel (o nome dos entrevistados foi alterado a pedido deles), 25, define o viciado em jogos de computador. "Counter Strike é o preferido. Olhe à sua volta. De cada seis computadores, cinco estão rodando o Counter." Olhar em volta quer dizer observar as dezenas de computadores da Monkey Paulista, uma LAN house -loja com micros ligados em rede com conexão de alta velocidade.
O que se vê no espaço bem iluminado são meninos de dez anos jogando com homens de 40. Às 18h, vieram da escola, do trabalho, ou estão ali há horas.
"Aqueles que estão descobrindo os jogos tendem a se viciar. Querem ficar bons", diz Tiago, 22, que gasta cerca de R$ 200 por mês em LAN houses. Ele joga no almoço, no intervalo entre o trabalho e a faculdade, depois da faculdade e nos fins de semana: "Sábado [dia 27] eu vou fazer corujão [sessão que vai das 23h às 6h], tomar café, votar e dormir o dia todo".
Ele diz que, quando o jogador já está bom, e a sensação de descoberta acaba, sobra o hábito: "É como cigarro. Você terminou com a namorada, pensa nela, aí fuma um cigarro ou joga Counter".
Tomás, 26, emenda: "Então você tem que lutar contra o vício, resgatar os amigos". Tomás é experiente no assunto, chegou a jogar 18 horas seguidas e percebeu que estava viciado. Hoje, joga depois do trabalho, "para relaxar".
Contraponto
No entanto, por mais você imagine adolescentes pálidos e prestes a virar os olhos, há uma convivência à parte dos micros nas LAN houses. "Fiz muitos amigos aqui. O pessoal pede pizza, toma Coca e conversa no balcão."
Manuel aponta o lado negativo: "meninos de 12 anos estão ficando obesos e corcundas".
A reportagem da Folha, que esteve no local às 18h de uma sexta, voltou às 3h e, enquanto dezenas de pessoas jogavam no térreo da loja, um grupo ocupava o salão, tomando refrigerante ou café.
Onde
Para se livrar do estigma de lugar inadequado, há casas com áreas para descanso e promoções.
Por exemplo, a rede de lojas Monkey oferece horas gratuitas a alunos com boas notas. É a promoção Boletim Escolar. A média de notas do aluno é calculada e ele ganha horas de acordo com o resultado.
Para saber os endereços das lojas da rede, entre em www.monkey.com.br. Na unidade Paulista (al. Santos, 1.217, Jardins, tel. 0/xx/11/3253-8627), durante a semana, depois das 17h, cada hora custa R$ 3,50. Em finais de semana, R$ 4. Na WebZone (tel. 0/xx/ 11/5535-2614, www.redplay.com.br), o preço é R$ 3. De sexta a domingo, cada hora custa R$ 3,50. A Cyber Games (tel. 0/xx/11/3891-2526, www.cyberlan.com.br) cobra R$ 3,50 durante a semana e R$ 4 de sexta a domingo.
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HELOISA HELENA LUPINACCIda Folha de S.Paulo
"Você só percebe que está viciado quando fala sobre algo que aconteceu no jogo com a mesma empolgação com que falaria sobre uma nova namorada."
É assim que Manuel (o nome dos entrevistados foi alterado a pedido deles), 25, define o viciado em jogos de computador. "Counter Strike é o preferido. Olhe à sua volta. De cada seis computadores, cinco estão rodando o Counter." Olhar em volta quer dizer observar as dezenas de computadores da Monkey Paulista, uma LAN house -loja com micros ligados em rede com conexão de alta velocidade.
O que se vê no espaço bem iluminado são meninos de dez anos jogando com homens de 40. Às 18h, vieram da escola, do trabalho, ou estão ali há horas.
"Aqueles que estão descobrindo os jogos tendem a se viciar. Querem ficar bons", diz Tiago, 22, que gasta cerca de R$ 200 por mês em LAN houses. Ele joga no almoço, no intervalo entre o trabalho e a faculdade, depois da faculdade e nos fins de semana: "Sábado [dia 27] eu vou fazer corujão [sessão que vai das 23h às 6h], tomar café, votar e dormir o dia todo".
Ele diz que, quando o jogador já está bom, e a sensação de descoberta acaba, sobra o hábito: "É como cigarro. Você terminou com a namorada, pensa nela, aí fuma um cigarro ou joga Counter".
Tomás, 26, emenda: "Então você tem que lutar contra o vício, resgatar os amigos". Tomás é experiente no assunto, chegou a jogar 18 horas seguidas e percebeu que estava viciado. Hoje, joga depois do trabalho, "para relaxar".
Contraponto
No entanto, por mais você imagine adolescentes pálidos e prestes a virar os olhos, há uma convivência à parte dos micros nas LAN houses. "Fiz muitos amigos aqui. O pessoal pede pizza, toma Coca e conversa no balcão."
Manuel aponta o lado negativo: "meninos de 12 anos estão ficando obesos e corcundas".
A reportagem da Folha, que esteve no local às 18h de uma sexta, voltou às 3h e, enquanto dezenas de pessoas jogavam no térreo da loja, um grupo ocupava o salão, tomando refrigerante ou café.
Onde
Para se livrar do estigma de lugar inadequado, há casas com áreas para descanso e promoções.
Por exemplo, a rede de lojas Monkey oferece horas gratuitas a alunos com boas notas. É a promoção Boletim Escolar. A média de notas do aluno é calculada e ele ganha horas de acordo com o resultado.
Para saber os endereços das lojas da rede, entre em www.monkey.com.br. Na unidade Paulista (al. Santos, 1.217, Jardins, tel. 0/xx/11/3253-8627), durante a semana, depois das 17h, cada hora custa R$ 3,50. Em finais de semana, R$ 4. Na WebZone (tel. 0/xx/ 11/5535-2614, www.redplay.com.br), o preço é R$ 3. De sexta a domingo, cada hora custa R$ 3,50. A Cyber Games (tel. 0/xx/11/3891-2526, www.cyberlan.com.br) cobra R$ 3,50 durante a semana e R$ 4 de sexta a domingo.
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