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02/07/2003
-
10h03
da Folha Online
No sentido Jardim Europa rumo a uma das ruas mais elegantes de São Paulo, a Oscar Freire termina na avenida Heitor Penteado, lá para os lados de Perdizes, e já dá para deixar o pensamento voar atrás de hipertextos.
Fim de junho, tempo nublado e estranho, não menos sombrio é a danceteria Infierno, um dos primeiros pontos que chamam a atenção na badalada rua fashion de São Paulo. Pouco mais adiante, um estabelecimento se diferencia pelas cores vibrantes e construção que lembra aqueles brinquedos de blocos de encaixe.
Um jornaleiro tenta convencer o cliente de uma compra, enquanto, bem ao lado, uma jovem sabe bem o quer e entra decidida na loja de roupas cujo anúncio principal da vitrine é a marca "Água de Coco".
Ainda é horário comercial, mas isso não impede que um grupo de amigos, entre eles um calvo muito semelhante com um astro de cinema, sente no calçadão da Oscar Freire e beba como se fosse um happy hour empresarial.
Será que os clientes da loja de roupas Yellow Cake ou até mesmo os donos da marca sabem que a expressão --bolo amarelo, em inglês-- é sinônimo do urânio pronto para o processo nuclear?
Perto dali, dois comércios, uma churrascaria e uma loja de biquínis, usam o rosa para dar um toque colorido à marca: Rose Bif e Rosa Chá. Já a fashion Iódice abusa do vermelho na fachada.
Para não destoar do excesso de cores da rua, uma construção segue adiante cercada por lâminas de madeira em tonalidades diversas. Alguns metros depois é a vez de a fauna dar a cara na Oscar Freire. O jacaré da Lacoste fica olhando sorrateiro em posição de ataque para a loja em frente: uma butique cujo nome termina em "grillo".
A disputa de criatividade nessa região é muito grande, afinal, qualquer coisa que chame a atenção do consumidor é lucro. E, nessa concorrência, há até um restaurante cuja fachada é formada por dormentes alinhados. Enquanto isso, garis seguem limpando a sujeira deixada para trás, preparando a Oscar Freire para mais um dia de compras.
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Jornada pela Oscar Freire revela hipertextos
ANA PAULA DE OLIVEIRAda Folha Online
No sentido Jardim Europa rumo a uma das ruas mais elegantes de São Paulo, a Oscar Freire termina na avenida Heitor Penteado, lá para os lados de Perdizes, e já dá para deixar o pensamento voar atrás de hipertextos.
Fim de junho, tempo nublado e estranho, não menos sombrio é a danceteria Infierno, um dos primeiros pontos que chamam a atenção na badalada rua fashion de São Paulo. Pouco mais adiante, um estabelecimento se diferencia pelas cores vibrantes e construção que lembra aqueles brinquedos de blocos de encaixe.
Um jornaleiro tenta convencer o cliente de uma compra, enquanto, bem ao lado, uma jovem sabe bem o quer e entra decidida na loja de roupas cujo anúncio principal da vitrine é a marca "Água de Coco".
Ainda é horário comercial, mas isso não impede que um grupo de amigos, entre eles um calvo muito semelhante com um astro de cinema, sente no calçadão da Oscar Freire e beba como se fosse um happy hour empresarial.
Será que os clientes da loja de roupas Yellow Cake ou até mesmo os donos da marca sabem que a expressão --bolo amarelo, em inglês-- é sinônimo do urânio pronto para o processo nuclear?
Perto dali, dois comércios, uma churrascaria e uma loja de biquínis, usam o rosa para dar um toque colorido à marca: Rose Bif e Rosa Chá. Já a fashion Iódice abusa do vermelho na fachada.
Para não destoar do excesso de cores da rua, uma construção segue adiante cercada por lâminas de madeira em tonalidades diversas. Alguns metros depois é a vez de a fauna dar a cara na Oscar Freire. O jacaré da Lacoste fica olhando sorrateiro em posição de ataque para a loja em frente: uma butique cujo nome termina em "grillo".
A disputa de criatividade nessa região é muito grande, afinal, qualquer coisa que chame a atenção do consumidor é lucro. E, nessa concorrência, há até um restaurante cuja fachada é formada por dormentes alinhados. Enquanto isso, garis seguem limpando a sujeira deixada para trás, preparando a Oscar Freire para mais um dia de compras.
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